O filme “Coringa”, lançado em 2019, retrata as dificuldades e obstáculos vivenciados por pessoas que além de possuírem doenças mentais, ainda sofrem preconceito por parte da sociedade. Fora da ficção, a realidade brasileira não se contrasta, pois ainda existe um estigma, uma aversão em relação às pessoas com problemas mentais, que acarreta maior dificuldade na vida dessas pessoas. Nesse sentido, são imprescindíveis as discussões acerca desse tema, o qual tem como potencializadores tanto a inobservância como também a negligência por parte da sociedade.
Em primeiro lugar, é válido citar o Estado como um dos maiores agentes que perpetuam essa problemática. Isso ocorre pela falta de atenção às necessidades especiais que essa parcela da população precisa, que se estendem desde uma infraestrutura de qualidade e profissionais capacitados para tratamento até políticas públicas que favoreçam a disseminação de informação à população acerca do problema em questão. Sendo que essa informação pode ser facilmente verificada nos resultados da pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que classificou o Brasil como o país mais depressivo da América Latina. Dessa forma, vê-se que o Estado e sua inobservância são potencializadores dessa problemática.
Em segundo lugar, é necessário apontar a importância das relações interpessoais como mantedores do estigma social. Nessa lógica, os postulados do psicanalista italiano Contardo Calligaris se encaixam ao caracterizarem a sociedade como um conjunto de indivíduos narcisistas, ou seja, que só olham a realidade por sua própria perspectiva e nunca buscam o melhor para os outros. Análogo a isso, o sociólogo polaco Zygmunt Bauman caracteriza a atualidade como modernidade líquida, que remete às relações interpessoais sem profundidade alguma, nas quais os indivíduos não buscam entender a realidade dos outros. Dessa forma, percebe-se que ambos pensamentos convergem para um ponto: a falta de empatia, sendo essa o maior estímulo para a persistência da problemática no Brasil.
Logo, com base no exposto, conclui-se que ações para mitigar o problema são imprescindíveis. Para tanto, o Governo Federal em parceria com empresas de grande alcance midiático e profissionais da saúde mental, elaborar um plano de conscientização sobre a realidade das pessoas com problemas mentais. Esse plano deve atingir o âmbito digital, televisivo e a própria realidade, por meio de redes sociais, propagandas em intervalos comerciais e “outdoors”, respectivamente. O convencimento da população se dará pelas explicações dos profissionais de saúde mental – psicólogos – que mostrarão como funciona o mundo e uma pessoa com problema mental, para assim, favorecer o desenvolvimento da empatia por parte das pessoas. Dessa maneira, será possível um contraste entre o filme “Coringa” e a realidade brasileira.
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O filme “Coringa”, lançado em 2019, retrata as dificuldades e obstáculos vivenciados por pessoas que além de possuírem doenças mentais, ainda sofrem preconceito por parte da sociedade. Fora da ficção, a realidade brasileira não se contrasta, pois ainda existe um estigma, uma aversão em relação às pessoas com problemas mentais, que acarreta maior dificuldade na vida dessas pessoas. Nesse sentido, são imprescindíveis as discussões acerca desse tema, o qual tem como potencializadores tanto a inobservância como também a negligência por parte da sociedade.
Em primeiro lugar, é válido citar o Estado como um dos maiores agentes que perpetuam essa problemática. Isso ocorre pela falta de atenção às necessidades especiais que essa parcela da população precisa, que se estendem desde uma infraestrutura de qualidade e profissionais capacitados para tratamento até políticas públicas que favoreçam a disseminação de informação à população acerca do problema em questão. Sendo que essa informação pode ser facilmente verificada nos resultados da pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que classificou o Brasil como o país mais depressivo da América Latina. Dessa forma, vê-se que o Estado e sua inobservância são potencializadores dessa problemática.
Em segundo lugar, é necessário apontar a importância das relações interpessoais como mantedores do estigma social. Nessa lógica, os postulados do psicanalista italiano Contardo Calligaris se encaixam ao caracterizarem a sociedade como um conjunto de indivíduos narcisistas, ou seja, que só olham a realidade por sua própria perspectiva e nunca buscam o melhor para os outros. Análogo a isso, o sociólogo polaco Zygmunt Bauman caracteriza a atualidade como modernidade líquida, que remete às relações interpessoais sem profundidade alguma, nas quais os indivíduos não buscam entender a realidade dos outros. Dessa forma, percebe-se que ambos pensamentos convergem para um ponto: a falta de empatia, sendo essa o maior estímulo para a persistência da problemática no Brasil.
Logo, com base no exposto, conclui-se que ações para mitigar o problema são imprescindíveis. Para tanto, o Governo Federal em parceria com empresas de grande alcance midiático e profissionais da saúde mental, elaborar um plano de conscientização sobre a realidade das pessoas com problemas mentais. Esse plano deve atingir o âmbito digital, televisivo e a própria realidade, por meio de redes sociais, propagandas em intervalos comerciais e “outdoors”, respectivamente. O convencimento da população se dará pelas explicações dos profissionais de saúde mental – psicólogos – que mostrarão como funciona o mundo e uma pessoa com problema mental, para assim, favorecer o desenvolvimento da empatia por parte das pessoas. Dessa maneira, será possível um contraste entre o filme “Coringa” e a realidade brasileira.