Resposta:É comum pensar em rimas somente no final dos versos. Porém, elas podem (e fica muito bom também!) aparecer em outros lugares.
Essa classificação de rimas é feita quanto a sua posição no verso. Relembremos o que já vimos sobre rima:
Valor Posição no Verso ← Posição na Estrofe Fonética ou Sonoridade Acentuação Nesse sentido, rimas podem ser internas ou externas. As externas são as mais conhecidas; ocorrem sempre no final dos versos. Vejamos um exemplo:
O meu amor não tem importância nenhuma. Não tem o peso nem de uma rosa de espuma!” (Cecília Meireles)
As rimas internas (também chamadas rimas coroadas), por outro lado, são bem mais esquecidas no momento da escrita poética. Ela ocorre ainda dentro do verso, seja com uma palavra que também está no meio do verso, seja com uma palavra externa. Vejamos exemplos:
De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. (Vinícius de Moraes)
Anjo sem pátria, fada errante, Perto ou distante que de mim tu vais, Há de seguir-te uma saudade infinda, Hebreia linda, que dormindo está. (Tomás Ribeiro)
É possível ainda pensar a rima interna de três maneiras distintas:
Leonina (ou leoniana): quando a rima se dá entre as palavras finais de cada hemistíquio do verso (hemistíquios = metades iguais ou desiguais de um verso), entre os quais há geralmente uma cesura (cesura = pequena pausa, geralmente de valor dramático). Sejam essas, mesmo que não peças A este amigo, as últimas palavras que digo Em livre verso, amigo, me despeço
Esse tipo de rima era mais comum na antiguidade clássica, principalmente na poesia latina da Idade Média. Mas, veja só, está aí o recurso para quem quiser usar!
Com eco: nesse caso, as palavras que rimam estão imediatamente uma depois da outra. Funciona como um eco de fato. Donzela bela, que me inspira a lira Um canto santo de fremente amor Ao bardo o cardo da tremenda senda Estanca, arranca-lhe a terrível dor. (Castro Alves)
Rimas entre palavra final de um verso e outra no meio do segundo (são os dois exemplos de Vinícius de Moraes e Tomás Ribeiro que estão mais acima). Qual é o objetivo de saber isso? Ter mais ferramentas para usar. Curiosamente, utilizar somente rimas externas não causa uma sensação de “excesso de rimas externas”, enquanto que essa estranheza ocorre se utilizarmos demais rimas internas.
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Resposta:É comum pensar em rimas somente no final dos versos. Porém, elas podem (e fica muito bom também!) aparecer em outros lugares.Essa classificação de rimas é feita quanto a sua posição no verso. Relembremos o que já vimos sobre rima:
Valor
Posição no Verso ←
Posição na Estrofe
Fonética ou Sonoridade
Acentuação
Nesse sentido, rimas podem ser internas ou externas. As externas são as mais conhecidas; ocorrem sempre no final dos versos. Vejamos um exemplo:
O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!”
(Cecília Meireles)
As rimas internas (também chamadas rimas coroadas), por outro lado, são bem mais esquecidas no momento da escrita poética. Ela ocorre ainda dentro do verso, seja com uma palavra que também está no meio do verso, seja com uma palavra externa. Vejamos exemplos:
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
(Vinícius de Moraes)
Anjo sem pátria, fada errante,
Perto ou distante que de mim tu vais,
Há de seguir-te uma saudade infinda,
Hebreia linda, que dormindo está.
(Tomás Ribeiro)
É possível ainda pensar a rima interna de três maneiras distintas:
Leonina (ou leoniana): quando a rima se dá entre as palavras finais de cada hemistíquio do verso (hemistíquios = metades iguais ou desiguais de um verso), entre os quais há geralmente uma cesura (cesura = pequena pausa, geralmente de valor dramático).
Sejam essas, mesmo que não peças
A este amigo, as últimas palavras que digo
Em livre verso, amigo, me despeço
Esse tipo de rima era mais comum na antiguidade clássica, principalmente na poesia latina da Idade Média. Mas, veja só, está aí o recurso para quem quiser usar!
Com eco: nesse caso, as palavras que rimam estão imediatamente uma depois da outra. Funciona como um eco de fato.
Donzela bela, que me inspira a lira
Um canto santo de fremente amor
Ao bardo o cardo da tremenda senda
Estanca, arranca-lhe a terrível dor.
(Castro Alves)
Rimas entre palavra final de um verso e outra no meio do segundo (são os dois exemplos de Vinícius de Moraes e Tomás Ribeiro que estão mais acima).
Qual é o objetivo de saber isso? Ter mais ferramentas para usar. Curiosamente, utilizar somente rimas externas não causa uma sensação de “excesso de rimas externas”, enquanto que essa estranheza ocorre se utilizarmos demais rimas internas.
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