Muitos ainda utilizam o termo “vinda”, quando se referem à chegada do negro ao Brasil. Um equívoco na terminologia pode trazer sérios comprometimentos referentes ao juízo de como se deram as relações de exploração desses povos, suas condições de vida no outro lado do atlântico, e as possíveis explicações e argumentos para a legitimação de tal opressão. Com relação a construção da ideia de inferioridade, marque a alternativa correta abaixo: Joseph Arthur de Gobineau, diplomata, escritor e filósofo francês que se tornou celebre por escrever um "Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas" em 1835, acreditava na degeneração das raças, quando misturado ao de outra raça. O que caracterizava o seu Ensaio era a divisão que fazia da raça branca. Esta, segundo Gobineau, tinha três subgrupos: os arianos, que são os verdadeiros brancos e criadores da civilização; os albinos de origem mongólica; e os mediterrâneos, de origem africana. Santos (2002, p. 27) diz que a observação do negro levou Voltaire a perceber que havia uma só espécie humana, que se diferenciava na cor, na grandeza e nas diferenças naturais dos povos. Segundo Santos (2002. p. 31), Voltaire acreditava em uma unidade de espécie. Buffon foi o primeiro a utilizar o termo raça, mas este fora apenas disseminado no século XIX. O uso da terminologia “raça”, extraído da zoologia, determinou tal classificação hierarquizada, com explicações diversas para justificar tal escala de valores. Buffon alegava que inferioridade do negro se devia a sua espécie originária. Munanga (1986 pp. 13-14) revela que as primeiras referências de um povo negro de perfil desfavorável foram criadas pela imaginação fértil do grande historiador grego Heródoto. Já, por volta do século XV, em meio às grandes viagens marítimas em busca de novos territórios, se mitificava uma imagem negativa dos povos da costa africana, com bases nos relatos do historiador que, entre outras descrições, afirmava a existência de seres bárbaros semi-homens, semianimais.
Lista de comentários
A terminologia utilizada para descrever a chegada dos africanos ao Brasil tem implicações significativas na forma como as relações de exploração e a ideia de inferioridade racial foram construídas ao longo da história. O uso do termo "vinda" em vez de "chegada" pode sugerir uma visão distorcida dos eventos históricos e reforçar estereótipos prejudiciais.
No contexto histórico, diversas teorias foram desenvolvidas para justificar a opressão e a exploração das populações africanas e afrodescendentes. Joseph Arthur de Gobineau, por exemplo, acreditava na degeneração das raças quando ocorria mistura racial. Ele hierarquizava a raça branca em diferentes subgrupos e promovia a ideia de superioridade dos arianos, criadores da civilização.
Por outro lado, Voltaire acreditava na unidade da espécie humana, reconhecendo que as diferenças entre os povos eram apenas superficiais, como cor da pele e características físicas. Buffon foi um dos primeiros a utilizar o termo "raça", mas o uso da terminologia racial, vinda da zoologia, levou a uma classificação hierarquizada das raças, com justificativas diversas para essa escala de valores.
A construção da ideia de inferioridade racial também teve origens antigas, como os relatos de Heródoto sobre povos africanos, que incluíam descrições exageradas e estereotipadas. Durante as grandes viagens marítimas no século XV, esses estereótipos foram reforçados e mitificados, contribuindo para a perpetuação da ideia de inferioridade racial.
Portanto, o uso correto da terminologia ao se referir à chegada dos africanos ao Brasil é fundamental para evitar a perpetuação de estereótipos e para compreender de maneira crítica as construções históricas que levaram à ideia de inferioridade racial.
Saiba mais sobre os eventos históricos:
https://brainly.com.br/tarefa/1466461
#SPJ1