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Esse movimento, que completou 50 anos agora em março, foi um golpe de Estado ocorrido no Brasil. Na madrugada de 31 de março para 1º de abril de 1964, líderes civis e militares conservadores derrubaram o presidente João Goulart. Diversos fatores levaram ao golpe, alguns circunstanciais e outros que se arrastavam havia décadas, como mostra a página ao lado. Mas, resumidamente, dá para dizer que o movimento surgiu para afastar do poder um grupo político, liderado por João Goulart, que, na visão dos conspiradores, levava o Brasil para o "caminho do comunismo". Para entender melhor o golpe, é preciso lembrar o clima de radicalismo político que o país vivia. Até as Forças Armadas estavam rachadas, dividas em duas chapas que se enfrentavam nas eleições do Clube Militar desde os anos 50. "De um lado, estavam oficiais nacionalistas; do outro, um grupo que pregava maior aliança com os Estados Unidos, na verdade um recurso para enfrentar a ameaça comunista", diz o historiador João Roberto Martins Filho, da Universidade Federal de São Carlos (SP). Em 1964, a temperatura política no país havia subido tanto que, meses antes de ser deposto, João Goulart tentou declarar "estado de sítio", medida que ampliaria seus poderes. Muitos militares e líderes conservadores passaram a acreditar que o presidente daria um golpe para instalar uma ditadura de esquerda. Nesse ambiente de conspirações, teve início a rebelião de 31 de março. "Considerando que o Brasil estava numa encruzilhada, o golpe definiu uma solução ditatorial para a crise e colocou o país numa trajetória autoritária de mais de 20 anos",
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