Resposta: A história contada por Zusak tem uma narradora um tanto quanto peculiar: a Morte. A sua única tarefa é recolher as almas daqueles que morrem e entrega-las à esteira rolante da eternidade.
O livro começa justamente com uma apresentação da Morte, que pede para que o leitor não tenha medo dela:
Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pousada em meu ombro. E levarei você embora gentilmente. Nesse momento, você estará deitado(a). (Raras vezes encontro pessoas de pé.) Estará solidificado(a) em seu corpo.
A Morte observa o destino trágico dos homens e narra de um jeito meio cínico, porém bem humorado, como funciona o seu dia-a-dia, as suas tarefas cotidianas, as dificuldades do ofício de levar os seres humanos embora deste plano.
A escrita corre sem sobressaltos até que ela se lembra de uma menina por quem se afeiçoou por ter lhe escapado em três oportunidades diferentes. Liesel fica gravada para sempre na sua memória:
Vi três vezes a menina que roubava livros.
E é sobre ela que a atenção e o exercício da narrativa se debruça. A Morte passa a acompanhar de perto a trajetória da garota que andava sempre na companhia de um livro e escolhe acompanhar os seus passos entre 1939 e 1943.
A história se passa no ano de 1939, em plena Segunda Guerra Mundial. O cenário em questão é a Alemanha nazista, que recebia bombardeios rigorosos e cada vez mais frequentes em suas cidades.
É em Moiching, uma pequena cidade perto de Munique, que vive Liesel Meminger, uma leitora assídua, na companhia de seus pais adotivos.
O passado de Liesel é trágico: filha de uma mãe supostamente comunista, que foi perseguida pelo nazismo, a menina aos dez anos ia viver junto com o irmão caçula, na casa de uma família que aceitou os adotar em troca de dinheiro.
O irmão, Werner, no entanto, com apenas seis anos, morre no colo da mãe, durante o trajeto rumo à Munique. Era janeiro do ano de 1939:
Havia dois guardas.
Havia uma mãe com sua filha.
Um cadáver.
A mãe, a menina e o cadáver continuaram obstinados e calados.
O irmão caçula de Liesel, que morre no percurso para Munique, é levado pela Morte e a menina fica com os olhos cheios de lágrimas cristalizadas. Essa é a primeira vez que a Morte cruza com a garota.
Diante do falecimento do irmão, Liesel acaba por ficar sozinha com a família que a acolhe. O pai adotivo, Hans Hubermann, é um pintor de paredes que lhe ensina a ler, a contragosto da mãe adotiva (Rosa Hubermann).
É com ele que a menina é alfabetizada ganhando rapidamente o desejo pela leitura. Antes de conhecer a família Hubermann, Liesel raras vezes havia frequentado a escola.
Hans tinha o hábito de contar histórias para distrair as pessoas, uma rotina que será herdada pela menina.
Liesel também conquista um grande amigo na vida nova, o vizinho Rudy Steiner, que a fará companhia ao longo dessa difícil jornada.
A família adotiva da menina acolhe Max Vanderburg, um judeu perseguido que passa a viver na cave da casa e que fazia livros artesanais. Hans tenta ajudar um segundo judeu, mas é descoberto e levado para o exército.
A segunda vez que Liesel escapou do fim foi quando a Morte veio buscar um homem de vinte e quatro anos, que estava em um avião derrubado. Assim que a aeronave caiu, um garoto veio verificar se o piloto estava vivo - e estava. A segunda pessoa a aparecer na cena foi Liesel. Logo a seguir, o piloto faleceu.
Diante desse histórico de vida conturbado, a garota se refugia no mundo do livros, que furta de bibliotecas incendiadas ou da casa do prefeito da cidadezinha em que mora (com a ajuda da esposa do prefeito, que se torna amiga, a senhora Hermann).
Enquanto está servindo na guerra, Hans toca acordeon para se distrair e Liesel toma o lugar do pai adotivo na arte da contação de histórias.
Após o retorno do soldado Hans para casa, um acontecimento trágico muda os rumos da vizinhança. A rua Himmel, onde todos viviam, é bombardeada e completamente destruída, causando a morte dos seus pais adotivos e do grande amigo Rudy.
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Resposta: A história contada por Zusak tem uma narradora um tanto quanto peculiar: a Morte. A sua única tarefa é recolher as almas daqueles que morrem e entrega-las à esteira rolante da eternidade.
O livro começa justamente com uma apresentação da Morte, que pede para que o leitor não tenha medo dela:
Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pousada em meu ombro. E levarei você embora gentilmente. Nesse momento, você estará deitado(a). (Raras vezes encontro pessoas de pé.) Estará solidificado(a) em seu corpo.
A Morte observa o destino trágico dos homens e narra de um jeito meio cínico, porém bem humorado, como funciona o seu dia-a-dia, as suas tarefas cotidianas, as dificuldades do ofício de levar os seres humanos embora deste plano.
A escrita corre sem sobressaltos até que ela se lembra de uma menina por quem se afeiçoou por ter lhe escapado em três oportunidades diferentes. Liesel fica gravada para sempre na sua memória:
Vi três vezes a menina que roubava livros.
E é sobre ela que a atenção e o exercício da narrativa se debruça. A Morte passa a acompanhar de perto a trajetória da garota que andava sempre na companhia de um livro e escolhe acompanhar os seus passos entre 1939 e 1943.
A história se passa no ano de 1939, em plena Segunda Guerra Mundial. O cenário em questão é a Alemanha nazista, que recebia bombardeios rigorosos e cada vez mais frequentes em suas cidades.
É em Moiching, uma pequena cidade perto de Munique, que vive Liesel Meminger, uma leitora assídua, na companhia de seus pais adotivos.
O passado de Liesel é trágico: filha de uma mãe supostamente comunista, que foi perseguida pelo nazismo, a menina aos dez anos ia viver junto com o irmão caçula, na casa de uma família que aceitou os adotar em troca de dinheiro.
O irmão, Werner, no entanto, com apenas seis anos, morre no colo da mãe, durante o trajeto rumo à Munique. Era janeiro do ano de 1939:
Havia dois guardas.
Havia uma mãe com sua filha.
Um cadáver.
A mãe, a menina e o cadáver continuaram obstinados e calados.
O irmão caçula de Liesel, que morre no percurso para Munique, é levado pela Morte e a menina fica com os olhos cheios de lágrimas cristalizadas. Essa é a primeira vez que a Morte cruza com a garota.
Diante do falecimento do irmão, Liesel acaba por ficar sozinha com a família que a acolhe. O pai adotivo, Hans Hubermann, é um pintor de paredes que lhe ensina a ler, a contragosto da mãe adotiva (Rosa Hubermann).
É com ele que a menina é alfabetizada ganhando rapidamente o desejo pela leitura. Antes de conhecer a família Hubermann, Liesel raras vezes havia frequentado a escola.
Hans tinha o hábito de contar histórias para distrair as pessoas, uma rotina que será herdada pela menina.
Liesel também conquista um grande amigo na vida nova, o vizinho Rudy Steiner, que a fará companhia ao longo dessa difícil jornada.
A família adotiva da menina acolhe Max Vanderburg, um judeu perseguido que passa a viver na cave da casa e que fazia livros artesanais. Hans tenta ajudar um segundo judeu, mas é descoberto e levado para o exército.
A segunda vez que Liesel escapou do fim foi quando a Morte veio buscar um homem de vinte e quatro anos, que estava em um avião derrubado. Assim que a aeronave caiu, um garoto veio verificar se o piloto estava vivo - e estava. A segunda pessoa a aparecer na cena foi Liesel. Logo a seguir, o piloto faleceu.
Diante desse histórico de vida conturbado, a garota se refugia no mundo do livros, que furta de bibliotecas incendiadas ou da casa do prefeito da cidadezinha em que mora (com a ajuda da esposa do prefeito, que se torna amiga, a senhora Hermann).
Enquanto está servindo na guerra, Hans toca acordeon para se distrair e Liesel toma o lugar do pai adotivo na arte da contação de histórias.
Após o retorno do soldado Hans para casa, um acontecimento trágico muda os rumos da vizinhança. A rua Himmel, onde todos viviam, é bombardeada e completamente destruída, causando a morte dos seus pais adotivos e do grande amigo Rudy.
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