O programa brasileiro de estabilização econômica seguiu as seguintes linhas de atuação: 1- Desindexação da economia, 2 - Privatizações, 3 - Equilíbrio fiscal, 4 - Abertura econômica, 5 - Contingenciamento, 6 - Políticas monetárias restritivas. A partir disso, com base no material didático da disciplina de Economia Brasileira e estudando também outros materiais, descreva com suas palavras as MEDIDAS ADOTADAS no Plano Real em cada uma das 6 linhas de atuação citadas.
1. Desindexação da economia: eliminação da correção monetária automática de preços.
O ajuste e reajuste de preços e valores passaram a ser anualizados e obedeceriam as planilhas de custos de produção. O motivo desta medida era a necessidade de se interromper o ciclo vicioso de corrigir valores futuros pela inflação passada, em curtos períodos de tempo.
2. Equilíbrio fiscal: corte de despesas e aumento de cinco pontos percentuais em todos os impostos federais. Esta medida foi necessária pois a máquina administrativa brasileira era extremamente grande e consumia muito dinheiro. Este gasto excessivo pela parte do governo foi um dos motivos pela hiperinflação que tanto assolou o País. De fato, planos de desindexação da economia que precederam o Plano Real (Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e Collor II) fracassaram pois se baseavam na premissa de que a inflação brasileira era puramente inercial. Isto se confirmou equivocado: a inflação era também muito influenciada pela demanda, especialmente impulsionada pela expansão monetária e pelo gasto público.
3. Abertura econômica: redução gradual de tarifas de importação e facilitação da prestação de serviços internacionais. O motivo pela abertura econômica é que havia temor que o excesso de demanda por produtos e serviços pressionaria a inflação, fenômeno ocorrido em 1986, durante o Plano Cruzado. Um outro propósito da abertura econômica era forçar um maior desenvolvimento da indústria nacional, expondo-a a concorrência. Isto resultaria no aumento de produção a longo prazo e a maior oferta de produtos limitaria pressões inflacionárias.
4. Contingenciamento cambial, com a manutenção do câmbio e controle do Banco Central: o câmbio foi mantido artificialmente valorizado. Esperava-se que isto causaria um aumento das importações e, consequentemente, o aperfeiçoamento da indústria nacional devido à concorrência com produtos importados.
5. Privatizações de setores siderúrgicos, petroquímico, de fertilizantes e de comunicações: eliminou a obrigação pública de financiar investimentos (o que causava inflação quando era feita pelo governo através da emissão de moeda sem lastro). Esta medida possibilitou a modernização das empresas que foram privatizadas. A iniciativa privada financia os investimentos das empresas. Isto resulta não em inflação, mas em desenvolvimento, pois não envolve o orçamento do governo.
6. Políticas monetárias restritivas: O Banco Central, através do COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central) adotou uma estratégia de elevação gradual da taxa básica de juros. Também foi aumentada a taxa de depósito compulsório dos bancos. O aumento da taxa de juros tinha dois propósitos: financiar os gastos públicos excedentes até que se atingisse o equilíbrio fiscal e reduzir a pressão por financiamentos, que eram considerados agentes inflacionários. O compulsório dos bancos tinha o propósito de reduzir a quantidade de dinheiro disponível para empréstimos e financiamento dos bancos. Isto também servia como uma medida para conter a inflação.
As consequências do Plano Real foram imediatas: a inflação caiu de 46,60% em junho de 1994 para 3,34% em agosto do mesmo ano. Até 1995, acelerou o ritmo de crescimento das atividades produtivas: ocorria no País uma fase de rápido crescimento do consumo e de produção de emprego. A inflação, que consumia o poder aquisitivo da população brasileira, principalmente os consumidores de baixa renda, foi controlada. Durante muitos anos, a correção monetária – aplicações bancárias de rendimento diário como o “overnight”— permitia aos brasileiros que tinham maior poder aquisitivo defender-se do poder de corrosão da inflação. A grande maioria da população, porém, não tinha acesso a esses mecanismos e sofria com a desvalorização diária do dinheiro que recebia. Os mais carentes eram os mais prejudicados pela alta inflação.
Outro motivo pelo aumento do poder aquisitivo da população mais pobre foi a própria manutenção dos preços no mercado interno. Com o fim da hiperinflação, houve um aumento das compras a prazo, com um aumento do número de prestações. Estas mudanças internas ocorreram devido à grande carência da população brasileira. De fato, após a implantação do Plano Real, a taxa de consumo de itens explodiu nas classes C e D da população.
O Plano Real foi, inegavelmente, um sucesso, atingindo, a longo prazo, os seus objetivos: manutenção de baixas taxas inflacionárias, aumento do poder aquisitivo da população, modernização da indústria nacional e crescimento econômico com geração de empregos
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1. Desindexação da economia: eliminação da correção monetária automática de preços.
O ajuste e reajuste de preços e valores passaram a ser anualizados e obedeceriam as planilhas de custos de produção. O motivo desta medida era a necessidade de se interromper o ciclo vicioso de corrigir valores futuros pela inflação passada, em curtos períodos de tempo.
2. Equilíbrio fiscal: corte de despesas e aumento de cinco pontos percentuais em todos os impostos federais. Esta medida foi necessária pois a máquina administrativa brasileira era extremamente grande e consumia muito dinheiro. Este gasto excessivo pela parte do governo foi um dos motivos pela hiperinflação que tanto assolou o País. De fato, planos de desindexação da economia que precederam o Plano Real (Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e Collor II) fracassaram pois se baseavam na premissa de que a inflação brasileira era puramente inercial. Isto se confirmou equivocado: a inflação era também muito influenciada pela demanda, especialmente impulsionada pela expansão monetária e pelo gasto público.
3. Abertura econômica: redução gradual de tarifas de importação e facilitação da prestação de serviços internacionais. O motivo pela abertura econômica é que havia temor que o excesso de demanda por produtos e serviços pressionaria a inflação, fenômeno ocorrido em 1986, durante o Plano Cruzado. Um outro propósito da abertura econômica era forçar um maior desenvolvimento da indústria nacional, expondo-a a concorrência. Isto resultaria no aumento de produção a longo prazo e a maior oferta de produtos limitaria pressões inflacionárias.
4. Contingenciamento cambial, com a manutenção do câmbio e controle do Banco Central: o câmbio foi mantido artificialmente valorizado. Esperava-se que isto causaria um aumento das importações e, consequentemente, o aperfeiçoamento da indústria nacional devido à concorrência com produtos importados.
5. Privatizações de setores siderúrgicos, petroquímico, de fertilizantes e de comunicações: eliminou a obrigação pública de financiar investimentos (o que causava inflação quando era feita pelo governo através da emissão de moeda sem lastro). Esta medida possibilitou a modernização das empresas que foram privatizadas. A iniciativa privada financia os investimentos das empresas. Isto resulta não em inflação, mas em desenvolvimento, pois não envolve o orçamento do governo.
6. Políticas monetárias restritivas: O Banco Central, através do COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central) adotou uma estratégia de elevação gradual da taxa básica de juros. Também foi aumentada a taxa de depósito compulsório dos bancos. O aumento da taxa de juros tinha dois propósitos: financiar os gastos públicos excedentes até que se atingisse o equilíbrio fiscal e reduzir a pressão por financiamentos, que eram considerados agentes inflacionários. O compulsório dos bancos tinha o propósito de reduzir a quantidade de dinheiro disponível para empréstimos e financiamento dos bancos. Isto também servia como uma medida para conter a inflação.
As consequências do Plano Real foram imediatas: a inflação caiu de 46,60% em junho de 1994 para 3,34% em agosto do mesmo ano. Até 1995, acelerou o ritmo de crescimento das atividades produtivas: ocorria no País uma fase de rápido crescimento do consumo e de produção de emprego. A inflação, que consumia o poder aquisitivo da população brasileira, principalmente os consumidores de baixa renda, foi controlada. Durante muitos anos, a correção monetária – aplicações bancárias de rendimento diário como o “overnight”— permitia aos brasileiros que tinham maior poder aquisitivo defender-se do poder de corrosão da inflação. A grande maioria da população, porém, não tinha acesso a esses mecanismos e sofria com a desvalorização diária do dinheiro que recebia. Os mais carentes eram os mais prejudicados pela alta inflação.
Outro motivo pelo aumento do poder aquisitivo da população mais pobre foi a própria manutenção dos preços no mercado interno. Com o fim da hiperinflação, houve um aumento das compras a prazo, com um aumento do número de prestações. Estas mudanças internas ocorreram devido à grande carência da população brasileira. De fato, após a implantação do Plano Real, a taxa de consumo de itens explodiu nas classes C e D da população.
O Plano Real foi, inegavelmente, um sucesso, atingindo, a longo prazo, os seus objetivos: manutenção de baixas taxas inflacionárias, aumento do poder aquisitivo da população, modernização da indústria nacional e crescimento econômico com geração de empregos
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