Floresta Viva
RELATORIO DE ATIVIDADES
Apoio ao Manejo Florestal Comunitário na RDS Mamirauá
Relatório de atividades Janeiro de 2008 Difusão interna _____________________________________________________________________
Kika, Jeff Janeiro de 2008
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Atividades desenvolvidas................................................................................ 3 Apreciação geral do contexto ........................................................................ 3 As demoras no licenciamento ambiental dos PM................................... 4 Outros problemas com relação as LO......................................................... 6 Uma cheia imprevisível.................................................................................... 7 A baixa valorização da madeira de várzea ............................................... 7 Um numero reduzido de compradores....................................................... 9 Um sistema de exploração / comercialização pouco rentável ......... 9 A concorrencia da madeira clandestina................................................... 10 O endividamento crónico das associações com os compradores .. 11 O endividamento crónico das associações com o IDSM .................... 13
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Atividades desenvolvidas Numa reunião organizada em Tefé no dia 6 dezembro de 2007, o IDSM e o projeto Floresta Viva definiram varios temas de trabalho a serem desenvolvidos conjuntamente no ano 2008 : o o o o o
diversificar os canais de comercialização da madeira da RDS no mercado local consolidar e difundir a modalidade do manejo florestal comunitario documentar e aprimorar a organização social dos manejadores formular subsidios sobre dispositivo de controle / fiscalização no Amazonas acompanhar modalidades de delegação de vistorias IPAAM – IDSM
Foi decidido que o Floresta Viva colocaria a disposição do IDSM um profissional baseado em Tefé para acompanhar a equipe do MFC. A técnica florestal Elenice (Kika) iniciou as suas atividades junto com a equipe do MFC no periodo 9/01/2008 – 19/01/2008.
Apreciação geral do contexto Nos quase 10 anos de Manejo florestal, em áreas de várzea, praticados pelos manejadores da RDSM auxiliados e acompanhados pela equipe técnica do IDSM renderam a RDSM uma forte referencia em desenvolvimento de Manejo florestal comunitário no Amazonas. A eficácia técnica dos manejadores é incontestável, muito em função dos cursos de capacitações recebidos e o acompanhamento técnico constante desse período. No entanto, a legislação florestal brasileira está em constante mudança, da mesma forma que o mercado de madeira, aos pouco mais exigentes e diversificados. As espécies madeireiras de várzea sofreram uma desvalorização em função da diminuição do mercado de compensado, principal produto fabricado no estado há duas décadas atrás, principalmente das espécies de ocorrência em várzea. As espécies manejadas têm hoje um preço relativamente baixo praticado em atividade de manejo e ainda concorrem com as mesmas espécies comercializada de forma clandestina, injusta frente a ideologia do uso sustentável do recurso florestal, condição essa que frente a vários problemas desestimula cada vez mais os manejadores. A rodada de negócio da madeira da RDSM é um espaço criado para os manejadores discutirem as dificuldades e buscar soluções juntos para os problemas que permeiam constantemente o MF de forma geral. Dificuldades como, a falta de água suficiente anualmente para o escoamento da madeira em tora nas áreas de várzea, o atraso da liberação das LO, a falta de estratégia para a comercialização, a falta de informações
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que subsidie o preço da madeira x custos/benefícios do MFC e a organização administrativas insuficiente das associações x dependência do IDSM são fatores que devem ser analisados para viabilizar o MFC da RDSM. Nos últimos 3 anos de exploração dos PMC licenciados da RDSM há uma queda da renda gerada por essa atividade, causando acumulo dividas e insatisfação as associações. Muitas dessas dificuldades não dependem dos manejadores para serem resolvidas, como por exemplo, a falta de água para o transporte das toras ou o atraso da liberação das LO. Porém, fatores como planejamento da exploração, capacidade de exploração x volume comercializado, incluindo o custo total para subsidiar o preço da madeira estão acarretando a uma crise na sustentabilidade da atividade do manejo florestal da reserva Mamirauá.
As demoras no licenciamento ambiental dos PM
Problemas observados O problema é a demora na entrega das LO por parte do IPAAM. Em 2007, 20 associacoes nao receberam LO em tempo e nao puderam explorar… Nessa situacao, nenhuma comunidade fechou contrato de venda de madeira em 2007 (embora foi organizada uma rodada de negocios).
Soluções implementadas pelo IDSM O ajuste do calendário da atividade florestal para antecipar o levantamento de estoque foi a medida tomada pelos manejadores e a equipe técnica/ IDSM para minimizar a dificuldade na demora do licenciamento. A inserção das responsabilidades do IPAAM dentro do calendário foi pensado para dar tempo suficiente ao órgão de se planejar para atender e respeitar o período de exploração dos manejadores da RDS. A mudança ocorreu no período de levantamento de estoque que anteriormente era feito de jul a set com entrega dos dados até final de out, sendo que o pico de exploração acontece de jan a março. No calendário anterior o levantamento de estoque coincidia com a atividade de manejo da pesca do pirarucu, época de grande atividade das comunidades e associações. No entanto, a sobreposição de atividade vai continuar acontecendo, visto que o novo período de lev. de estoque deverá ser de jan e fevereiro.
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O cronograma das atividades dentro de um talhão
Levantamento de estoque Digitação/análise dados Seleção de árvores Protocolar POA Rodada de negocios Vistoria Analise dados/IPAAM Licença de Operação/IPAAM
JAN FEV MAR ABR MAIo JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 2006 C C C C M M M 2007 CM M CM MI MI MI MI I I I I I I 2008
Levantamento de estoque Rodada de negocios Corte/abate das árvores Arraste das toras Formação de jangada Comercialização Digitação/análise dados Seleção de árvores Protocolar POA Vistoria Analise dados/IPAAM Licença de Operação/IPAAM
C
C CM C C
C C
C
C C
C C
M
C
C
I
I
M CM M MI I
I
2009 Levantamento de estoque Rodada de negocios Corte/abate das árvores Arraste das toras Formação de jangada Comercialização
C
C CM C C
C C
C
C C
C C
C
C
O cronograma das atividades familiares JAN FEV MAR ABR MAIo JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ pirarucu Contagem e Controle de lagos Pesca e comercialização Tambaqui / pirapitinga Pesca e comercialização roça Plantio Colheita
O cronograma das rendas monetarias familiares JAN FEV MAR ABR MAIo JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Tambaqui Madeira Pirarucu Elaboração Floresta Viva
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Sugestões do Floresta Viva Analizar junto com as associações o calendário da atividade madeireira, cruzando com outros calendários (outras atividades familiares, ingressos monetários familiares...). Discutir a possibilidade de realizar os levantamentos de estoques em dezembro (para evitar pico de trabalho).
Outros problemas com relação as LO
Problemas observados Problema 1 - Uma associaçao pretende comercializar em 2008 madeira oriunda de uma UPA do PM que tinha LO que venceu há mais de dois anos. Problema 2 - Algumas LO recentemente emitidas pelo IPAAM mencionam a AFLORAM como responsável técnico (ao invés da responsvel técnica da IDSM). Problema 3 - Os volumes indicados nas ACOF de renovação de alguns PM não correspondem aos saldos reais (indicados pelos ATPF, DOF e relatórios pós-exploratórios). Problema 4 pescada”...
Algumas associações estão vendendo “madeira
Soluções implementadas pelo IDSN : ?
Sugestões do Floresta Viva Problema 1 - A responsavel técnica do PM deveria enviar ao IPAAM uma carta justificativa solicitando uma autorização especial de transporte para essa madeira Problema 2 - A responsável técnica deveria enviar à gerencia do IPAAM uma solicitação de coreção dessa situação. Foi falada com o Prof. Neliton sobre essa situação. A orientação que ele pretende dar a gerencia competente é que o documento de LO seja trocado com as devidas coreções sem custo.
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Problema 3 - Precisa identificar de onde provem essas diferencias de saldos (digitação, manipulação do DOF, relatórios pós exploratórios ...?). Problema 4 Verificar como as associações conseguem autorizações de transporte – DOF para a madeira pescada. Verificar o que diz a lei federal e estadual ao respeito. De forma geral, e para “poupar” tempo e recursos, o IDSM poderia sugerir ao IPAAM aproveitar a viagem para a rodada de negocios (prevista para os dias 11 e 12 de fevereiro de 2008) para dar orientações em loco para solucionar os casos pendentes.
Uma cheia imprevisível
Problemas observados Varios PM não foram explorados em 2006 por causa da seca. O problema é o caráter imprevisível da cheia (nível da agua determinando a possibilidade acessar e explorar áreas).
Soluções implementadas pelo IDSM A escolha de áreas baixas para exploração das restingas foi a medida tomada para amenizar a falta de água nas áreas de manejo. O risco é que as associações vão esgotar os recursos da restingas baixas e ficar sem madeira comercial.
Sugestões do Floresta Viva O ideal seria poder combinar restingas alta e restingas baixas para poder aproveitar os recursos das partes altas quando a cheia o permite, e assim reduzir a pressão sobre as partes baixas. Isso teria que ser avaliado e analizado comunidade por comunidade, com base em mapas, croquis... para elaborar estratégias que orientem a identificação das futuras UPA.
A baixa valorização da madeira de várzea
Problemas observados Embora tem muitas espécies inventariadas ou colocadas nas ACOF, parece ser poucas as espécies comercializadas.
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Embora ele tem subido nos últimos anos, o preço da madeira da RDSM fica muito baixo comparado outros locais do Amazonas.
Soluções implementadas pelo IDSM
Sugestões do Floresta Viva 1. analizar a evolução do volume das espécies comercializadas de 2001 a 2007 fazer a planilha calcular % de aumento fazer graficos tentar explicar o “porque” das diferencias de comportamento... identificar as espécies com volume crecente de venda
2. analizar a evolução do preço de 2001 até 2007 por espécie em tora e em prancha : fazer a planilha calcular % de aumento fazer graficos tentar explicar o “porque” das diferencias de comportamento... identificar as espécies com maior crecimento de preço
3. idealmente, identificar a evoluição dos preços – tora e prancha praticados nás áreas dos mercados finais (ex : Manaus) fazer a planilha calcular % de aumento fazer graficos tentar explicar o “porque” das diferencias de comportamento... identificar as espécies com maior crecimento de preço
4. comparar as duas tendencias (preços mercado final, e preços rodada de negocio) e tentar formular alternativas de modalidades de comercialização calcular a margem entre os dois preços tentar entender as estratégias dos compradores identificar alternativas eventuais
5. calcular os custos de produção da madeira para poder avaliar melhor um preço “justo” da madeira 6. iniciar estudo dos mercados locais – tora e prancha - e analizar porque eles não compram madeira da RDS. 7. Procurar e atrair mais compradores nas rodadas de negocios 8. Organizar divulgação das espécies pouco conhecidas com as suas características 8
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Preparar amostras Procurar fichas de caracterização das espécies ... (definir)
Um numero reduzido de compradores
Problemas observados O número de compradores participantes das rodadas de negocios parece diminuir a cada ano. O qual reduz a capacidade de negociação das associações.
Soluções implementadas pelo IDSM ?
Sugestões do Floresta Viva Construir uma tabela indicando, para cada ano (2001, 2002 ... 2007), os nomes e referencias dos compradores convidados e presentes nas rodadas de negocios. Divulgar no balcão de negocios do portal da madeira manejada a oferta da madeira dos PM, com um mes de anticipação mínimo. No momento do convite dos compradores potenciais, enviar (por fax ou por email) uma lista das principais espécies ofertadas com os volumes correspondentes. Procurar outras formas de comercializar a madeira (madeira serrada, assumir parte do transporte da madeira – tora ou pranchas -, etc...) Procurar outros mercados.
Um sistema de exploração / comercialização pouco rentável
Problemas observados O sistema atual de produção / comercialização gera pouco valor agregado para as associações : exploração de espécies leves em tora entregues na beira do rio para atravessadores de compradores de Manaus (ou Coari).
Soluções implementadas pelo IDSM Desde 2005, o IDSM iniciou a experimentação da serragem de madeira dura com serraria portátil para o mercado de Tefé. Esse 9
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experimento foi realizado com 2 a 3 comunidades que ja tinham tradição de serrar madeira.
Sugestões do Floresta Viva Em teoría, a modalidade de “exploração e venda direta de espécies dura em precortados de qualidade” permite reduzir os riscos e aumentar a captação de valor agregado : - explorar e vender espécies de maior valor comercial, - diversificar as espécies e os compradores, - reduzir (?) o risco ligado a irregularidade da cheia, - captar maior parte do valor agregado por meio comercialização direta.
de
uma
Nessa perspectiva, recomenda-se : - avaliar a rentabilidade da modalidade “prancha / espécie dura / mercado local”
- avaliar os custos de produção dos precortados com base nas experiencias passadas e futuras - documentar os preços de venda dos precortados com base nas experiencias passadas (compra atravessadores) e nos preços praticados em Tefé e nos municípios locais. - avaliar os custos de logística dos planos de manejo até os mercados dos municípios próximos - calcular a renda gerada para os extratores
- idem para a modalidade “tora / especie leve / beira do rio” - comparar as duas modalidades e tirar conclusões - custos / renda - calendário / organização do trabalho - riscos cheia / mercado....
A concorrencia da madeira clandestina
Problemas observados No sistema de exploração / comercialização atual, a concorrencia ocorre em dois locais : - no destino final : concorrencia com outros fornecedores locais - entre a RDS e o destino final (area metropolitana de Manacapuru, Manaus) : juntando madeira clandestina na jangada de madeira oriunda da RDS.
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RDS Mamirauá
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Tora ilegal Tora legal Prancha ilegal Prancha legal
Manacapuru
MANAUS
Elaboração Floresta Viva
Soluções implementadas pelo IDSM
Sugestões do Floresta Viva
O endividamento crónico das associações com os compradores
Problemas observados - “Relação aviamento - patronal” de sempre - Até 25% de adiantamento : parte desse adiantamento não serve para exploração... e eles se endividam cada vez mais - Com base nos volumes indicados nas LO, que sempre superestimam o valor real - Endividamento cronico - Pouca visibilidade da rentabilidade da atividade - O comprador tem interesse em deixar as associações amarradas - as associações vendem acima da sua capacidade produtiva ? - o IDSM tem dificuldades em gerenciar essa situação complexa
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Comunidade Aiucá Assunção Barroso Bate Papo Boa Esperança Canária Fonte de Luz Juruama Maguari Marirana Nova Betânia Nova Betel Novo Horizonte Novo Putiri Novo Viola Pentecostal Porto Braga S. F. do Bóia Santa Maria São Francisco São João Vila Alencar Vista Alegre
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Financiamento do comprador (25%) Inadimplencia 2006 2008 2007 Financiado Quitado Divida vendido om comprado com IDSM 3.500 3.500 4.193 1.583 2.800 8.000 8.000 8.000 6.700 6.700 3.581 2.400 2.400 1.500 1.500 1.995 550 550 550 2.800
Total
600
600
1.700 600 5.600 4.000 6.000 2.800 2.500
1.700
5.000 10.000 7.000
3.400
1.000 69.450 100%
600
600 5.600 2.400
1.000
26.700 38%
600 2.600
1.600 6.000 2.800 2.500
2.125 2.650 2.650
4.734
2.339 1.600 1.266 2.800 2.500
2.000
1.600 10.000 6.000
1.600 10.000 6.000
2.259 1.150 3.009 771
1.000 42.750
1.000 36.516 56%
2.650 28.786 44%
Total 2% 1.583 4% 2.800 8.000 12%
3.350
5%
2.725 2.650 2.650 600 2.339 1.600 1.266 4.800 2.500 2.259 2.750 13.009 6.771
4% 4% 4% 1% 4% 2% 2% 7% 4% 3% 4% 20% 10%
6% 3.650 65.302 100% 100%
Elaboração Floresta Viva
Soluções implementadas pelo IDSM - discussões de sensibilização no momento das rodadas
Sugestões do Floresta Viva -
priorizar os contratos vigentes antes de pegar mais contrato organizar formas de fazer lhes refletir mais sobre essa situação sugerir adequar a % de adiantamento aos custos da exploração adequar a oferta a capacidade real de produção prever uma margen de segurança na avaliação dos volumes prever uma margen de segurança na capacidade de produção pensar no desenvolvimento de uma ferramenta de ajuda a gestão ligar essa reflexão com o programa Bolsa Floresta...
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O endividamento crónico das associações com o IDSM
Problemas observados A ideia desse fundo era de ajudar o financiamento da produao e do escoamento da produção. Esse microcredito não é so para madeira.
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