Entre 2020 e 2021, a música “Sujeito de sorte”, do cantor brasileiro Belchior, foi revitalizada ao ser incorporada ao sucesso “Amarelo”, do artista Emicida. Leia os versos que ecoavam na releitura feita pelo rapper da Zona Norte de São Paulo para responder às questões 3 e 4:
Presentemente, eu posso me considerar um sujeito de sorte
Porque, apesar de muito moço, me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado: Deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro
Atente aos fragmentos a seguir e responda ao que se pede:
3) Um dos advérbios presentes no texto apresenta sentido ambíguo. Explique a ambiguidade desse termo e justifique sua resposta.
A locução adverbial "pra cachorro" apresenta duplo sentido que não pode ser resolvido contextualmente.
O eu lírico pode estar chorando na frente de um cachorro, buscando apoio.
O "pra cachorro" pode também ser sinônimo de "muito".
Outros versos jogam com contradições, como "apesar de moço"/"salvo e forte" (não se trata de opostos lógicos) e "ano passado"/"morri" (metáfora).
A poesia e os sentidos ambíguos
O exercício trata de ambiguidades presentes em uma letra de música. O jogo com múltiplos sentidos é típico da poesia.
A língua envolve muitos termos que têm mais de um significado. Chama-se a isso de polissemia. A poesia costuma usar palavras polissêmicas, porque isso aumenta o leque dos significados e permite fazer jogos de sentido empregando múltiplas imagens simultâneas.
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A locução adverbial "pra cachorro" apresenta duplo sentido que não pode ser resolvido contextualmente.
Outros versos jogam com contradições, como "apesar de moço"/"salvo e forte" (não se trata de opostos lógicos) e "ano passado"/"morri" (metáfora).
A poesia e os sentidos ambíguos
O exercício trata de ambiguidades presentes em uma letra de música. O jogo com múltiplos sentidos é típico da poesia.
A língua envolve muitos termos que têm mais de um significado. Chama-se a isso de polissemia. A poesia costuma usar palavras polissêmicas, porque isso aumenta o leque dos significados e permite fazer jogos de sentido empregando múltiplas imagens simultâneas.
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