RESUMO

A "economia socialista de mercado" e as reformas

A China, depois de viver décadas em estado de le- targia, começou a se modernizar. Deng Xiaoping iniciou, em 1978, um processo de reforma econômica no cam- po e na cidade, paralelamente à abertura da economia ao exterior. Com isso, buscou-se conciliar o processo de aber- tura econômica e a adoção de mecanismos da econo- mia de mercado (aceitação da propriedade privada e do trabalho assalariado, estímulo à iniciativa privada e ao capital estrangeiro) com a manutenção, no plano político, da ditadura de partido único. O objetivo era perpetuar a hegemonia do PCC, apoiando-se, porém, em uma economia em crescimento e em moldes capi- talistas. A evidência mais forte de que os dirigentes chineses não estavam (e até hoje não estão) planejan- do uma abertura também no plano político foi a dura repressão aos manifestantes na praça da Paz Celestial. Ocorrido em 1989, o movimento, liderado por estudan- tes, reivindicava a abertura política, além da econômi- ca, que já estava em curso.Até hoje não há eleições diretas na China. Em 2012, Xi Jinping (1953-) foi indicado pelo Comitê Central do PCC para o cargo de secretário-geral, sucedendo Hu Jintao (1942-), que ficara no poder de 2002 a 2012. Em 2013, assumiu o cargo de presidente da República (tam- bém em substituição a Hu). Xi demonstrou intenção de continuar com a reforma/abertura na economia e, embora tenha criticado a corrupção reinante no parti- do e seu divórcio do povo, a reforma/abertura política não está em sua agenda. O processo de abertura econômica no setor in- dustrial teve início a partir de 1982. Empresas estatais tiveram de se enquadrar à realidade mundial e foram incentivadas a se adequar aos novos tempos, melho- rando a qualidade de seus produtos, baixando seus preços e ficando atentas às demandas do mercado. Além disso, o governo permitiu o surgimento de pe- quenas empresas e autorizou a criação de empresas mistas, visando atrair o capital estrangeiro. A grande virada, porém, veio com a abertura das chamadas zonas econômicas especiais, já no iníciodos anos 1980-as primeiras foram as de Zhuhai, Shenzhen, Shantou, Xiamen e Hainan. Com o tempo foram instituídos portos abertos, cidades abertas, entre outras modalidades de abertura ao exterior (observe o mapa a seguir). O objetivo dessas diver- sas áreas abertas, espécies de enclaves capitalistas dentro do território chinês, era atrair empresas es- trangeiras, as quais levaram, além de capitais, tec- nologia e experiência de gestão empresarial. Em um esforço para ampliar as exportações, a China con- cedeu aos investidores estrangeiros liberdade de atuação nessas novas regiões industriais, especial- mente nas zonas econômicas especiais. Consequen- temente, desde os anos 1990, o país tem ocupado quase sempre a posição de segundo maior receptor de investimentos produtivos do mundo, atrás ape- nas dos Estados Unidos. Quase todas as transnacio- nais com atuação global têm filiais na China, mas para se instalar em seu território precisam criar parcerias com empresas nacionais, o que implica transferência tecnológica.​
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