resposta : A “Semana de Arte Moderna", ocorrida em 1922 constituiu um marco na
evolução da sociedade brasileira, mormente a paulistana. Tratou-se de manifestação artística que,
impulsionada por conceitos filosóficos definiu nova estética às diferentes formas de expressão da
arte.
Deu-se início a um novo olhar, uma nova postura, uma nova mentalidade que se
impunha em tudo, por tudo e para tudo no que se refere à sociedade daquela época.
O discurso de Menotti Del Picchia, em 15 de fevereiro daquele ano, bem
demonstra esta atitude: “Queremos uma Eva ativa, bela, prática, útil no lar e na rua, dançando o
tango e datilografando uma conta corrente, aplaudindo uma noitada futurista e vaiando os
tremilicantes e ridículos poetaços de frases inçadas de termos raros como o porco espinho de
cerdas".
A mulher que Mário de Andrade e Menotti Del Picchia louvam e exaltam em
discursos proferidos naquela Semana é aquela pensante, de capacidade intelectual, ágil, alegre,
esportiva e dinâmica, inserta no ritmo da modernidade, não aquela outra, conduzida pelo homem,
servil, paciente, acomodada, chorona e lânguida e dependente.
Numa só mesma manifestação, como a de Menotti Del Picchia transcrita
parcialmente acima, podemos nos dar conta de quão revolucionárias pretendiam constituir-se as
manifestações artísticas presentes naquela mostra, cuja essência teve profunda repercussão no
âmbito social.
O modernismo propunha mudanças de conceitos e costumes, a libertação de
cânones ultrapassados, caducos e a mulher passa a ser uma importante referência neste contexto,
sendo que tal efeito foi sentido a partir das presenças exemplificadoras e atuantes naquele evento da
bailarina Yvonne Daumerie e das pintoras Zina Aita e Anita Malfatti. O matriarcado modernista
logo viria a ser acrescido da presença bela e fascinante de Tarsila do Amaral.
Esta revolução cultural se fez sentir não apenas no âmbito da dança e da pintura,
mas também na música que se abre aos estímulos externos, buscando ampliar o contato com novos
valores da música universal, abrindo perspectivas outras no campo dos sons.
A "Semana de Arte Moderna" constituiu-se num marco, através do qual a
estrutura social secular da época passou a ser questionada e discutida, prenunciando mudanças de
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resposta : A “Semana de Arte Moderna", ocorrida em 1922 constituiu um marco na
evolução da sociedade brasileira, mormente a paulistana. Tratou-se de manifestação artística que,
impulsionada por conceitos filosóficos definiu nova estética às diferentes formas de expressão da
arte.
Deu-se início a um novo olhar, uma nova postura, uma nova mentalidade que se
impunha em tudo, por tudo e para tudo no que se refere à sociedade daquela época.
O discurso de Menotti Del Picchia, em 15 de fevereiro daquele ano, bem
demonstra esta atitude: “Queremos uma Eva ativa, bela, prática, útil no lar e na rua, dançando o
tango e datilografando uma conta corrente, aplaudindo uma noitada futurista e vaiando os
tremilicantes e ridículos poetaços de frases inçadas de termos raros como o porco espinho de
cerdas".
A mulher que Mário de Andrade e Menotti Del Picchia louvam e exaltam em
discursos proferidos naquela Semana é aquela pensante, de capacidade intelectual, ágil, alegre,
esportiva e dinâmica, inserta no ritmo da modernidade, não aquela outra, conduzida pelo homem,
servil, paciente, acomodada, chorona e lânguida e dependente.
Numa só mesma manifestação, como a de Menotti Del Picchia transcrita
parcialmente acima, podemos nos dar conta de quão revolucionárias pretendiam constituir-se as
manifestações artísticas presentes naquela mostra, cuja essência teve profunda repercussão no
âmbito social.
O modernismo propunha mudanças de conceitos e costumes, a libertação de
cânones ultrapassados, caducos e a mulher passa a ser uma importante referência neste contexto,
sendo que tal efeito foi sentido a partir das presenças exemplificadoras e atuantes naquele evento da
bailarina Yvonne Daumerie e das pintoras Zina Aita e Anita Malfatti. O matriarcado modernista
logo viria a ser acrescido da presença bela e fascinante de Tarsila do Amaral.
Esta revolução cultural se fez sentir não apenas no âmbito da dança e da pintura,
mas também na música que se abre aos estímulos externos, buscando ampliar o contato com novos
valores da música universal, abrindo perspectivas outras no campo dos sons.
A "Semana de Arte Moderna" constituiu-se num marco, através do qual a
estrutura social secular da época passou a ser questionada e discutida, prenunciando mudanças de