2. Leia um trecho de uma entrevista do historiador Kabengele Munanga, professor da Universidade de São Paulo.

Em qualquer circunstância, a escravidão é uma instituição desumanizante e deve ser condenada. O homem nasce livre até que alguém o escravize. Portanto, o próprio conceito está errado. O correto é "escravizado, não escravo". Não há uma categoria de escravo natural. Porém, esse conceito já está enraizado na literatura. Como em outras sociedades, na África existia a categoria de cativos, que eram prisioneiros de guerra ou pessoas que cometiam algum delito na sociedade e eram levadas por outros grupos étnicos. Os homens trabalhavam como serventes dos reis, príncipes e guerreiros, enquanto as mulheres se tornavam esposas e reprodutoras das famílias reais. Todos os filhos dos cativos eram livres. Em outros casos, famílias penhoravam algum parente quando havia grandes calamidades. Esses parentes poderiam trabalhar em outras famílias temporariamente ou para sempre, caso sua família original não tivesse condições de adquiri-los de volta. Em hipótese alguma havia um escravismo como sistema de produção, pois não era uma sociedade de acúmulo de capital, mas de subsistência.

a. De que forma o autor diferencia "escravo" e "escravizado"?

b. Considerando os elementos do texto, qual é a diferença entre a escravidão praticada na África pré-colonial e a escravização em larga escala organizada pelos países euro- peus a partir do século XVI?​
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