1. (UFV-MG) Considere as seguintes afirmativas. Esforço-me por entrar no espartilho e seguir uma linha reta geométrica: nenhum lirismo, nada de reflexões, ausente a personalidade do autor. FLAUBERT, Gustav apud BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994. p. 169. Em Thérèse Raquin, eu quis estudar temperamentos e não caracteres. Aí está o livro todo. Escolhi personagens soberanamente dominadas pelos nervos e pelo sangue, desprovidas de livre-arbítrio, arrastadas a cada ato de sua vida pelas fatalidades da própria carne [..]. ZOLA, Émile apud BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994. p. 169. Os princípios estéticos introduzidos por Flaubert e Zola, respectivamente, os mentores do Realismo e do Naturalismo, servem como parâmetro para que se possam estabelecer as diferenças básicas entre essas duas escolas literárias. Reflita sobre as afirmações dos referidos escritores franceses e destaque os pontos convergentes e divergentes entre as manifestações da prosa de ficção realista-naturalista no Brasil.
As afirmações de Flaubert e Zola apontam para uma valorização da objetividade e da observação da realidade em suas obras, buscando retratar personagens e situações de forma imparcial, sem a interferência da subjetividade do autor. No entanto, há diferenças entre o Realismo e o Naturalismo, que se manifestam nas obras de seus seguidores no Brasil.
O Realismo, influenciado por Flaubert, valoriza a descrição objetiva da realidade, mas ainda mantém um certo idealismo em relação à natureza humana. Os personagens realistas são complexos e apresentam conflitos internos, mas ainda são capazes de escolhas conscientes e têm algum controle sobre suas vidas. Alguns exemplos de obras realistas na literatura brasileira são Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e O Mulato, de Aluísio Azevedo.
Já o Naturalismo, influenciado por Zola, vai além da descrição objetiva e busca retratar a realidade de forma mais crua e até mesmo brutal, muitas vezes enfatizando a influência dos fatores biológicos e sociais sobre os personagens. Os personagens naturalistas são determinados por seus instintos e condições de vida, sem possibilidade de escolhas conscientes ou livre-arbítrio. Algumas obras naturalistas na literatura brasileira incluem O Cortiço, de Aluísio Azevedo, e Os Sertões, de Euclides da Cunha.
Em resumo, enquanto o Realismo valoriza a objetividade e a complexidade psicológica dos personagens, o Naturalismo vai além e busca retratar a realidade de forma mais crua e determinista, enfatizando a influência dos fatores biológicos e sociais sobre os indivíduos. Ambas as correntes literárias tiveram grande impacto na literatura brasileira do final do século XIX e início do século XX, influenciando autores como Machado de Assis, Aluísio Azevedo e Euclides da Cunha.
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As afirmações de Flaubert e Zola apontam para uma valorização da objetividade e da observação da realidade em suas obras, buscando retratar personagens e situações de forma imparcial, sem a interferência da subjetividade do autor. No entanto, há diferenças entre o Realismo e o Naturalismo, que se manifestam nas obras de seus seguidores no Brasil.
O Realismo, influenciado por Flaubert, valoriza a descrição objetiva da realidade, mas ainda mantém um certo idealismo em relação à natureza humana. Os personagens realistas são complexos e apresentam conflitos internos, mas ainda são capazes de escolhas conscientes e têm algum controle sobre suas vidas. Alguns exemplos de obras realistas na literatura brasileira são Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e O Mulato, de Aluísio Azevedo.
Já o Naturalismo, influenciado por Zola, vai além da descrição objetiva e busca retratar a realidade de forma mais crua e até mesmo brutal, muitas vezes enfatizando a influência dos fatores biológicos e sociais sobre os personagens. Os personagens naturalistas são determinados por seus instintos e condições de vida, sem possibilidade de escolhas conscientes ou livre-arbítrio. Algumas obras naturalistas na literatura brasileira incluem O Cortiço, de Aluísio Azevedo, e Os Sertões, de Euclides da Cunha.
Em resumo, enquanto o Realismo valoriza a objetividade e a complexidade psicológica dos personagens, o Naturalismo vai além e busca retratar a realidade de forma mais crua e determinista, enfatizando a influência dos fatores biológicos e sociais sobre os indivíduos. Ambas as correntes literárias tiveram grande impacto na literatura brasileira do final do século XIX e início do século XX, influenciando autores como Machado de Assis, Aluísio Azevedo e Euclides da Cunha.