TEXTO I:
Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém
Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém
Tá vendendo drops no sinal...
Todo dia é dia, toda hora é hora
Neném não demora pra se levantar
Mãe lavando roupa, pai já foi embora
E o caçula chora pra se acostumar
Com a vida lá de fora do barraco
Hai que endurecer um coração tão fraco
Pra vencer o medo do trovão
Sua vida aponta a contramão
Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém
Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém
Tá vendendo drops no sinal...
Tudo é tão normal, todo tal e qual
Neném não tem hora para ir se deitar
Mãe passando roupa do pai de agora
De um outro caçula que ainda vai chegar
É mais uma boca dentro do barraco
Mais um quilo de farinha do mesmo saco
Para alimentar um novo João Ninguém
E a cidade cresce junto com neném
É mais uma boca dentro do barraco
Mais um quilo de farinha do mesmo saco
Para alimentar um novo João Ninguém
E a cidade cresce junto com neném
Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém
Tá relampiano, cadê neném?
Tá vendendo drops no sinal pra alguém
Tá vendendo drops no sinal...
Fonte: Musixmatch
Compositores: Macedo Pimentel Oswaldo Lenine / Araujo Paulo Correa De
Letra de Relampiano © Mameluco Producoes E Edicoes Musicais
Ao longo das estrofes aparecem discrepâncias significativas entre a realidade brasileira das nossas minorias com os direitos da criança e do adolescente, previsto na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente (1990).
Agora, leia o texto abaixo sobre o racismo estrutural.
TEXTO II:
"O racismo é um dos assuntos que mais estão em pauta atualmente. No Brasil, são diversos os casos onde corpos negros são violentados e mortos em função da cor da pele. Já parou para pensar por que as pessoas negras são as principais vítimas da violência? Para além disso, já parou para pensar porque essa população é a mais discriminada em espaços de poder, como na política, na educação ou em qualquer setor?
As pessoas negras representam 54% da nossa população, mas ainda sofrem com a exclusão social. Para entender o Brasil de hoje, é necessário voltar ao passado e entender como a escravatura influenciou nossa sociedade. Esse período perdurou ao longo de 300 anos no Brasil, de 1550 até 1888, e até hoje é possível ver as marcas dessa época.
Quando pensamos no racismo, é preciso pensar nele em três perspectivas: o racismo individual, o racismo institucional e o racismo estrutural.
De acordo com o escritor Silvio Almeida, o racismo individual se manifesta através de falas ofensivas e comportamentos contra um indivíduo no dia a dia.
O racismo institucional é quando existe a presença massiva de um determinado grupo em posições de poder, como por exemplo no Legislativo, o Judiciário, o Executivo, nas universidades e nas grandes corporações. Almeida afirma que o racismo estrutural justifica a escravidão naquela época, da mesma maneira que justifica a desigualdade social atualmente. Hoje, o Brasil tem a maior população negra fora da África e a segunda maior do planeta. Ainda assim, as pessoas negras (pretas e pardas) são as principais vítimas das desigualdades sociais do país, desde as oportunidades de emprego até o acesso à educação e saúde."
Este texto traz reflexões acerca do racismo, da exclusão, da discriminação e do racismo individual, institucional e estrutural. De acordo com os documentos Constituição Federal de 1988, Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e Diretrizes Nacionais Curriculares para a Educação das Relações Etnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana (2003), muitas são as exigências para que estes tipos de racismos sejam excluídos da sociedade brasileira.
A partir da música "Tá relampiano, cadê o neném" e do texto sobre o racismo, escreva um texto crítico, de no mínimo 1 lauda e de no máximo duas laudas, relacionando as realidades apresentadas acima com as políticas públicas implementadas para a melhoria deste público citado, ou seja, quais as exigências que essas políticas públicas trouxeram para mudar essa realidade e como essas ações podem ser efetivadas na educação básica?
Lista de comentários
O Brasil é um país marcado pela desigualdade social, econômica e racial. O racismo estrutural, presente na sociedade brasileira, é resultado de um passado escravocrata que ainda se reflete nas desigualdades sociais, na exclusão e na discriminação das pessoas negras, que são as principais vítimas da violência e das desigualdades sociais.
A música "Tá relampiano, cadê o neném" mostra a realidade das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, que são obrigados a trabalhar desde cedo para ajudar no sustento da família. Essa realidade é incompatível com o que prevê a Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), que garantem o direito à educação, à saúde, à alimentação, à cultura, ao lazer e à convivência familiar e comunitária.
Por outro lado, o texto sobre o racismo estrutural mostra como a discriminação racial é um problema que se manifesta em diversos aspectos da vida social, desde o acesso à educação e saúde até a presença de pessoas negras em posições de poder. É necessário entender que o racismo não é apenas um problema individual, mas um problema estrutural que precisa ser enfrentado por políticas públicas que combatam as desigualdades e promovam a inclusão social e racial.
Nesse sentido, as Diretrizes Nacionais Curriculares para a Educação das Relações Etnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana (2003) são uma exigência para que se promova a valorização da cultura afro-brasileira e a superação do racismo e das desigualdades sociais e raciais no Brasil. Além disso, políticas públicas que promovam a inclusão social, como o Programa Bolsa Família, e que garantam o acesso à educação, saúde, moradia e emprego, são fundamentais para combater as desigualdades e a exclusão social.
É preciso que o Estado assuma a responsabilidade de garantir os direitos fundamentais das crianças, adolescentes e pessoas negras, promovendo políticas públicas que combatam o racismo, a exclusão e as desigualdades sociais e raciais. A mudança dessa realidade passa pelo compromisso da sociedade em lutar pela justiça social e racial e pela implementação de políticas públicas efetivas.