Com base no texto a seguir, responda: o que a atitude de Villa-Lobos e do público sinaliza sobre o modernismo?
No início da década de 1920 havia um descontentamento geral por grande parte dos artistas brasileiros. Intelectuais, pintores, músicos, enfim, revolucionários da arte começaram a se unir com o propósito de abandonar os valores estéticos antigos e mostrar as novas tendências. Tal agitação já estava ocorrendo na Europa, mas sofria forte resistência por parte da elite brasileira, sobretudo a paulista, tão influenciada pelas formas tradicionais e conservadoras. [...] Considerado na época o maior representante da música modernista brasileira, Heitor Villa-Lobos foi con- vidado a participar do acontecimento. Entusiasmado, subiu ao palco usando em um dos pés uma sandália e uma atadura no dedão. O ferimento era real, mas o público entendeu como uma atitude provocativa e vaiou. Entre urros e xingamentos apresentou a Sonata nº 2, Danças características africanas, Quarteto simbólico e Impressões da vida mundana.
Embora o que é reconhecido como Modernismo no Brasil tenha sido iniciado com a Semana de Arte Moderna de 1922, impondo-se à cultura do país e obrigando tudo aquilo que o antecedeu a ser visto segundo sua ótica exclusiva, a atividade cultural anterior, a partir da República, tivera características próprias e diferenciadas que não poderiam ser negligenciadas. Este trabalho pretende questionar a visão de um único Modernismo, tomando Villa-Lobos como figura central, já que o compositor atuou nos anos anteriores à Semana, e depois dela, tornou-se o principal nome da música nacionalista brasileira.
Lista de comentários
Resposta:
Embora o que é reconhecido como Modernismo no Brasil tenha sido iniciado com a Semana de Arte Moderna de 1922, impondo-se à cultura do país e obrigando tudo aquilo que o antecedeu a ser visto segundo sua ótica exclusiva, a atividade cultural anterior, a partir da República, tivera características próprias e diferenciadas que não poderiam ser negligenciadas. Este trabalho pretende questionar a visão de um único Modernismo, tomando Villa-Lobos como figura central, já que o compositor atuou nos anos anteriores à Semana, e depois dela, tornou-se o principal nome da música nacionalista brasileira.