Embora a democracia participativa não signifique uma ruptura com o modelo eleitoral, a complementariedade e a compatibilidade com esse modelo revelam mais do que uma acomodação, na medida em que visam impactar positivamente o conjunto das instituições políticas em direção a uma maior aproximação com o ideal de autogoverno. Seja alargando os espaços da participação, seja propondo processos decisórios piramidais de articulação entre participação e representação, o certo é que, de alguma maneira, a introdução da participação, para essa vertente, influencia relações de poder e hierarquias, propiciando a formação de cidadãos mais críticos e interessados na coisa pública. O parágrafo extraído do texto teórico intitulado Modelos contemporâneos de democracia e o papel das associações, de Lígia Helena Hahn Lüchmann, na sua essência, fundamenta-se em um plano conceitual de: 1 – afirmação de que a democracia participativa rompe com o modelo eleitoral na medida em que se fundamenta na participação do cidadão nas tomadas de decisão; 2 - apresentação de uma forma possível de articulação entre a natureza representativa e participativa nos processos decisórios; 3 – descrição dos fatores que proporcionam desinteresse dos cidadãos nas questões de vida pública quando se refere à democracia participativa