O feudalismo está ligado à Idade Média, sendo uma forma de organização política, social e econômica. O início da Idade Média ocorre com deposição do último soberano do Império Romano do Ocidente, em 476 d. C. O final do período ocorre com a tomada de Constantinopla (hoje Istambul) pelos otomanos em 1453.
Roma foi um dos impérios mais duradouros que já houve. Eles possuíam características que ainda hoje nos impressionam.
As cidades, por exemplo, recebiam águas trazidas de fontes puras distantes, das montanhas, chegando através dos aquedutos. Os cidadãos mais importantes (e ricos) recebiam água encanada em casa. Os mais pobres podiam beber água nas diversas fontes da cidade, adornadas com belas estátuas. Havia banheiros públicos, nos quais embaixo dos sanitários corria água que levava os dejetos para longe das cidades (saneamento básico, coisa que muitas cidades não possuíam). Além disso, havia as termas, locais chamados termas com várias piscinas, com diferentes temperaturas (escravos aqueciam a água nas temperaturas desejadas). Todos os cidadãos romanos podiam (e deviam) tomar banho, frequentemente, nas termas, havendo áreas para homens e outras para mulheres. Nesse sentido, os romanos gostavam de se diferenciar dos bárbaros em razão de serem limpos e não cheirarem tão mal como os outros povos.
Inclusive, havia o uso da energia hidráulica, a força dos rios, para movimentar engrenagens que moíam o trigo, auxiliando a fabricar o pão mais barato da Antiguidade. Imagine, ainda, que nos estádios se distribuía pão gratuitamente enquanto eram exibidos espetáculos extraordinários, inclusive, enchiam o coliseu com água para realizarem batalhas com navios de verdade. A água era também rapidamente retirada para os espetáculos com os gladiadores, pessoas dos mais diferentes raças e povos, bem como diversos animais.
Com o fim do Império Romano houve uma desestruturação política e econômica das cidades, de modo que o foco da vida social passou a serem os feudos, que eram grandes propriedades rurais.
O trabalhador, o servo, nesse sistema, não era tratado como objeto e nem propriedade do senhor feudal, mas estavam obrigados a viver e trabalhar as terras do feudo. Nesse sentido, os servos eram incluídos na venda ou herança das propriedades, além de serem obrigados a pagar a talha (dar ao senhor feudal a metade da produção das terras na qual vivia), a corveia (trabalhar de 3 a 4 dias por semana nas terras ou instalações do senhor feudal, como construir um muro, cuidar do moinho etc) e as banalidades (pagamento em mercadoria nos casos em que os servos precisassem utilizar as instalações do castelo, como o forno ou o moinho), bem como a mão-morta (se um servo morria, a maior parte de seus bens ficavam com o senhor feudal; também era a taxa que os herdeiros de um vassalo pagavam ao senhor feudal para receber a herança de propriedades e títulos). As pessoas também precisavam pagar impostos caso desejasseem cruzar os feudos, dificultando o comércio.
A economia estava voltada para o âmbito local, associado à subsistência e autossuficiente , de maneira que era produzido no feudo quase tudo que se necessitava, com eventuais trocas. Para alguns produtos, como sal, pimenta, cravo e outras especiarias, utilizava-se, eventualmente, moedas.
Durante esse período, a Europa mergulhou na "Idade das Trevas", pois as pessoas olhavam as ruínas das cidades e viam banhos públicos, encanamentos de água, obras de arte e de engenharia extraordinários, dentre outras características da civilização romana. Comparavam-na com a sujeira, a fome, o sofrimento, o trabalho excessivo e sem perspectivas de melhoria, a insegurança constante, a falte de médicos, dentre outras coisas, percebendo que viviam muito pior do que à época dos romanos. O número de pessoas alfabetizadas diminuiu muito. O de escritores, ainda mais. As pessoas, desesperadas frente às duras condições de vida e às constantes violências às quais eram submetidas, buscavam a igreja para conseguir um pouco de paz e segurança, mesmo que fosse na vida após a morte. Buscando garantir sua vaga no céu, doavam seus bens e suas terras para os padres e religiosos, de modo que a igreja católica chegou a ter mais de 60% das terras europeias.
Enfim, conforme bem retratado no filme (e livro) "O nome da Rosa", as consequências da queda de Roma foram séculos de ignorância, misticismo, selvageria, conflitos, sofrimento, dor, desespero, fome, nos quais havia uma estrutura de organização social baseada nos feudos, grandes propriedades de terra sob domínio do senhor feudal, que eram, praticamente autossuficientes, realizando, eventualmente, trocas.
Vê-se, portanto, que o feudalismo ocorreu em um periodo marcado por um sistema econômico baseado no trabalho rural, envolvendo uma religiosidade excessiva, com ampla disseminação de medos e lendas, além de uma grande fragmentação econômica, política e social na Europa.
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Prezada,O feudalismo está ligado à Idade Média, sendo uma forma de organização política, social e econômica. O início da Idade Média ocorre com deposição do último soberano do Império Romano do Ocidente, em 476 d. C. O final do período ocorre com a tomada de Constantinopla (hoje Istambul) pelos otomanos em 1453.
Roma foi um dos impérios mais duradouros que já houve. Eles possuíam características que ainda hoje nos impressionam.
As cidades, por exemplo, recebiam águas trazidas de fontes puras distantes, das montanhas, chegando através dos aquedutos. Os cidadãos mais importantes (e ricos) recebiam água encanada em casa. Os mais pobres podiam beber água nas diversas fontes da cidade, adornadas com belas estátuas. Havia banheiros públicos, nos quais embaixo dos sanitários corria água que levava os dejetos para longe das cidades (saneamento básico, coisa que muitas cidades não possuíam). Além disso, havia as termas, locais chamados termas com várias piscinas, com diferentes temperaturas (escravos aqueciam a água nas temperaturas desejadas). Todos os cidadãos romanos podiam (e deviam) tomar banho, frequentemente, nas termas, havendo áreas para homens e outras para mulheres. Nesse sentido, os romanos gostavam de se diferenciar dos bárbaros em razão de serem limpos e não cheirarem tão mal como os outros povos.
Inclusive, havia o uso da energia hidráulica, a força dos rios, para movimentar engrenagens que moíam o trigo, auxiliando a fabricar o pão mais barato da Antiguidade. Imagine, ainda, que nos estádios se distribuía pão gratuitamente enquanto eram exibidos espetáculos extraordinários, inclusive, enchiam o coliseu com água para realizarem batalhas com navios de verdade. A água era também rapidamente retirada para os espetáculos com os gladiadores, pessoas dos mais diferentes raças e povos, bem como diversos animais.
Com o fim do Império Romano houve uma desestruturação política e econômica das cidades, de modo que o foco da vida social passou a serem os feudos, que eram grandes propriedades rurais.
O trabalhador, o servo, nesse sistema, não era tratado como objeto e nem propriedade do senhor feudal, mas estavam obrigados a viver e trabalhar as terras do feudo. Nesse sentido, os servos eram incluídos na venda ou herança das propriedades, além de serem obrigados a pagar a talha (dar ao senhor feudal a metade da produção das terras na qual vivia), a corveia (trabalhar de 3 a 4 dias por semana nas terras ou instalações do senhor feudal, como construir um muro, cuidar do moinho etc) e as banalidades (pagamento em mercadoria nos casos em que os servos precisassem utilizar as instalações do castelo, como o forno ou o moinho), bem como a mão-morta (se um servo morria, a maior parte de seus bens ficavam com o senhor feudal; também era a taxa que os herdeiros de um vassalo pagavam ao senhor feudal para receber a herança de propriedades e títulos). As pessoas também precisavam pagar impostos caso desejasseem cruzar os feudos, dificultando o comércio.
A economia estava voltada para o âmbito local, associado à subsistência e autossuficiente , de maneira que era produzido no feudo quase tudo que se necessitava, com eventuais trocas. Para alguns produtos, como sal, pimenta, cravo e outras especiarias, utilizava-se, eventualmente, moedas.
Durante esse período, a Europa mergulhou na "Idade das Trevas", pois as pessoas olhavam as ruínas das cidades e viam banhos públicos, encanamentos de água, obras de arte e de engenharia extraordinários, dentre outras características da civilização romana. Comparavam-na com a sujeira, a fome, o sofrimento, o trabalho excessivo e sem perspectivas de melhoria, a insegurança constante, a falte de médicos, dentre outras coisas, percebendo que viviam muito pior do que à época dos romanos. O número de pessoas alfabetizadas diminuiu muito. O de escritores, ainda mais. As pessoas, desesperadas frente às duras condições de vida e às constantes violências às quais eram submetidas, buscavam a igreja para conseguir um pouco de paz e segurança, mesmo que fosse na vida após a morte. Buscando garantir sua vaga no céu, doavam seus bens e suas terras para os padres e religiosos, de modo que a igreja católica chegou a ter mais de 60% das terras europeias.
Enfim, conforme bem retratado no filme (e livro) "O nome da Rosa", as consequências da queda de Roma foram séculos de ignorância, misticismo, selvageria, conflitos, sofrimento, dor, desespero, fome, nos quais havia uma estrutura de organização social baseada nos feudos, grandes propriedades de terra sob domínio do senhor feudal, que eram, praticamente autossuficientes, realizando, eventualmente, trocas.
Vê-se, portanto, que o feudalismo ocorreu em um periodo marcado por um sistema econômico baseado no trabalho rural, envolvendo uma religiosidade excessiva, com ampla disseminação de medos e lendas, além de uma grande fragmentação econômica, política e social na Europa.
Bons estudos!