Racismo consiste no preconceito e na discriminação com base em percepções sociais baseadas em diferenças biológicas entre pessoas e povos. Muitas vezes toma a forma de ações sociais, práticas ou crenças, ou sistemas políticos que consideram que diferentes raças devem ser classificadas como inerentemente superiores ou inferiores com base em características, habilidades ou qualidades comuns herdadas. Também pode afirmar que os membros de diferentes raças devem ser tratados de forma distinta. Alguns consideram que qualquer suposição de que o comportamento de uma pessoa está ligado à sua categorização racial é inerentemente racista, não importando se a ação é intencionalmente prejudicial ou pejorativa, porque estereótipos necessariamente subordinam a identidade individual a identidade de grupo. Na sociologia e psicologia, algumas definições incluem apenas as formas conscientemente malignas de discriminação.
Segundo o dicionário Priberam de Língua Portuguesa, racismo é uma “teoria que defende a superioridade de um grupo sobre outros, baseada num conceito de raça, preconizando, particularmente, a separação destes dentro de um país (segregação racial) ou mesmo visando o extermínio de uma minoria”.
O verbete também fala que trata-se de uma “atitude hostil ou discriminatória em relação a um grupo de pessoas com características diferentes, notadamente etnia, religião, cultura etc”.
O racismo em si se dá pelo mal funcionamento nas instituições e por falhas no Estado. No Brasil, o racismo passou a ser considerado crime em 1989, através da Lei Federal 7.716, que prevê uma pena de até 5 anos de reclusão e multa, sendo também imprescritível e inafiançável.
Infelizmente, nosso país foi construído com base escravocrata, na qual as pessoas pretas eram mercadorias. Mesmo após a lei áurea em 1888, elas não receberam nenhum tipo de indenização ou tiveram políticas públicas voltadas para seu bem-estar e adequação à nova sociedade.
Proibidos de adquirir terras, jogar capoeira, estudar, e sendo constantemente marginalizados, foram jogados à própria sorte. Sua cultura continuou sendo atacada e vista de forma negativa, sua religião enxergada como algo mal. Este foi o contexto do início do racismo estrutural.
Racismo estrutural
Segundo o portal Brasil de Direitos, racismo estrutural é a “naturalização de ações, hábitos, situações, falas e pensamentos que já fazem parte da vida cotidiana do povo brasileiro, e que promovem, direta ou indiretamente, a segregação ou o preconceito racial”.
Silvio Luiz de Almeida, filósofo, jurista e professor universitário defende que a forma como a sociedade é constituída reproduz parâmetros de discriminação racial, no campo da política e da economia, sendo o racismo estrutural naturalizado como parte integrante do meio social.
O professor também destaca que o racismo é constituído por ações conscientes e inconscientes, e que nós, enquanto sociedade, acabamos naturalizando a violência contra pessoas negras, e que a morte de jovens negros não nos choca como deveria.
Um outro dado alarmante sobre a sociedade no Brasil é que no ano de 2019 65% dos brasileiros desempregados era negro.
Apesar de tudo isso, um dado me causou mais espanto ainda: 52% dos brasileiros se declara negro. Ora, que país que discrimina mais da metade de sua população?
O racismo estrutural pode ser notado na nossa língua, nos nossos gestos, na composição dos Governos.
Falando em Governo, um exemplo rápido: atualmente, o Brasil está no seu 38º Presidente da República. Sabe quantos presidentes negros nosso país já teve? Um. Alguns estudiosos defendem que Nilo Procópio Peçanha foi o primeiro (e até agora único) presidente negro do Brasil. Um país que possui mais da metade de sua população negra, só elegeu um presidente da mesma etnia. Insiro uma foto de Peçanha abaixo, caso você não o conheça.
O racismo estrutural é isso: a desvalorização de pessoas negras e a perpetuação da desigualdade. É a falta de oportunidades, o preconceito, a segregação de mais da metade da população.
O que podemos fazer para mudar
Porém, existe uma parte boa nisso tudo: a nossa sociedade está mudando. As negras e os negros estão ganhando voz, estão lutando por seus direitos, estão em busca de equidade.
O Estado é um veículo fundamental de combate ao racismo, já que ele mesmo naturalizou esta prática tempos atrás. É dever do Governo reparar as instituições com políticas públicas de cotas, além de ampliar o acesso à saúde, educação e trabalho às pessoas negras.
É dever do Estado cumprir a lei e criminalizar ações racistas, além de incentivar a população negra a empoderar-se e ocupar os espaços, a tomar posse de seus direitos e de seu lugar de fala.
Mas esta não é somente uma luta do povo negro e do Estado. É dever de todas as pessoas apoiá-los durante esta caminhada, pois como diria Ângela Davis “Não basta não ser racista, é necessário ser antirracista”.
Fale sobre isso, apoie e empodere a população negra, diga não ao racismo, lute com eles. Somos uma só espécie e devemos ser também um só coração na luta contra o preconceito e a desigualdade.
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Racismo consiste no preconceito e na discriminação com base em percepções sociais baseadas em diferenças biológicas entre pessoas e povos. Muitas vezes toma a forma de ações sociais, práticas ou crenças, ou sistemas políticos que consideram que diferentes raças devem ser classificadas como inerentemente superiores ou inferiores com base em características, habilidades ou qualidades comuns herdadas. Também pode afirmar que os membros de diferentes raças devem ser tratados de forma distinta. Alguns consideram que qualquer suposição de que o comportamento de uma pessoa está ligado à sua categorização racial é inerentemente racista, não importando se a ação é intencionalmente prejudicial ou pejorativa, porque estereótipos necessariamente subordinam a identidade individual a identidade de grupo. Na sociologia e psicologia, algumas definições incluem apenas as formas conscientemente malignas de discriminação.
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Segundo o dicionário Priberam de Língua Portuguesa, racismo é uma “teoria que defende a superioridade de um grupo sobre outros, baseada num conceito de raça, preconizando, particularmente, a separação destes dentro de um país (segregação racial) ou mesmo visando o extermínio de uma minoria”.
O verbete também fala que trata-se de uma “atitude hostil ou discriminatória em relação a um grupo de pessoas com características diferentes, notadamente etnia, religião, cultura etc”.
O racismo em si se dá pelo mal funcionamento nas instituições e por falhas no Estado. No Brasil, o racismo passou a ser considerado crime em 1989, através da Lei Federal 7.716, que prevê uma pena de até 5 anos de reclusão e multa, sendo também imprescritível e inafiançável.
Infelizmente, nosso país foi construído com base escravocrata, na qual as pessoas pretas eram mercadorias. Mesmo após a lei áurea em 1888, elas não receberam nenhum tipo de indenização ou tiveram políticas públicas voltadas para seu bem-estar e adequação à nova sociedade.
Proibidos de adquirir terras, jogar capoeira, estudar, e sendo constantemente marginalizados, foram jogados à própria sorte. Sua cultura continuou sendo atacada e vista de forma negativa, sua religião enxergada como algo mal. Este foi o contexto do início do racismo estrutural.
Racismo estrutural
Segundo o portal Brasil de Direitos, racismo estrutural é a “naturalização de ações, hábitos, situações, falas e pensamentos que já fazem parte da vida cotidiana do povo brasileiro, e que promovem, direta ou indiretamente, a segregação ou o preconceito racial”.
Silvio Luiz de Almeida, filósofo, jurista e professor universitário defende que a forma como a sociedade é constituída reproduz parâmetros de discriminação racial, no campo da política e da economia, sendo o racismo estrutural naturalizado como parte integrante do meio social.
O professor também destaca que o racismo é constituído por ações conscientes e inconscientes, e que nós, enquanto sociedade, acabamos naturalizando a violência contra pessoas negras, e que a morte de jovens negros não nos choca como deveria.
Um outro dado alarmante sobre a sociedade no Brasil é que no ano de 2019 65% dos brasileiros desempregados era negro.
Apesar de tudo isso, um dado me causou mais espanto ainda: 52% dos brasileiros se declara negro. Ora, que país que discrimina mais da metade de sua população?
O racismo estrutural pode ser notado na nossa língua, nos nossos gestos, na composição dos Governos.
Falando em Governo, um exemplo rápido: atualmente, o Brasil está no seu 38º Presidente da República. Sabe quantos presidentes negros nosso país já teve? Um. Alguns estudiosos defendem que Nilo Procópio Peçanha foi o primeiro (e até agora único) presidente negro do Brasil. Um país que possui mais da metade de sua população negra, só elegeu um presidente da mesma etnia. Insiro uma foto de Peçanha abaixo, caso você não o conheça.
O racismo estrutural é isso: a desvalorização de pessoas negras e a perpetuação da desigualdade. É a falta de oportunidades, o preconceito, a segregação de mais da metade da população.
O que podemos fazer para mudar
Porém, existe uma parte boa nisso tudo: a nossa sociedade está mudando. As negras e os negros estão ganhando voz, estão lutando por seus direitos, estão em busca de equidade.
O Estado é um veículo fundamental de combate ao racismo, já que ele mesmo naturalizou esta prática tempos atrás. É dever do Governo reparar as instituições com políticas públicas de cotas, além de ampliar o acesso à saúde, educação e trabalho às pessoas negras.
É dever do Estado cumprir a lei e criminalizar ações racistas, além de incentivar a população negra a empoderar-se e ocupar os espaços, a tomar posse de seus direitos e de seu lugar de fala.
Mas esta não é somente uma luta do povo negro e do Estado. É dever de todas as pessoas apoiá-los durante esta caminhada, pois como diria Ângela Davis “Não basta não ser racista, é necessário ser antirracista”.
Fale sobre isso, apoie e empodere a população negra, diga não ao racismo, lute com eles. Somos uma só espécie e devemos ser também um só coração na luta contra o preconceito e a desigualdade.