Ao mar
Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava tudo inundado! Joel vestiu-se rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa tábua e pôs-se a remar. Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David...
O barco navegava mansamente. As noites se sucediam, estreladas. No cesto de gávea Joel vigiava e pensava em todos os esplêndidos aventureiros: Krishna, o faquir que ficou cento e dez dias comendo cascas de ovo; Mac-Dougal, o inglês que escalou o Itatiaia com uma das mãos amarradas às costas; Fred, que foi lançado num barril ao golfo do México e recolhido um ano depois na ilha da Pintada. Moma, irmão de sangue de um chefe comanche; Demócrito que dançava charleston sobre fios de alta tensão...
— A la mar! A la mar! – gritava Joel entoando cânticos ancestrais. Despertando pela manhã, alimentava-se de peixes exóticos; escrevia no diário de bordo e ficava a contemplar as ilhas. Os nativos viam-no passar – um ser taciturno, distante, nas águas, distante do céu. Certa vez – uma tempestade! Durou sete horas. Mas não o venceu, não o venceu!
E os monstros? Que dizer deles, se nunca ninguém os viu?
Joel remava afanosamente; às vezes, parava só para comer e escrever no diário de bordo. Um dia, disse em voz alta: "Mar, animal rumorejante!" Achou bonita esta frase; até anotou no diário. Depois, nunca mais falou.
À noite, Joel sonhava com barcos e mares, e ares e céus, e ventos e prantos, e rostos escuros, monstros soturnos. Que dizer destes monstros, se nunca ninguém os viu?
— Joel, vem almoçar! – gritava a mãe.
Joel viajava ao largo; perto da África.
SCLIAR, Moacyr. Melhores contos. Seleção de Regina Zilbermann. São Paulo: Global, 2003. p. 105/106.
Esse conto de Moacyr Scliar se passa em grande parte na imaginação do protagonista Joel, o que fica claro no final do trecho em que a mãe o chama para almoçar. Imagine a cena que se sucede, em que Joel vai almoçar com a mãe e conta suas aventuras, imagine as possíveis reações da mãe e dê expressividade aos personagens. Escreva na forma de um texto dramático, ele não deve ter mais do que 30 linhas.
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Lista de comentários
Uma sugestão para continuar a cena é que o menino vai sentar na mesa, contando para a mãe as aventuras que estava tendo pelos sete mares. A mãe faz uma cara crítica e comenta que também teve trabalho para trazer o irmão dele, que estava no espaço sideral. Na cadeira ao lado, o outro jovem brinca com o garfo como se fosse um foguete.
O pai observa silenciosamente. Depois que a mãe sai, ele chama os dois meninos para uma conversa. Eles pensam que vão levar um sermão. Mas ele diz: "No meu tempo, eu pegava um trem e ia atrás dos índios."
Como fazer um texto dramático
O exercício pede que seja imaginada uma continuação para texto do escritor Moacyr Scliar, sobre uma aventura sonhada por uma criança. É importante que a redação da história tenha suas próprias palavras. Aproveite o resumo acima para organizar suas próprias ideias.
Algumas dicas para narrar um texto dramático:
Continue aprendendo sobre como fazer uma narração aqui:
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