(ENSINO RELIGIOSO)

Existem duas palavras, usadas quase como sinônimos: “Espiritualidade” e “Mística”. Na história, muitas vezes a Espiritualidade significava um caminho mais comum, um método de todo mundo e a mística, era definida como uma experiência extraordinária. Dizer que alguém é místico é insinuar que a pessoa tem visões, experiências de estado alterado de consciência, etc.
Hoje, parece que a maioria dos grupos e autores usa “Espiritualidade” para se referir ao caminho de busca e aprofundamento da intimidade com o divino. E espiritualidade seria a sistematização teológica e cultural da mística. A mística não tem como ser regrada e analisada, é como o amor. É força afetiva e vai além da razão. A Espiritualidade consegue lidar com este fogo afetivo e liga-lo à realidade da vida e da fé em seu conjunto.
Michel de Certeau, um dos maiores pensadores da religião no século XX, escreveu: “É mística a pessoa que não consegue parar de avançar e, com a certeza do que lhe falta, sabe de cada lugar e objeto que não é isso e, não consegue contentar-se só com isso. O desejo cria um excesso. A pessoa excede. Quer ir mais longe. Não habita em nenhuma parte. É habitada…”.
Tanto a Espiritualidade como a mística, são fenômenos universais. Florescem em todas as religiões e caminhos espirituais como experiência de intimidade com o divino. Há muitos séculos, as religiões se cruzam e se descruzam, se influenciam mutuamente e, infelizmente, muitas vezes, têm se guerreado de forma estúpida e anti-espiritual. Em um mundo globalizado como o nosso, a separação entre Oriente e Ocidente é cada vez mais tênue e as diversas tradições se complementam. Em geral, nas tradições espirituais, tanto do Oriente como do Ocidente, existem três níveis de mística.
A mística do cosmos: onde nos deparamos com as pessoas que encontram o mistério divino, com a união com o transcendente na relação e na comunhão com a natureza. Na antiguidade, se desenvolveu a Astrologia e a adoração dos astros. Hoje, a religião da Wicca recupera os cultos à Lua e a religião céltica, os rituais de adoração da terra e de suas forças ocultas. As religiões negras e indígenas sempre encontram a Deus na comunhão com suas manifestações no rio, na pedra, na água, etc. Assim como o Candomblé, o fiel recebe um Orixá e fica por ele transformado, o objetivo desta linha de mística é energizar o ser humano, ajudar a recuperação da saúde do corpo e da alma na profunda união e as vezes mesmo fusão entre pessoa e pedra, ou rio, ou montanha…
Das grandes religiões orientais, as que são comumente chamadas com o nome de “hinduismo” são, de fato, tradições diversas como o Brahmanismo, o Vishnuísmo e outras. Eram cultos locais nos quais cada aldeia tinha sua divindade, muito ligada à natureza. Essas tradições muito antigas foram escritas em livros sagrados, os Vedas, que contam guerras de heróis míticos que simbolizam as forças mais profundas do íntimo de cada ser humano. A base comum a muitas destas tradições é o que chamam de “sanatana-dharma”, a ordem eterna. Isso parece significar unificar o ser humano com a ordem inscrita na natureza.
A mística do eu – da interioridade radical: onde encontramos o número cada vez maior de pessoas que só crêem no divino no próprio eu humano. Aí há duas linhas: a de tradição budista que não mesmo em Deus, nem um Deus pessoal, nem numa energia além do humano. Há pessoas que crêem em uma energia divina diferente do comum, mas a ser desenvolvida no próprio interior humano. A maioria dos grupos espiritualistas atuais e pessoas ligadas a movimentos que entram na designação de nova era fazem parte desta corrente. Dentro desta linha o que seria a Espiritualidade? Conseguir acessar esta dimensão divina que existe dentro da gente e assim fazer aflorar em você a sua parte divina.
Das tradições mais universais da humanidade, a que mais vive isso é o Budismo, com todas as suas ramificações e inspirações orientais e também ocidentais. No século VI, antes de Cristo, o príncipe Siddarta Guatama começa o movimento budista ao ver o sofrimento dos pobres e meditar sobre a inconsistência da vida, das riquezas e de tudo o que ali era sua vida. Ele se torna monge e inicia sua peregrinação de renúncia à vida mundana e esforço para superar a dor própria e do mundo. Depois de sete anos de vida ascética, ele tem a iluminação, torna-se Buda. Há várias tradições e escolas de Budismo. Para os budistas é fundamental o dharma, a doutrina e a shanga, a comunidade. Mas, na prática, o Budismo não desenvolve um culto a Deus. Toda a espiritualidade é centrada na respiração, no auto-equilíbrio e no método de iluminação interior que cada mestre passa para seus discípulos.




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