luuhmorais03
Ão aqueles que usam esses argumentos estando plenamente conscientes de seus erros lógicos; outros, porém, os usam por desconhecer os argumentos aptos a refutá-los e é visando esses últimos que escrevo o presente.
Os argumentos são:
– Feministas não lutam contra o alistamento obrigatório masculino;
– Feministas não lutam contra a aposentadoria precoce feminina;
– Feministas não lutam contra a exclusividade feminina na licença maternidade;
– Feministas não lutam contra a meia entrada feminina;
– Feministas não lutam contra o cavalheirismo.
Vamos a eles:
1) Dos privilégios femininos e da agenda feminista:
À custa de muita leitura compreendi que o feminismo é a luta pela eliminação da relação de poder e hierarquia entre os seres humanos; de toda e qualquer relação de poder, sem exclusão de nenhuma. Assim, feministas, na grande maioria, lutam contra o machismo, homofobia/transfobia/lesbofobia, racismo, elitismo e especismo, pois se compreende que esses males estão interligados às relações de poder que oprimem os seres.
O feminismo, porém, como todo posicionamento ético-filosófico, não é um movimento único e homogêneo; não possui uma ‘liderança comum’ e não pode ser representado por um grupo ou uma pessoa. Por esse motivo, cada pessoa que adota esse posicionamento, terá uma ‘militância’ que esteja mais adequada ao que ela entende como prioritário ou ao que ela está disposta a fazer.
Existem feministas mais engajadas na luta contra a discriminação feminina; outras incluem a luta contra a homofobia; outras incluem em seu rol a luta contra o racismo e assim por diante.
Já vi pessoas ligadas à luta contra a transfobia reclamarem que as feministas não as representam; ontem mesmo conversava com uma amiga minha, mais engajada na luta contra o racismo alegando que o feminismo não incluía (ou pouco incluía) a luta racial; já vi transex reclamando que uma notória militante contra a homofobia não falava muito contra a transfobia.
Do mesmo modo, já vi homens (que não ligados ao masculinismo) reclamavam que as feministas não lutavam contra a opressão que homens sofriam pelo machismo. Esses reclamos se traduzem nos itens indicados logo acima (feministas não lutam contra os privilégios femininos).
Sem querer incorrer na falácia das prioridades, há de se convir que querer pautar a agenda de um movimento é algo espinhoso, especialmente quando o que se requer é que o movimento assuma como bandeira algo que, numa escala de valor para aquele movimento, pode não parecer muito relevante.
Seria como chegar para um militante contra o racismo e reclamar de alguma discriminação que pessoas de pele clara eventualmente sofram. ‘Ei, você que fala tanto do racismo; e o preconceito contra as loiras’ Desse você não reclama, né?
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Os argumentos são:
– Feministas não lutam contra o alistamento obrigatório masculino;
– Feministas não lutam contra a aposentadoria precoce feminina;
– Feministas não lutam contra a exclusividade feminina na licença maternidade;
– Feministas não lutam contra a meia entrada feminina;
– Feministas não lutam contra o cavalheirismo.
Vamos a eles:
1) Dos privilégios femininos e da agenda feminista:
À custa de muita leitura compreendi que o feminismo é a luta pela eliminação da relação de poder e hierarquia entre os seres humanos; de toda e qualquer relação de poder, sem exclusão de nenhuma. Assim, feministas, na grande maioria, lutam contra o machismo, homofobia/transfobia/lesbofobia, racismo, elitismo e especismo, pois se compreende que esses males estão interligados às relações de poder que oprimem os seres.
O feminismo, porém, como todo posicionamento ético-filosófico, não é um movimento único e homogêneo; não possui uma ‘liderança comum’ e não pode ser representado por um grupo ou uma pessoa. Por esse motivo, cada pessoa que adota esse posicionamento, terá uma ‘militância’ que esteja mais adequada ao que ela entende como prioritário ou ao que ela está disposta a fazer.
Existem feministas mais engajadas na luta contra a discriminação feminina; outras incluem a luta contra a homofobia; outras incluem em seu rol a luta contra o racismo e assim por diante.
Já vi pessoas ligadas à luta contra a transfobia reclamarem que as feministas não as representam; ontem mesmo conversava com uma amiga minha, mais engajada na luta contra o racismo alegando que o feminismo não incluía (ou pouco incluía) a luta racial; já vi transex reclamando que uma notória militante contra a homofobia não falava muito contra a transfobia.
Do mesmo modo, já vi homens (que não ligados ao masculinismo) reclamavam que as feministas não lutavam contra a opressão que homens sofriam pelo machismo. Esses reclamos se traduzem nos itens indicados logo acima (feministas não lutam contra os privilégios femininos).
Sem querer incorrer na falácia das prioridades, há de se convir que querer pautar a agenda de um movimento é algo espinhoso, especialmente quando o que se requer é que o movimento assuma como bandeira algo que, numa escala de valor para aquele movimento, pode não parecer muito relevante.
Seria como chegar para um militante contra o racismo e reclamar de alguma discriminação que pessoas de pele clara eventualmente sofram. ‘Ei, você que fala tanto do racismo; e o preconceito contra as loiras’ Desse você não reclama, né?