“O programa da sociedade de crescimento não é outro se não o da modernidade, ou seja, a maior felicidade para o maior número. Ele foi formulado quase simultaneamente por toda uma série de pensadores da Europa iluminista, de Cesare Beccaria a Jeremy Bentham. Com efeito, como assinala o filósofo e teólogo protestante Jacques Ellul nos anos 1970: ‘A ideologia da felicidade exige um crescimento de consumo de bem-estar, criando o terreno favorável para a eclosão de novas necessidades. [...] Mas quanto mais aumenta o consumo, mais a ideologia da felicidade deve ser poderosa para preencher o vazio do absurdo do ciclo iniciado. A via de acesso à felicidade é a do bem-estar, e somente a dele.’ Ora, estamos assistindo à falência dessa felicidade quantificada e, portanto, ao desmoronamento de um dos pilares imaginários da sociedade ocidental hoje globalizada.” (LATOUCHE, S. Convivialidade e decrescimento. Cadernos IHU ideias, São Leopoldo, n. 166, 2012. p. 3.) a) O que o autor quer dizer com “felicidade quantificada”? b) Para você, é necessário colocar em xeque os fundamentos da sociedade de crescimento para inventar outras concepções de felicidade? Justifique.