Leia o fragmento do primeiro capítulo do romance africano TERRA SONÂMBULA, do autor moçambicano MIA COUTO. Em seguida, responda as questões. Primeiro Caderno de Kindzu O Tempo em Que o Mundo Tinha a Nossa Idade Quero pôr os tempos, em sua mansa ordem, conforme esperas e sofrências. Mas as lembranças desobedecem, entre a vontade de serem nada e o gosto de me roubarem do presente. Acendo a estória, me apago a mim. No fim destes escritos, serei de novo uma sombra sem voz. Sou chamado de Kindzu. É o nome que se dá às palmeiritas mindinhas, essas que se curvam junto às praias. Quem não lhes conhece, arrependidas de terem crescido, saudosas do rente chão? Meu pai me escolheu para esse nome, homenagem à sua única preferência: beber sura, o vinho das palmeiras. Assim era o velho Taímo, solitário pescador. Primeiro, ele ainda esperava que o tempo trabalhasse a bebida, dedicado nos proibidos serviços de fermentar e alambicar. Depois, nem isso: simplesmente cortava os rebentos das palmeiras e ficava deitado, boquinhaberto, deixando as gotas pingar na concha dos lábios. Daquele modo, nenhum cipaio lhe apertaria os engasganetes: ele nunca destilava sura. Vida boa, aconselhava ele, é chupar manga sem descascar o fruto.
Dentro dos vários elementos da cosmovisão do povo africano, há uma relação muito forte com a natureza. Retire do texto exemplos dessa relação.
No texto, podemos observar a relação do protagonista com a natureza através da menção à palmeira mindinha, que é usada para produzir sura, um tipo de vinho. Além disso, o pai do protagonista é descrito como um pescador, o que sugere uma conexão com o ambiente natural. Também é mencionado o hábito de "chupar manga sem descascar o fruto", o que reforça a ideia de uma relação próxima e respeitosa com a natureza.
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Resposta:
No texto, podemos observar a relação do protagonista com a natureza através da menção à palmeira mindinha, que é usada para produzir sura, um tipo de vinho. Além disso, o pai do protagonista é descrito como um pescador, o que sugere uma conexão com o ambiente natural. Também é mencionado o hábito de "chupar manga sem descascar o fruto", o que reforça a ideia de uma relação próxima e respeitosa com a natureza.