EDUCAÇÃO: concepções e modalidades. EDUCATION: Conceptions and modalities

SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V. 6, N. 1, PP. 38 — 47, 2018

EDUCAÇÃO: concepções e modalidades Amancio Mauricio Xavier Rego* Resumo O objectivo deste artig

Author Nelson Castilho Bonilha

244 downloads 104 Views 404KB Size
SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V. 6, N. 1, PP. 38 — 47, 2018

EDUCAÇÃO: concepções e modalidades Amancio Mauricio Xavier Rego* Resumo O objectivo deste artigo foi analisar as diferentes concepções e modalidades de educação. O artigo apresenta as características de três principais concepções de educação, a concepção conductista, a psico – cognitiva e a sócio – cognitiva, bem como as características das modalidades de educação, nomeadamente, educação formal, não – formal e informal. A metodologia adoptada é de cunho qualitativo e exploratório, porque realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobretudo nas obras de Aranha [1], Gago [2], Gervilla [3], Gohn [4], Ocaña[5], Rodrigues e Ferrão [6] e Saviani[7, 8]. Esta pesquisa pode facilitar na compreensão das concepções e modalidades de educação, portanto, o presente texto é importante para estudantes e profissionais da área de educação que procuram entender as diferenças existentes entre as principais concepções de educação e também as modalidades de educação.

Palavras-chave Concepções de educação, finalidades de educação, modalidades de educação.

EDUCATION: Conceptions and modalities Abstract The objective of this article was to analyze the different conceptions and modalities of education. The article presents the characteristics of three main education conceptions, the behaviorist conception, the psycho - cognitive and the socio - cognitive, as well as the characteristics of the education modalities, namely, formal education, no - formal and informal. The methodology adopted is of qualitative and exploratory character, because we did an bibliographical research above all in the works of Aranha [1], Gago [2], Gervilla [3], Gohn [4], Ocaña [5], Rodrigues and Ferrão [6] and Saviani [7, 8]. This research can facilitate in the understanding of the conceptions and modalities of education, therefore, the present text is important for students and professionals of the education area that try to understand the existent differences between the main conceptions of education and also the modalities of education.

Keywords Conceptions of education, purposes of education, modalities of education.

I. INTRODUÇÃO Este trabalho constitui o primeiro capítulo de um texto de apoio que elaboramos para a disciplina de „Correntes Contemporâneas da Educação‟, esta disciplina é oferecida aos estudantes do 1º ano no curso de Licenciatura em Ciências da Educação na Universidade Pedagógica de Moçambique Delegação de Manica e tem como principal objectivo caracterizar os fundamentos, princípios e as concepções das diferentes teorias da educação. A motivação para a elaboração deste artigo reside na necessidade de prover aos nossos estudantes de competências que lhes permitam como futuros especialistas de educação, identificar a concepção de educação patente nas escolas e propor concepção de educação mais adequada e coerente com as metas educacionais pretendidas; Para identificar a concepção de educação predominante numa Escola pode-se analisar o conceito dos educadores sobre a educação por meio da técnica de entrevista, bem como as suas acções e a organização do ambiente durante as aulas com recurso a técnica de observação directa. Assim, o presente trabalho é importante para estudantes e

profissionais da área de educação que procuram entender as diferenças existentes entre as principais concepções e modalidades de educação, na medida em que pode facilitalos na compreensão das concepções e modalidades de educação, porque apresenta as características de três principais concepções de educação, nomeadamente, a concepção conductista, a psico – cognitiva e a sócio – cognitiva, também as características das modalidades de educação formal, não – formal e informal. Este artigo teve como objectivo analisar as diferentes concepções e modalidades de educação e ainda distinguir as concepções de educação entre si quanto a acção patente do educador e a finalidade em cada processo educativo, trata-se de um artigo que resultou de uma pesquisa exploratória de índole bibliográfica com realce para as obras de Aranha [1], Gago [2], Gervilla [3], Gohn [4], Ocaña[5], Rodrigues e Ferrão [6] e Saviani [7, 8].

* Universidade Pedagógica de Moçambique - Delegação de Manica, Mozambique E-mails: [email protected] Data de envio: 30/11/2017 Data de aceite: 10/02/2018 http://dx.doi.org/10.18226/23185279.v6iss1p38

SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V. 6, N. 1, PP. 38 — 47, 2018



II. CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO 2.1 Principais concepções de educação Para Quintas e Muñoz [9] “todo educador é necessário que possua uma ideia clara de educação”, contudo, o conceito de educação não é definido numa única perspectiva, mas sim em várias, dependendo sobretudo da base psicológica de apoio ou do tipo de aprendizagem, pode ainda ser definido em sentido amplo e estrito; Segundo Vianna [10], a “educação, em sentido amplo, representa tudo aquilo que pode ser feito para desenvolver o ser humano e, no sentido estrito, representa a instrução e o desenvolvimento de competências e habilidades”. O sentido amplo abrange a educação ao longo da vida do ser humano, enquanto, o sentido estrito corresponde às acções educativas que ocorrem na sala de aulas entre o professor e os alunos. Dentre as várias perspectivas da concepção de educação, evidenciamos três fundamentais cuja classificação tem como critério a forma como se dá a aprendizagem, seja ela por recepção, por autoconstrução ou por construção guiada, tais formas por sua vez se alicerçam respectivamente nas teorias psicológicas comportamentalista (Skinner), humanista (Rogers) ou psico – construtivista (Piaget) e sócio – construtivista (Vygotsky). Os fundamentos psicológicos da educação constituem o ponto de partida em que se deduzem uma determinada teoria de ensino e sua prática consequente, eles governam todo o processo de ensino, implicando a necessidade de “encaixar de forma justa e coerente teorias de aprendizagem e prática pedagógica” [9]. Esses autores salientaram ainda que: ...para que o ensino (…) seja uma técnica fundamentada, a prática docente necessita uma explicação científica (…) e esta explicação a oferece a Psicologia (…). A teoria de aprendizagem explica o processo que segue o sujeito que aprende. Descobrir este processo implica uma certa normatividade para o ensino (…). Pelo que ademais tem uma importância fundamental a explicação do processo já que na educação os processos são mais importantes que os resultados [9] (tradução livre). De acordo com Quintas e Muñoz [9], as Aprendizagens podem ser classificadas segundo o grau de planificação e estruturação da informação em:  Receptiva: O aluno recebe a informação previamente estruturada pelo professor, deste modo, o professor é o único que tem a responsabilidade de investigar e estruturar a matéria, elaborando resumos que posteriormente fornece aos seus alunos, tal como o seguinte esquema: transmissão P (professor) + M (matéria)   A (aluno)

Por descoberta autónoma: O aluno é quem investiga e estrutura a informação com facilitação do professor, enfatiza-se apenas a interacção entre o aluno e a matéria, conforme as palavras de Aranha[1], de que “o conhecimento é concebido como resultado da acção que se passa entre o sujeito e um objecto…mas resulta da interacção entre ambos”, isso pode ser representado no esquema abaixo:

facilitação A (aluno) + M (matéria)   P (professor)



Por descoberta guiada: O aluno é quem investiga e estrutura a informação com mediação do professor, enfatiza-se tanto a interacção entre o aluno e a matéria, como a interacção social entre o aluno e o professor ou colegas, o que pode ser esquematizado da seguinte forma.

mediação A (aluno) + M (matéria)   P (professor)

2.1.1.

Educação na perspectiva Comportamentalista

Conductista

ou

Na aprendizagem receptiva entendemos a educação no sentido amplo como sendo um processo de transmissão de conhecimentos e atitudes de gerações adultas para gerações novas e no sentido estrito como um processo de transmissão de conhecimentos e atitudes aos alunos pelo professor. É nesta linha de pensamento que se integra o conceito de que, a educação é um processo que consiste na transmissão aos alunos de um conjunto de conhecimentos e valores sociais acumulados pela comunidade científica, como verdades universais, verdades estas, que geralmente, estão dissociadas da experiência dos alunos e das realidades sociais [11], para estes autores, a educação na perspectiva conductista “se caracteriza pela transmissão de saberes técnicos mediante um adestramento experimental centrado no reforço”; E ainda, o conceito de que a educação é o ensino dos conteúdos pelo professor e aquisição passiva pelo aluno de conhecimentos, atitudes e hábitos difundidos pelas civilizações [10]. Gervilla [3] apresentou os recursos utilizados nessa concepção de modelo pedagógico, caracterizada essencialmente pelo magistrocentrismo, com exposição por parte do professor, memorização e repetição por parte do aluno, a saber: ...classes expositivas, actividades individuais e de grupo, geralmente repetitivas, encaminhadas a aquisição de objectivos operativos e automatismos diversos: Condutas observáveis e medíeis. Importância das técnicas de modificação da conduta já que, com frequência, se utilizam métodos para mudar, fomentar ou reforçar uma conduta, assim como para conseguir outras [3] (tradução livre).

SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V. 6, N. 1, PP. 38 — 47, 2018

Trata-se de uma concepção de educação defendida por Pavlov, Watson e Skinner, que tem o estímulo ambiental como factor de aprendizagem, que considera o aluno como um ser moldável que aprende recebendo conhecimentos; Enfatiza a avaliação da conduta moral (quietude, obediência) e técnica [1, 2]. É uma concepção de educação que privilegia métodos didácticos centrados no professor, tais como o expositivo e o demonstrativo, nos quais as actividades do professor concentram-se em explicar, ditar e dar exercícios, enquanto as dos alunos são de observar, ouvir ou escutar, anotar, responder, exercitar ou repetir, decorar ou memorizar. Essa concepção de educação integra-se no modelo educativo tradicional e conductista ou tecnicista, que segundo Gervilla [3] apoia-se na base psicológica do conductismo ou comportamentalismo, em que por sua vez, a programação curricular baseia-se nos objectivos operativos ou nos comportamentos observáveis e na aprendizagem memorística. Considera-se uma ideia de educação que estabelece um tipo de relação de comunicação ao nível da sala de aulas caracterizado, conforme Quintas e Muñoz [9], pelo controlo do conhecimento por parte do professor, que é o único a tomar decisões e a controlar, pelo papel receptivo – passivo do aluno, pela existência de uma comunicação linear e pela inexistência de relações entre os alunos; Outras

características da relação de comunicação desta concepção de educação foram referidas por Teixeira e Reis [12], cujas falas são: Normalmente, os professores preferem dispor as carteiras (mesas e cadeiras) em filas e colunas. Esta disposição mais tradicional da organização do espaço da sala de aula era de tal forma considerada benéfica, em épocas anteriores, que as filas das carteiras estavam presas ao chão. No entanto, revela ser a mais adequada para situações nas quais os alunos devem concentrar a sua atenção no professor, na informação escrita no quadro ou projetada, quer durante a exposição de um tema quer durante o trabalho individual no lugar [13]. O entendimento da educação como um processo de transmissão do conhecimento ao aluno permite-nos determinar a organização das carteiras na sala de aulas, que geralmente encontram-se dispostas em filas e colunas [13], não favorecendo a interacção face a face nem o trabalho em equipa nos alunos, o que por sua vez não garante o desenvolvimento de competências sociais e do espírito de tolerância nos alunos; Tal organização das carteiras encontrase representada na figura 1.

Fig. 1: Modelo de classe na Concepção Conductista da Educação [13]. 2.1.2.

Educação na perspectiva Humanista e Psico – cognitiva

Na aprendizagem por descoberta autónoma ou pura compreendemos a educação no sentido amplo como um processo de desenvolvimento intelectual do ser humano e no sentido estrito como um processo de facilitação da autoconstrução de conhecimentos e atitudes nos alunos pelo professor. De acordo com Aranha [1], nesta perspectiva de educação “o professor não comanda o processo de aprendizagem, mas

é antes um facilitador da actividade do aluno. …predomina a não – diretividade, pela qual o mestre não dirige, mas cria as condições de actuação da criança”. Para Gago [2], esta forma de educação constitui-se como um processo no qual o aluno “vai construindo gradualmente o conhecimento da realidade segundo um modelo próprio”, ele vai organizando e relacionando o novo conhecimento com os previamente adquiridos e em seguida armazena o novo conhecimento na estrutura mental. Dentre as características integrantes desta concepção de educação destacam-se o aprender a aprender, pedocentrismo (aluno como centro do ensino), o privilégio do processo de descoberta do conhecimento em detrimento da transmissão

SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V. 6, N. 1, PP. 38 — 47, 2018

de conteúdos [1]. Apresentam-se ainda como características, o princípio do aprender – fazendo (metodologia activa e criativa) “tornando-se o professor apenas um facilitador da aprendizagem” [1], a dinâmica de grupo desenvolvida por Carl Rogers “em que dez a quinze pessoas interagem sob a observação de um monitor, que intervém no mínimo possível” para dissolver as relações de autoridade que surgem [1]. Logo, evidencia-se como método didáctico deste modelo de educação o trabalho independente quer ao nível de cada aluno ou de grupos de alunos, como no caso de experimentação, actividade individual, análise e síntese individual de dados ou informações. Por conseguinte, a concepção de educação como um processo de facilitação da autoconstrução do conhecimento no aluno integra-se no modelo educativo Humanista de Rogers e Psico – cognitivo de Piaget, que tem a inteligência

ou esquemas mentais como factor de aprendizagem, que considera o aluno como um ser pensante capaz de construir o seu conhecimento ao interagir com o ambiente de aprendizagem e que enfatiza a avaliação do comportamento escolar (atitude na aula, síntese da matéria, organização, realização de tarefas escolares) [2]. Nesta concepção de educação estabelece-se na sala de aulas um tipo de relação de comunicação no qual o conhecimento está no grupo, o professor funciona como animador estimulando e dinamizando os alunos durante a realização das actividades, os alunos podem organizar-se livremente, a relação professor – aluno é individual e permanente e as interrelações entre alunos são livres [9]; As carteiras são organizadas em círculo [13], o que melhora a interacção livre entre alunos, porém reduz a distância emocional entre eles e impede o professor de se movimentar livremente, conforme mostra a figura 2.

Fig. 2: Modelo de classe na Concepção Humanista e Psico – cognitiva da Educação [13]. 2.1.3.

Educação na perspectiva Sócio – cognitiva

Na aprendizagem por descoberta guiada a educação é compreendida no sentido amplo como sendo um processo de desenvolvimento integral do ser humano [5], no sentido estrito a educação é vista como um processo de mediação da construção de conhecimentos e atitudes nos alunos pelo professor. Constitui um conceito de educação que corresponde a pedagogia histórico – crítica, considerada por Saviani como uma nova formulação teórica da educação, na qual “a educação é entendida como mediação no seio da prática social global” [7]. Nesta linha de pensamento insere-se o conceito de Nérici [14], segundo o qual, a “educação é o processo que visa

orientar o educando para um estado de maturidade que o capacite a encontrar-se conscientemente com a realidade, para, nela, actuar de maneira eficiente e responsável, a fim de serem atendidas necessidades e aspirações pessoais e colectivas”. Esta concepção de educação relaciona-se com o método de ensino semi – indirecto, que se distingue dos outros porque, nele “os participantes interagem entre si, é lançada a discussão e há troca de opiniões sobre o problema, mas continuam ligados ao formador. (…) formador (…) seu papel é fundamental enquanto orientador e regulador da dinâmica formativa” [6]. É uma concepção de educação em que cabe ao professor guiar o aluno na construção do conhecimento, segundo Gago [2],

SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V. 6, N. 1, PP. 38 — 47, 2018

...é fulcral orientar o aluno na análise de situações – problema propondo-lhe questões que o farão explorar diversos percursos e recursos para realizar/resolver a tarefa que lhe é pedida. O caminho faz-se caminhando, mas não deve ser solitário, o que também não significa que seja dado. Sendo assim, nesta concepção de educação encontramos os métodos cooperativos, defendidos por Vygotsky e Paulo Freire, são métodos centrados no aluno e no professor, nomeadamente, o trabalho colectivo, grupos de discussão ou debate, a pesquisa grupal e a problematização [1, 7]. Nesses métodos as actividades do professor consistem em expor um problema ou situação da comunidade ligado ao conteúdo, dar questões ou tema e bibliografia, ensinar a estudar e a debater, formar grupos de estudo, guiar a aprendizagem, orientar debates e opinar, por sua vez, as actividades dos alunos resumem-se em analisar problemas ou informações, pesquisar soluções, estudar em grupos, debater, expor resultados de pesquisa [2]. De acordo com Gervilla [3], esta concepção de educação corresponde ao modelo educativo integrador (por incluir princípios do modelo conductista e psico – cognitivo) ou sócio – cognitivo, que tem como factor de aprendizagem a interacção social, em que o aluno é visto como um ser pensante e social que constrói o seu conhecimento ao interagir com o professor e colegas sobre a matéria e enfatiza-se a avaliação do comportamento escolar e social

(ajuda, iniciativas de projectos sociais), este autor destaca as seguintes características do modelo integrador: Utiliza, em determinados momentos, o modelo conductista (ocasiões mais escassas em que o uso deste modelo se faz necessário); Adquirem especial importância as relações de comunicação em que professor e aluno, cada um de sua situação, se sentem igualmente protagonistas. Trata-se não de que só o aluno seja protagonista (purocentrismo) ou o professor (métodos tradicionais) mas de que sejam ambos, tendo cada um suas próprias iniciativas e acções [3] (Tradução livre). Trata-se de uma concepção de educação que estabelece uma relação interactiva na sala de aulas, em que o conhecimento encontra-se no professor e no material (livro), o professor é orientador e facilitador da aprendizagem, os alunos se colocam em grupo segundo as tarefas a realizar e consultam a documentação livremente, e as comunicações são livres e estão baseadas no trabalho em equipa [9]. E ainda, as carteiras são organizadas em grupos de 4 ou 6 alunos [13], o que permite a “realização escolar, a tolerância e a aceitação da diversidade e o desenvolvimento de competências sociais”[13], na medida em que os alunos dialogam sobre a matéria e se ajudam mutuamente na compreensão da mesma, como mostra a figura 3.

Fig. 3: Modelo de classe na Concepção Sócio – cognitiva da Educação [13]. 2.2.

A Concepção de Educação na Actualidade

A educação deve ser vista como um processo triplicado, que ao mesmo tempo permite a humanização, a socialização

e a singularização da pessoa por meio da apropriação da herança cultural. O Homem é um ser pensante e social, ele não é um ser autómato que age sem questionar, assim, não parece razoável considerar a educação como um mero

SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V. 6, N. 1, PP. 38 — 47, 2018

processo de transmissão de conhecimentos do professor para os alunos, pois, isso, que significa um processo de moldagem do carácter do aluno, não o permite a transferência e aplicação de novos saberes a novas situações, levando deste modo ao conformismo social e a dependência da pessoa ao capital [2]. Essa concepção de educação não é actual, contudo, infelizmente, ainda está presente em todos os níveis de escolarização, de acordo com Aranha [1], a prevalência da concepção conductista da educação nas escolas deve-se a factores inerentes a escola, tais como, a formação de professores, na medida em que “as escolas assumem as novas práticas sem que os professores estejam adequadamente informados sobre a teoria”, a organização da escola, apontando o “tamanho das classes, exigências de programas, problemas legais de avaliação, promoção de alunos”. Para Aranha [1], a “educação não é, porém, a simples transmissão da herança dos antepassados, mas o processo pelo qual também se torna possível a gestação do novo e a ruptura com o velho”. Por outro lado, considerar a educação como um genuíno processo de facilitação da autoconstrução de saberes, pode levar ao individualismo e até a uma preparação académica insuficiente ou mesmo incorrecta da pessoa [2]. Desse modo, há sempre uma necessidade de se guiar o aluno no processo da construção do seu saber, num ambiente de diálogo sobre a cultura e de colaboração na análise e solução dos vários problemas que a sociedade vive, o que implica a consideração da educação como um processo de mediação da construção de saberes e atitudes no aluno pelo professor, porque, só assim é que se pode formar pessoas não apenas autónomas, críticas e criativas, mas também responsáveis e solidárias, segundo Delors [12]: ...o trabalho do professor não consiste simplesmente em transmitir informações ou conhecimentos, mas em apresentá-los sob a forma de problemas a resolver, contextualizando-os e perspectivando-os de tal modo que o aluno possa estabelecer a ligação entre a sua solução e outras interrogações mais abrangentes. A relação pedagógica visa o pleno desenvolvimento da personalidade do aluno no respeito pela sua autonomia (…). O trabalho e diálogo com o professor ajudam a desenvolver o sentido crítico do aluno[12]. Portanto, uma educação útil constitui um processo que consiste em guiar uma pessoa para um estado de autonomia, de espírito crítico, criativo, responsável e solidário, conferindo-a competências de solução de problemas e de vida harmónica [14]. III. FINALIDADES DA EDUCAÇÃO As finalidades da educação constituem os propósitos ou as intenções que se pretendem alcançar com as acções educativas, para o caso da educação que se realiza numa instituição escolar, sobretudo estatal, as finalidades da

educação encontram-se plasmadas na Lei de Directrizes e de Bases do Sistema de Educação do país. Para que se concretize a finalidade plasmada numa Lei do Sistema de educação é imprescindível que a pedagogia ou a teoria de educação aplicada corresponda com a tal finalidade[1], isto significa que as acções educativas devem pertencer a pedagogia que determina a finalidade pretendida, assim, por exemplo, por mais que pretendamos o desenvolvimento integral das pessoas, essa finalidade não pode se concretizar se estivermos a aplicar uma pedagogia conductista; Em conformidade com Aranha [1]: ...se as diversas etapas não estiverem claras para o professor, o processo pedagógico pode resultar em insucesso com relação aos fins propostos ou, ainda, em incoerências na acção. Essa incoerência existe, por exemplo, quando um professor pensa estar adoptando o construtivismo mas baseia suas aulas na exposição oral, buscando nas avaliações o retorno do que foi ensinado. Neste caso, os procedimentos contradizem a teoria [1]. Cada pedagogia ou concepção da educação já carrega em si uma determinada finalidade educativa. De acordo com Ocaña [5], Hurtado e González [11], a pedagogia tradicional tem como finalidade a de forjar o carácter da pessoa, a humanista visa a liberdade individual, a conductista tem o propósito de moldar a conduta técnica – produtiva do indivíduo, a psico – cognitiva visa o desenvolvimento intelectual, a sócio – cognitiva propõe-se ao desenvolvimento integral da pessoa. Desse modo, as práticas das acções educativas concernentes a pedagogia tradicional e conductista permitem dar carreira ao indivíduo para viver [1], com isso, o indivíduo torna-se refém da sua carreira para sobreviver, no entanto, é essencial prepara-lo para enfrentar com sucesso os obstáculos que surgem ao longo da sua vida e, para tal, tem que se pensar na adopção das pedagogias que garantem a liberdade e o desenvolvimento pleno[5]. As pedagogias psico – cognitiva e humanista permitem formar pessoas autónomas, críticas e criativas, capazes de melhorar a situação em que vivem, distinguem-se da sócio – cognitiva pelo facto desta permitir a formação de pessoas competentes que sejam também inovadoras, responsáveis e solidárias, capazes não só de melhorarem a situação em que vivem, mas ainda, de viver e conviver com as outras pessoas num ambiente de paz e de cooperação [12]. De acordo com Nérici [14], a educação deve ter como propósito formar o homem consciente, eficiente e responsável, isto é, o homem que conhece, que sabe actuar, que é sensibilizado por profundo respeito a tudo que existe e, principalmente, pelos seus semelhantes, orientando, assim, o seu comportamento por valores sócio – morais. Conforme Delors [12] cabe à educação fornecer as pessoas as bases culturais que lhes permitam decifrarem, na medida do possível, as mudanças em curso, o que supõe a capacidade de operar uma triagem na massa de informações, a fim de melhor as interpretar, e de reconstituir os

SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V. 6, N. 1, PP. 38 — 47, 2018

acontecimentos inseridos numa história de conjunto. Este autor salientou que: ...para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se à volta de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão dalgum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as actividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes [12]. Por conseguinte, a educação não deve circunscrever o seu

propósito em conferir capacidades morais e profissionais a pessoa, mas, sobretudo conceder a pessoa competências de entendimento, de actividade independente e colaborativa, de vida livre e harmoniosa e de responsabilidade, para encarar com êxito os seus próprios problemas ou da comunidade em que vive quer de forma autónoma quer em colaboração com as outras pessoas [2, 12]. O Quadro 1 que se segue apresenta o resumo das principais concepções de educação assentes no tipo de aprendizagem, as concepções estão integradas nas respectivas pedagogias e são descritas segundo o verbo predominante, método de ensino, actor principal, finalidades e função social, bem como os pilares do conhecimento proporcionados por cada uma destas três vertentes principais da educação. Os pilares do conhecimento constituem as aprendizagens fundamentais que uma pessoa necessita para ter sucesso ao longo da sua vida [12].

Quadro 1: Resumo das principais Concepções e Finalidades de Educação, baseado em Aranha [1], Gago [2], Gervilla [3] e Saviani [7, 8]. Tipo de aprendizagem (representante)

Conceito de educação

Verbo tónico no conceito

Método de ensino

Actor

Pedagogia

Tipo de Homem e de sociedade

Pilares do conhecimento

Receptiva (Pavlov, Watson e Skinner)

Processo de transmissão do conhecimento ao aluno.

Transmitir

Directo ou centrado no professor

Professor

Conductista ou Tecnicista.

Saber – repetir e saber – refazer.

Por descoberta autónoma (Rogers e Piaget)

Processo de facilitação da autoconstrução do conhecimento no aluno.

Facilitar

Indirecto ou centrado no aluno

Aluno

Humanista e Psico – cognitiva

Receptivo, passivo e autómato. Redentora e Reprodutora. Autónomo, crítico e criativo. Crítico – Reprodutora.

Por descoberta guiada (Vygotsky)

Processo de mediação da construção do conhecimento no aluno.

Mediar

Semi – indirecto ou cooperativo ou centrado em ambos

Aluno e professor

Sócio – cognitiva

Autónomo, crítico, criativo e inovador, responsável e solidário. Transformadora.

Saber, saber conhecer, saber fazer, saber ser e estar.

IV. MODALIDADES DE EDUCAÇÃO 4.1. As modalidades de educação e sua relação com as concepções de educação A educação pode ser classificada em três categorias, designadamente, educação formal, educação não – formal e educação informal, trata-se de uma classificação assente nos critérios de grau de formalização, de intencionalidade, de deliberação e estruturação das actividades educativas[4, 15]. 4.1.1.

Educação formal

Esta modalidade de educação realiza-se nas escolas e nas universidades, sendo por isso designada ainda por educação escolar, é metodicamente organizada seguindo um currículo, regras e leis de âmbito nacional, dividida em disciplinas e classe de conhecimento, é uma modalidade de educação que culmina com a obtenção de certificado de habilitações [15]. Nesta modalidade de educação quem educa é o professor,

Saber, saber conhecer e saber fazer.

num ambiente normalizado com regras e padrões comportamentais previamente definidos, com principal preocupação de ensinar conteúdos historicamente sistematizados e normalizados por leis [4], assim, o tipo de aprendizagem que se destaca nesta modalidade é a aprendizagem receptiva, na qual cabe ao professor elaborar e transmitir conhecimento ao aluno. As características da modalidade de educação formal, acima mencionadas, levam-nos a entender que na educação formal predomina a concepção conductista ou tecnicista da educação, visto que, há semelhança nos aspectos característicos, sobretudo a planificação de padrões de comportamento, a divisão do conhecimento em disciplinas e classes, o ensino sistemático de conteúdos pelo professor e a obtenção de certificado de habilitações. Pois, na concepção conductista da educação o propósito centra-se na “preparação de recursos humanos, ou seja, de mão – de – obra qualificada” para o mercado de trabalho, “há reuniões de planejamento, nas quais os objectivos instrucionais e operacionais são rigorosamente esmiuçados (…) se referem às mudanças comportamentais esperadas”, o professor “transmite um conhecimento técnico e objectivo” e

SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V. 6, N. 1, PP. 38 — 47, 2018

há “fragmentação do saber em diversos campos das ciências particulares”[1]. 4.1.2.

Educação não – formal

A educação não – formal é aquela que se realiza fora da jurisdição escolar como suplemento a educação formal e não culmina com a obtenção de um nível académico ou diploma oficial. De acordo com Gohn [4], a educação não – formal ocorre em ambientes e situações interactivos construídos colectivamente, segundo directrizes de determinados grupos em que as pessoas participam de forma optativa com uma intencionalidade na sua acção e no acto de transmitir ou trocar conhecimentos, enfatiza o compartilhamento de experiências no grupo. Trata-se de uma modalidade de educação que pode ocorrer em forma de seminários, workshops ou trabalhos de campo, em centros culturais, jardins botânicos ou zoológicos, museus de arte ou de ciências, em praças e feiras [4, 16]. Relativamente a educação formal, a não – formal não se baseia na Lei do Sistema Nacional de Educação, é orientada por directrizes de um grupo particular de pessoas e para educandos que não estão oficialmente matriculados na escola, por isso considera-se extra – escolar e não formalizada, sem certificação ou com certificação não oficial, no entanto, é um tipo de educação organizado, intencional, deliberado e sistematizado nos seus objectivos, conteúdos e programas. Cascais e Terán consideraram a Pedagogia de Paulo Freire, que é a Pedagogia da consciencialização ou da problematização, como exemplo ideal da educação não – formal, porque, segundo eles, nesta pedagogia os alunos podem discutir sua realidade e fazer além da leitura da palavra, a leitura do mundo [15]. Assim, podemos perceber que na modalidade de educação não – formal predomina a concepção sócio – cognitiva da educação, na medida em que se privilegia a discussão e a problematização de conteúdos, conforme Gohn [4] na educação não – formal “o método nasce a partir de problematização da vida cotidiana” e essa educação “visa à formação integral dos indivíduos”. 4.1.3.

Educação informal

A educação informal é um processo contínuo, por meio do qual cada pessoa adquire e acumula naturalmente saberes e habilidades, a partir das experiências diárias e da sua exposição ao meio envolvente, é assim “um processo permanente e não organizado” [15]. Constitui uma modalidade de educação não formalizada nem intencional ou sistemática, embora em determinados contextos possa ter um certo nível de intencionalidade e sistematização, como no caso da educação familiar e religiosa, segundo Aranha [1] “mesmo quando a educação na família é intencional, deliberada, não é tão organizada, planejada ou controlada como é (ou deveria ser) na escola”. Ela ocorre durante o processo de socialização das pessoas em espaços da família, vizinhos, clube, lazer, entretenimento

por meio de livro ou televisão, das igrejas em casos de cultos e até na escola entre os grupos de amigo [4]. Consequentemente, é uma modalidade de educação que não oferece nenhum tipo de certificação e que de um modo geral é ocasional, tal como referiu Aranha [1], ao dizer que a educação informal é assim chamada “por não ser organizada, mas casual e empírica, exercida a partir das vivências e com base no bom senso”. O facto da educação informal se basear nas experiências diárias e nas vivências da pessoa, também por ter um carácter de espontaneidade, leva-nos a entender que nela predomina a concepção psico – cognitiva da educação, na qual segundo Gago [2], a pessoa “vai construindo gradualmente o conhecimento da realidade segundo um modelo próprio”, ela vai organizando e relacionando o novo conhecimento com os previamente adquiridos e em seguida armazena o novo conhecimento na estrutura mental. 4.2.

Educação ao longo da vida

No tempo em que vivemos, ninguém pode pensar adquirir, na juventude, uma bagagem inicial de conhecimentos que lhe baste para toda a vida, pois, a dinâmica do mundo actual impõe uma actualização contínua dos saberes e capacidade de realizar uma diversidade de actividades na vida, portanto, as pessoas precisam de se adaptar às novas exigências do mundo de trabalho e às transformações que vão ocorrendo na sociedade humana. Para tal, devem existir condições tanto na pessoa como no meio social em que vive, de tal modo que a pessoa continue a aprender sozinha ou em colaboração com as outras pessoas, mesmo depois da sua fase da juventude ou no momento em que estiver a exercer a sua actividade profissional; Essas condições constituem quer as competências de aprendizagem autónoma ao nível da pessoa quer a existência da diversidade da educação no meio social. As competências de aprendizagem autónoma, que podem ser adquiridas se utilizado o modelo pedagógico adequado, facilitam a aprendizagem de novos conceitos ao longo da vida em diferentes campos educativos, informal, formal ou não – formal, ou seja, para que se continue a aprender de forma independente ao longo da vida é necessário que se tenha competências de estudo individual, pois, conforme as palavras de Lemmer [17], “a aprendizagem ao longo da vida inclui a ideia do desenvolvimento da capacidade de auto – aprendizagem”, este autor esclareceu ainda que: A aprendizagem ao longo da vida expressa a ideia de que a aprendizagem é um processo contínuo que tem lugar ao longo de toda a vida, e que se torna necessário pelo facto de a informação estar a aumentar rapidamente e a mudar durante a nossa vida. A aprendizagem não pára quando uma pessoa sai da escola ou de uma instituição de ensino formal. O mundo da aprendizagem tornou-se parte da vida do dia-adia e também do mundo do trabalho. Um aluno ao longo da vida é alguém que compreende diferentes estratégias de aprendizagem e que tem a capacidade de aplicar a estratégia adequada à

SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V. 6, N. 1, PP. 38 — 47, 2018

tarefa de aprendizagem que tem em mãos (p. 190)[17]. As competências de auto – aprendizagem permitem-nos ter sucesso na aprendizagem em vários ambientes educativos, estes diversos campos educativos impedem que a pessoa se limite no processo da sua educação e garantem a educação da pessoa ao longo da sua vida [17]. A construção contínua da pessoa não se dá apenas na escola, inclui a educação que se recebe em ambientes informais e não – formais, de facto, não há um tipo de educação que pode, “por si só, prover a todas as necessidades educativas da vida humana” [12]. Desse modo, a educação informal é complementada pela formal e esta por sua vez pela não – formal, isto é, “a educação ao longo de toda a vida (…). Junta o conhecimento não formal ao conhecimento formal” [12]. Por um lado, a educação informal permite a socialização dos indivíduos, desde o nascimento, a partir do desenvolvimento de hábitos, comportamentos e modos de se expressar, que fazem parte da sua realidade; Por outro lado, a educação formal pode tornar o indivíduo um cidadão reflexivo e crítico na sociedade, a partir do ensino de conteúdos historicamente sistematizados e normatizados; Enquanto, a educação não - formal prepara os cidadãos para a civilidade, permite a formação política e sociocultural dos indivíduos [4]. O conceito de educação ao longo da vida “engloba a visão duma sociedade de aprendizagem, na qual a educação está acessível para todos e é dada numa variedade de cenários formais, não – formais e informais” [17], outrossim, para Delors [12]“a educação ao longo de toda a vida baseiase em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser”. Segundo Delors [12] aprender a conhecer torna a pessoa consciente, significa aprender a aprender, ou seja, desenvolver a capacidade de auto – aprendizagem, o que por sua vez permite a aprendizagem ao longo da vida ou, é importante para se “beneficiar das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida”, pois, dá “a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias”. Conquanto, aprender a fazer significa tornar-se eficiente e eficaz nas suas acções, aprender a viver juntos implica ser capaz de trabalhar em colaboração com as outras pessoas e ter um espírito de tolerância para com as acções dos outros e, aprender a ser, que significa tornar-se responsável, solidário, autónomo, crítico e criativo.

V. CONCLUSÕES O assunto de concepções e modalidades de educação não se esgota neste artigo, havendo muita literatura que o pode enriquecer, todavia, considerando a nossa preocupação primordial de facilitar na compreensão das concepções e modalidades de educação, acreditamos que este estudo é um valioso contributo para estudantes e profissionais da área de educação que procuram entender as diferenças existentes entre as principais concepções de educação e ainda as

modalidades de educação. Portanto, abordamos a educação no contexto teórico, na medida em que, descrevemos a educação na perspectiva Conductista, Psico – cognitiva e Sócio – cognitiva; Na perspectiva Conductista a Educação é o processo de transmissão do saber ao aluno pelo professor, visando a formação moral e técnica, enquanto, na perspectiva Psico – cognitiva a Educação constitui um processo de facilitação da autoconstrução do conhecimento no aluno pelo professor, para o desenvolvimento de suas competências intelectuais, por sua vez, na perspectiva Sócio – cognitiva entendemos a Educação como um processo de mediação da construção do saber no aluno pelo professor, com vista ao desenvolvimento de suas competências tanto intelectuais, como sociais e de resolução de problemas. Com esta pesquisa aprendemos também que a Educação pode ser formal, não – formal e informal; A Educação formal é intencional, planificada e preceituada, ao passo que, a não – formal apesar de não ser preceituada ela é intencional e planificada, enquanto, a informal é ocasional, não planificada e não preceituada. Este estudo fez-nos ainda perceber que na educação formal predomina a concepção conductista da educação, na educação não – formal sobressai a concepção sócio – cognitiva da educação e que a educação informal está relacionada a concepção psico – cognitiva de educação. VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] M.L. de Arruda Aranha, Filosofia da educação, Moderna, 2000. [2] M. GAGO, Pluralidade de olhares: construtivismo e multiperspectiva no processo de aprendizagem, Lisboa: Pensar a educação, (2012). [3] Á. Gervilla, Proyecto educativo de carácter curricular, Magisterio, 1985. [4] M. da Glória Gohn, Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas, Rio de Janeiro: Revista Ensaio-Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 14 (2006) 11-25. [5] A.L. Ortiz Ocaña, Modelos Pedagógicos: Hacia una escuela del desarrollo integral, Barranquilla: Monografías, (2005). [6] L. FERRÃO, M. RODRIGUES, Formação Pedagógica de Formadores. Manual prático lidel, in, Lisboa: Lidel–Edições Técnicas, 2000. [7] D. Saviani, Pedagogia: o espaço da educação na universidade, Cadernos de pesquisa, 37 (2013) 99-134. [8] S. Dermeval, As teorias da educação e o problema da marginalidade na América Latina, Cadernos de Pesquisa, (1982) 8-18. [9] S.F. Quintas, A.R. Muñoz, Proyecto pedagógico: diseño y práctica, Copistería de la Escuela Universitaria de EGB, 1986. [10] C.E.S. Vianna, Evolução histórica do conceito de educação e os objetivos constitucionais da educação brasileira, Janus, 3 (2008). [11] M. Gómez Hurtado, N.R. Polanía González, Estilos de enseñanza y modelos pedagógicos. Un estudio con profesores del Programa de Ingeniería Financiera de la

SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V. 6, N. 1, PP. 38 — 47, 2018

Universidad Piloto de Colombia, in, http://repository.lasalle.edu.co/bitstream/handle/10185/1667/ T85.08%20G586e.pdf, 2008. [12] J. Delors, F. Chung, B. Geremek, W. Gorham, A. Kornhauser, M. Manley, M.P. Quero, M.-A. Savané, K. Singh, R. Stavenhagen, Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, ______. Educação um tesouro a descobrir, 6 (1996). [13] M.T. Teixeira, M.F. Reis, A organização do espaço em sala de aula e as suas implicações na aprendizagem cooperativa, Revista Meta: Avaliação, 4 (2012) 162-187. [14] I.G. Nérici, Introdução à supervisão escolar, 5 ed., Editora Atlas S.A, São Paulo, 1990. [15] M.d.G.A. Cascais, A.F. Terán, Educação formal, informal e não formal na educação em ciências, Ciência em Tela. Rio de Janeiro, 7 (2014) 1-10. [16] M. Gadotti, A questão da educação formal/não-formal, Sion: Institut Internacional des Droits de 1º Enfant, (2005) 111. [17] E. Lemmer, Educação contemporânea: questões e tendências globais, Maputo: Texto Editora, (2006).

Helpful Social

Copyright © 2025 ELIBRARY.TIPS - All rights reserved.