Nascido numa pequena Aldeia conhecido como Posto Indígena de Taunay, município de Aquidauana, no estado do Mato Grosso do Sul, no Brasil, em 1952, Marcos pertence à etnia indígena Xané como se autodenominam os Terena. Aprendeu a ler em português já aos sete anos de idade em Campo Grande, atual capital do Estado. Continuou seus estudos na cidade e quase sempre era confundido como um descendente de japoneses, ou então discriminado como um "bugre", nome pejorativo dado aos descendentes indígenas. Mesmo desanimado e envergonhado por esse nível de tratamento que a sociedade envolvente lhe impunha, frequentou a melhor escola pública da cidade, o Colégio Estadual Campograndense onde fez o Ginasial e o Científico, para depois ser aprovado nos duros exames da Aeronáutica e ingressar na Academia da Força Aérea, onde aprendeu a pilotar aeronaves. Assim se tornou o primeiro indígena Piloto Comercial de Aeronaves. Marcos Terena nunca dependeu de qualquer apoio da FUNAI - Fundação Nacional do Índio, mas ao chegar em Brasília no ano de 1976 conheceu o órgão indigenista e descobriu a existência do chamado Estatuto do Índio, Lei 6001, onde consta por exemplo, que todo o índio brasileiro é considerado "relativamente incapaz". Esse argumento foi o grande empecilho para que Terena assumisse qualquer cargo ou serviço a carreira de Piloto de Aeronaves durante três anos, só ocorrendo após o parecer da Força Aérea Brasileira, o único órgão legítimo para o credenciamento de aeronautas. Paralelamente a essa longa espera de superação de um preconceito institucional, Marcos Terena conheceu e recebeu apoio de vários Chefes Indígenas e se tornou um líder de 15 jovens indígenas que viviam em Brasília como estudantes indígenas sob o patrocínio da mesma FUNAI, ocasião em que se aprofundou na leitura dos direitos indígenas. O grupo de jovens era conhecido como a equipe de futebol UNIND - União das Nações Indígenas, prontamente rebatido pelo governo militar através do mentor principal desse regime, o General Golberty do Couto e Silva que exigia a expulsão imediata dos mesmos para suas aldeias por dois motivos oficiados: Brasília seria uma terra atípica para o índio e, se o grupo de jovem continuassem vivendo na capital se tornariam cobras venenosas para picar o indigenismo oficial. Assim, mais uma vez, o que era um time de futebol se transformou no primeiro movimento indígena político do País, livre, autônomo e de opinião próprio. Além de Piloto de Selva Marcos Terena se tornou um escritor e comunicador indígena através de escritos em revistas e jornais nacionais e internacionais, além de publicar dois livros como o Indio Aviador pela editora Moderna e Cidadãos da Selva pela Editora da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, mas foi também o criador do roteiro que compõem o curta-metragem Cidadão Jatobá, onde narra toda a composição do filme. Vários de seus textos foram usados em Vestibulares de Universidades Públicas Privadas.
Em 1986 a convite do Líder político Leonel Brizola, foi ingressou no PDT para concorrer a uma vaga a Assembleia Nacional Constituinte por Brasilia. Apesar desse apoio e de um grupo de artistas, atores e cantores de nível nacional como Beth Carvalho, Osmar Prado, Gonzaguinha, Roberto Ribeiro e Chico Buarque que promoveram um show especial em Brasilia denominado "Puro Brasil".
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Nascido numa pequena Aldeia conhecido como Posto Indígena de Taunay, município de Aquidauana, no estado do Mato Grosso do Sul, no Brasil, em 1952, Marcos pertence à etnia indígena Xané como se autodenominam os Terena. Aprendeu a ler em português já aos sete anos de idade em Campo Grande, atual capital do Estado. Continuou seus estudos na cidade e quase sempre era confundido como um descendente de japoneses, ou então discriminado como um "bugre", nome pejorativo dado aos descendentes indígenas. Mesmo desanimado e envergonhado por esse nível de tratamento que a sociedade envolvente lhe impunha, frequentou a melhor escola pública da cidade, o Colégio Estadual Campograndense onde fez o Ginasial e o Científico, para depois ser aprovado nos duros exames da Aeronáutica e ingressar na Academia da Força Aérea, onde aprendeu a pilotar aeronaves. Assim se tornou o primeiro indígena Piloto Comercial de Aeronaves. Marcos Terena nunca dependeu de qualquer apoio da FUNAI - Fundação Nacional do Índio, mas ao chegar em Brasília no ano de 1976 conheceu o órgão indigenista e descobriu a existência do chamado Estatuto do Índio, Lei 6001, onde consta por exemplo, que todo o índio brasileiro é considerado "relativamente incapaz". Esse argumento foi o grande empecilho para que Terena assumisse qualquer cargo ou serviço a carreira de Piloto de Aeronaves durante três anos, só ocorrendo após o parecer da Força Aérea Brasileira, o único órgão legítimo para o credenciamento de aeronautas. Paralelamente a essa longa espera de superação de um preconceito institucional, Marcos Terena conheceu e recebeu apoio de vários Chefes Indígenas e se tornou um líder de 15 jovens indígenas que viviam em Brasília como estudantes indígenas sob o patrocínio da mesma FUNAI, ocasião em que se aprofundou na leitura dos direitos indígenas. O grupo de jovens era conhecido como a equipe de futebol UNIND - União das Nações Indígenas, prontamente rebatido pelo governo militar através do mentor principal desse regime, o General Golberty do Couto e Silva que exigia a expulsão imediata dos mesmos para suas aldeias por dois motivos oficiados: Brasília seria uma terra atípica para o índio e, se o grupo de jovem continuassem vivendo na capital se tornariam cobras venenosas para picar o indigenismo oficial. Assim, mais uma vez, o que era um time de futebol se transformou no primeiro movimento indígena político do País, livre, autônomo e de opinião próprio. Além de Piloto de Selva Marcos Terena se tornou um escritor e comunicador indígena através de escritos em revistas e jornais nacionais e internacionais, além de publicar dois livros como o Indio Aviador pela editora Moderna e Cidadãos da Selva pela Editora da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, mas foi também o criador do roteiro que compõem o curta-metragem Cidadão Jatobá, onde narra toda a composição do filme. Vários de seus textos foram usados em Vestibulares de Universidades Públicas Privadas.
Em 1986 a convite do Líder político Leonel Brizola, foi ingressou no PDT para concorrer a uma vaga a Assembleia Nacional Constituinte por Brasilia. Apesar desse apoio e de um grupo de artistas, atores e cantores de nível nacional como Beth Carvalho, Osmar Prado, Gonzaguinha, Roberto Ribeiro e Chico Buarque que promoveram um show especial em Brasilia denominado "Puro Brasil".