Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 ISBN

Londrina, 29 a 31 de outubro de 2007 – ISBN 978-85-99643-11-2

VIABILIDADE DOS RECURSOS DE ALTA TECNOLOGIA ASSISTIVA NA INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS C

Author Artur Ferrão de Paiva

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VIABILIDADE DOS RECURSOS DE ALTA TECNOLOGIA ASSISTIVA NA INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL Professoras: Enicéia Gonçalves Mendes Cristina Yoshie Toyoda Orientandas: Sheyla de Souza Lima Leal Renata Paschoalino Vivian Caroline de Lima Universidade Federal de São Carlos

RESUMO O projeto do Grupo de Pesquisa GP-FOREESP da UFSCar tem como objetivo a implementação de uma experiência piloto envolvendo recursos de alta tecnologia assistiva para favorecer a escolarização de crianças com paralisia cerebral, que se encontram inseridas nas escolas da rede pública municipal de ensino em uma cidade do interior de São Paulo. Os resultados parciais apontam que a utilização de recursos computacionais é benéfica e essencial para as crianças com paralisia cerebral durante os processos de escolarização. Cabe salientar que a utilização desses recursos requer conhecimentos e habilidades dos profissionais que precisam ser efetivamente formados nesta área ainda pouco explorada no país. Financiamento: CNPq 1. Introdução

Estudos produzidos por alunos e professores da UFSCAR(Universidade Federal de São Carlos) na cidade de São Carlos localizada no interior de São Paulo, demonstram que muitas crianças com paralisia cerebral apresentam dificuldades de aquisição de leitura e escrita durante o processo de escolarização. Nesta perspectiva, o projeto “ viabilidade dos recursos de Alta Tecnologia Assistiva na inclusão escolar de crianças com paralisia cerebral”, financiado pelo CNPq (Centro Nacional de Pesquisa) está sendo desenvolvido por um grupo de pesquisa com a orientação de duas professoras responsáveis: Enicéia Gonçalves Mendes e Cristina Yoshie Toyoda e estudantes de graduação e

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pós-graduação em Terapia Ocupacional e Pedagogia, junto a uma sala de recurso em uma escola de ensino regular municipal. Entre algumas das atividades de campo são conduzidas por duas estudantes do curso de graduação em Pedagogia e uma estudante de pós-graduação em educação, que está em andamento durante o ano letivo de 2007 junto a uma sala de recurso em escola de rede municipal de ensino fundamental. Tem-se como proposta a utilização de algumas tecnologias assistiva capazes de auxiliar o processo de aquisição de leitura e escrita por crianças com paralisia cerebral. Cabe ressaltar que a paralisia cerebral origina-se de algum tipo de lesão no cérebro que, entre outras conseqüências, leva ao comprometimento da movimentação da pessoa. Neste contexto, as tecnologias assistiva podem ser utilizadas como ferramentas que possibilitam o desenvolvimento das habilidades de crianças que não conseguem realizar, por exemplo, a escrita fina, com uso de lápis e caderno ou mesmo manusear o mouse padrão, mas conseguem fazer uso do computador com mouse e teclados adaptados. Tais recursos são capazes de atender às necessidades educacionais especiais e dessa forma potencializar as aprendizagens da leitura e escrita, favorecendo sua formação escolar em escolas inclusivas. Dessa forma visam-se com o projeto favorecer a democratização do ensino, acesso e permanência na escola regular às crianças com paralisia cerebral, de forma a atender realmente suas necessidades específicas a fim de desenvolverem suas habilidades. Isso significa construir o conhecimento junto a elas de maneira contextualizada e significativa sobre o ambiente de seu lar, de tudo aquilo que está em torno dela, da utilidade das coisas dentro de casa e da relação entre os objetos e as pessoas. Trabalhar atividades relacionadas ao seu contexto, a sua vida. Fazer referências aos alimentos, vitaminas, frutas, assim como a importância das demais atividades da vida diária, a higiene pessoal, os hábitos saudáveis, entre outros. A partir do diagnóstico Clinico podemos utilizar a alta tecnologia assistiva para favorecer a transmissão de mensagens ao cérebro, ao manuseio físico entre a criança com paralisia cerebral e os equipamentos de tecnologia assistivas como, por exemplo, os mouses e teclados adaptados,

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proporcionando a criança estimulação visual, auditiva, e táctil, com mais freqüência, maior intensidade e maior duração. Todas as técnicas e os programas desenvolvidos têm por base fazer com que as crianças passem pelas etapas do desenvolvimento e que percorram o mesmo caminho trilhado por todas as crianças, tendo possibilidade de manusear o teclado e mouse, desenvolver habilidades de leitura e escrita e se comunicar com utilização do computador. 2. Método Visa-se favorecer e potencializar as aprendizagens encontradas por crianças com paralisia cerebral no processo de escolarização utilizando-se as tecnologias assistivas como recurso pedagógico, considerando que por falta de acessibilidade física, muitas crianças permanecem excluídas mesmo dentro de escolas de ensino regular. Cabe ressaltar que muitas crianças com necessidades educativas especiais ficam sem se beneficiar do ensino ministrado na escola porque lhes faltam recursos tecnológicos necessários e pessoas qualificadas para utilizá-los. No desenvolvimento do projeto, semanalmente, são atendidas crianças com paralisia cerebral em uma sala de recurso com o apoio da professora responsável pela sala. São utilizadas tecnologias assistivas como dispositivo roller mouse adaptado e também teclado especial intitulado intellikeys USB, que proporcionam maior autonomia e oportunidade para as crianças com paralisia cerebral desenvolverem atividades pedagógicas de leitura e escrita elaboradas pelas estudantes de pedagogia e pós-graduação. A equipe que compõe o projeto se reúne para supervisão semanal com a professora responsável pelo projeto para leitura e discussão de textos relativos ao tema, como também para reflexões sobre o andamento e realização das atividades da semana seguinte. O desenvolvimento do projeto visa contribuir no acesso e melhoria da qualidade de ensino à crianças com paralisia cerebral de forma a desenvolverem suas habilidades utilizando as tecnologias assistivas como ferramentas pedagógicas que favorecem a inclusão digital e aprendizagens de leitura e escrita.

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3. Resultados

As tecnologias assistivas utilizadas durante o processo de aquisição de leitura e escrita têm favorecido a superação de algumas limitações funcionais e motoras de crianças com necessidades especiais, permitindo-lhes superar barreiras de acesso a aprendizagens de leitura e escrita, visando proporcionar a inclusão social, educacional e cultural visando favorecer a efetiva escolarização em uma escola da rede pública municipal de ensino na cidade de São Carlos. O projeto descrito na introdução envolve três subprojetos que são os seguintes: uma pesquisa de mestrado e duas iniciações científicas. Na pesquisa de mestrado está sendo desenvolvido um instrumento para auxiliar o profissional na avaliação e implementação do melhor tipo de recurso computacional a partir das demandas motoras desses alunos. Os projetos de iniciação científica envolvem a elaboração de manuais dos equipamentos em uma linguagem acessível aos usuários e profissionais, e a avaliação do avanço de seis crianças acompanhadas no primeiro ano do projeto, através da técnica de análise do conteúdo dos diários de campo produzidos pelos envolvidos nesse acompanhamento. Cabe salientar que há duas bolsistas de extensão, financiadas pela PROEX- UFSCar que colaboram na elaboração das atividades de leitura e escrita e acompanham semanalmente as crianças com paralisia cerebral na sala de recurso. As tecnologias assistivas utilizadas durante o processo de aquisição de leitura e escrita têm favorecido a superação de algumas limitações funcionais e motoras de crianças com necessidades especiais, permitindo-lhes superar barreiras de acesso a aprendizagens de leitura e escrita, visando proporcionar a inclusão social, educacional e cultural.

4. Discussão

A idéia de utilizar o computador nos processos pedagógicos remonta aos primeiros sistemas desenvolvidos nos anos 1960. No entanto, essa união entre a Educação e a Computação nunca esteve tão em voga quanto nos dias de hoje, em tempos de telemática e globalização.

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No decorrer deste trabalho, três pontos foram sempre considerados e precisam ser reafirmados agora em nossas considerações finais: 

A participação ativa do professor no processo de construção do ambiente de estudo, através do agente editor, e no uso do sistema, através dos demais componentes da ferramenta que estamos desenvolvendo;



O tratamento personalizado dado ao estudante, através dos agentes pesquisadores, navegador e consultor, ampliando sua autonomia;



O enfoque dado ao aspecto social do processo de ensino / aprendizagem, através dos agentes consultores e notificados.

Baseados em estudos sobre a utilização de alta tecnologia assistiva com crianças com necessidades educacionais especiais, desenvolvemos atividades de leitura e escrita com o uso do computador a fim de desenvolver e potencializar habilidades. Esta proposta segue as novas linhas pedagógicas da educação inclusiva, fazendo uso de técnicas na utilização de ferramentas, de software que favoreçam o entendimento da linguagem tanto na escrita como na fala. A utilização de histórias animadas, contando com um conjunto de atividades levam a criança ao aprendizado da leitura. A utilização do computador também pode facilitar o trabalho com cores e lateralidade. Os resultados parciais apontam que a utilização de recursos computacionais é benéfica e essencial para as crianças com paralisia cerebral nos processos de escolarização por favorecer meios e oportunidades para se desenvolverem. Cabe ressaltar que a implementação desses recursos de tecnologia assistiva requer conhecimento e habilidades dos profissionais que precisam ser efetivamente formados nesta área ainda pouco explorada no país. As tecnologias assistivas favorecem alternativas de ensino por proporcionar meio físicos aos estudantes com paralisia cerebral potencializando o desenvolvimento de suas habilidades de leitura e escrita ao manusear o computador. 5. Referências Bibliográficas

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1. MENDES, E. G. “A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil”. Rev. Brás. Educ. v.11 n.33. Rio de Janeiro, 2006. 2. SILVA, R. G. C. “Concepções pedagógicas e seus desdobramentos: sala regular e sala de reforço especial”. Curso de pós-graduação. Faculdade de Americana, 2006. 3. MENDES, E. G. ; TOYODA, Cristina Yoshie ; LOURENÇO, Gerusa F . Projeto Alta-TA e inclusao: ensino, pesquisa e extensao. In: X Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional, 2007, Goiania. X Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional: Contextos, Territorios e Diversidades.. Goiania : Editora Kelps/Editora da Universidade Catolica de Goiania, 2007. v. 1. p. 1. 4. MENDES, E. G. ; MARCAL, C. R. ; TOSI, M. T. ; MIAO, M. F. J. ; MASSA, P. A. ; BARRETO, S. . A Inserção de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais nas Escolas Municipais de Educação Básica da Rede Municipal de São Carlos. In: III Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial, 2002, Londrina. Novos Rumos da Educação Especial. Londrina : Editora UEL, 2002. v. 1. p. 324-329.

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