Dados pessoais: HAGN (Helena), 42 anos, sexo feminino, branca, solteira, assistente social, natural de São Paulo e procedente de Ribeirão Preto-SP.História pregressa:Paciente foi atendida em 14/11/2015 no Ambulatório da Nutrologia-HC com queixa inicial de dor epigástrica que piorava após ingestão de alimentos gordurosos, associada à perda ponderal de 10 Kg em 06 meses (peso na admissão= 31,8Kg, altura=1,64m, IMC=11,8 Kg/m 2 ). O inicio do quadro coincidiu com o período que seu irmão tornou-se mais independente e não aceitava as imposições da paciente, fazendo com o relacionamento dos dois ficasse prejudicado. Paciente refere que não mantém um relacionamento bom com o pai, desde que o flagrou com uma amante. Este episódio gerou o fim do casamento dos seus pais e a mudança da paciente com mãe e irmãos (uma irmã, e um irmão) para RP. Ela mora com a mãe, é bastante dependente dela e durante a época em que estudava no colégio sempre foi perfeccionista, obtendo excelentes notas. Tinha depressão (desânimo e choro fácil) diante de um fracasso escolar e desde a adolescência, teve poucos namorados (por curto período e sem envolvimento maior), por ter medo de se apaixonar e ser magoada “como a minha mãe”. Todos esses conflitos contribuíram para que a paciente perdesse o ânimo pela vida, diminuindo as atividades sociais e círculos de amizade, e restringindo de forma importante a ingestão alimentar. Por mais magra que ficasse, continuava a se “achar gorda”, diminuindo cada vez mais a ingestão de nutrientes, além de fazer uso abusivo de laxativos e diuréticos, e realizando exercícios físicos em excesso (caminhadas). Acerca desse caso, Informe:
A- Em relação ao estado nutricional da paciente, quais conclusões são possíveis serem traçadas?
B- caso a aceitação da dieta continue baixa e sem melhora, que outras formas de alimentação poderiam ser propostas ? Explique como seria o cuidado de enfermagem.
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Resposta:
A- Com base nas informações fornecidas, o estado nutricional da paciente é extremamente preocupante. Seu Índice de Massa Corporal (IMC) de 11,8 Kg/m² indica desnutrição grave (um IMC abaixo de 16 é considerado estado de desnutrição grave). A perda ponderal de 10 Kg em apenas 6 meses é significativa e evidencia uma ingestão alimentar insuficiente.
B- Diante da aceitação baixa da dieta e da falta de melhora no estado nutricional, outras formas de alimentação poderiam ser propostas. É possível considerar a utilização de suplementos nutricionais ricos em nutrientes essenciais, como proteínas, vitaminas e minerais. A administração desses suplementos pode ser realizada por via oral, enteral (através de sonda) ou, em casos extremos, parenteral (diretamente na corrente sanguínea).
O cuidado de enfermagem nesse caso envolve:
1. Avaliação contínua do estado nutricional da paciente, monitorando o peso, a ingestão alimentar e os sinais de desnutrição.
2. Estabelecimento de um plano alimentar individualizado, levando em consideração as preferências e restrições da paciente.
3. Educação e orientação à paciente e à sua família sobre a importância da alimentação adequada para a recuperação da saúde.
4. Supervisão e apoio durante a ingestão dos alimentos ou suplementos, garantindo que sejam consumidos corretamente.
5. Monitoramento dos efeitos colaterais de qualquer intervenção nutricional, como intolerâncias ou reações adversas aos suplementos.
6. Trabalho interdisciplinar com outros profissionais de saúde, como nutricionista, psicólogo e médico, para abordar os aspectos físicos e emocionais relacionados à alimentação e ao estado nutricional da paciente.
É importante ressaltar que o cuidado de enfermagem deve ser realizado de forma humanizada, respeitando as necessidades e limitações da paciente, e visando sua recuperação e bem-estar geral.
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