Também conhecida como Coluna Miguel Costa-Prestes, a Coluna foi um movimento revoltoso organizado por tenentistas que percorreu o Brasil entre 1925 e 1927 combatendo as tropas dos governos de Artur Bernardes e Washington Luís durante a Primeira República. Ao longo de sua trajetória, os membros da Coluna percorreram mais de 25 mil quilômetros em protesto contra os governos vigentes.
Explicação passo a passo:
A Coluna Prestes foi resultado do movimento tenentista, que surgiu em 1922 pela insatisfação dos quadros militares com o governo brasileiro. Entre 1921 e 1922, foi realizada a campanha eleitoral para eleger o novo presidente que assumiria o país em 1922. De um lado, o candidato era Artur Bernardes; do outro lado, havia Nilo Peçanha (candidato da oposição).
Durante esse processo eleitoral, a relação dos militares com o governo, o qual representava as oligarquias paulista e mineira, desgastou-se. Primeiramente, foram veiculadas cartas falsas em que o candidato Artur Bernardes criticava membros do exército. A relação agravou-se depois que o presidente Epitácio Pessoa ordenou o fechamento do Clube Militar e a prisão de Hermes da Fonseca.
Essa atitude repercutiu negativamente de maneira imediata e, poucas semanas depois, ocorreu a Revolta do Forte de Copacabana em 1922. Os tenentistas, como ficaram conhecidos, atuaram de maneira efetiva até 1927 e, durante esse período, organizaram novas revoltas em diferentes partes do Brasil, sendo uma delas a Revolta Paulista de 1924.
A Revolta Paulista iniciou-se no dia 5 de julho de 1924 e foi a primeira de uma série de revoltas tenentistas que se espalharam pelo Brasil nesse ano. Os tenentistas, em geral, defendiam a derrubada do governo de Artur Bernardes e a implantação de mudanças sociais, políticas e econômicas no Brasil.
Os tenentistas ocuparam a capital paulista por cerca de três semanas, mas em razão da pressão das forças governamentais que os atacavam, optaram por abandonar a cidade de São Paulo. A fuga dos tenentistas paulistas levou-os a se estabelecer em Foz do Iguaçu, no Paraná. A Coluna formou-se quando tenentistas rebelados no Rio Grande do Sul, sob a liderança de Luís Carlos Prestes, uniram-se com os tenentistas paulistas instalados no Paraná.
A junção das duas formas deu início à Coluna e à marcha pelo interior do Brasil na defesa de seus ideais revolucionários. A Coluna Prestes nesse momento contava com aproximadamente 1.500 homens e tinha alguns nomes importantes, além de Luís Carlos Prestes, como Miguel Costa, Juarez Távora e Isidoro Dias Lopes.
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Ideologicamente falando, os princípios defendidos pelos membros da Coluna Prestes alinhavam-se com os ideais tenentistas. As historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling afirmam que os membros da Coluna Prestes “exigiam o voto secreto, a reforma do ensino público, a obrigatoriedade do ensino primário e a moralização da política. Denunciavam, também, as miseráveis condições de vida e a exploração dos setores mais pobres”|1|.
Atuação da Coluna Prestes
Após a junção das forças tenentistas dos paulistas e dos gaúchos, a Coluna Prestes iniciou sua marcha em 29 de abril de 1925. Pouco antes da marcha, parte dos envolvidos foi enviada para a Argentina com o objetivo de formar uma rede de apoio externo ao grupo que lutaria aqui no Brasil. Esse destacamento seria liderado por Isidoro Dias Lopes.
A partir daí, a Coluna Prestes iniciou uma marcha que cruzou grande parte do Brasil. A recepção dos membros da Coluna Prestes nas cidades do interior em que passavam era diversa. Enquanto em alguns locais eles eram recebidos como heróis salvadores pela população; em outros, eram recebidos de maneira fria e desconfiada por causa das ações que realizavam.
Ao todo, a Coluna cruzou territórios que correspondem a diferentes estados brasileiros: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Piauí, Bahia, Pernambuco etc. A estratégia dos membros da Coluna Prestes era de evitar confrontos abertos contra as tropas governamentais, sobretudo quando as forças inimigas eram consideravelmente grandes.
No final de 1926, após mais de um ano de marcha e luta, os membros da Coluna Prestes começaram a discutir a possibilidade de pôr fim à marcha. Primeiro, o governo de Artur Bernardes estava encerrando-se e, além disso, a Coluna havia falhado em criar um projeto político de tomada de poder, e sua luta não havia mobilizado a população como esperado.
Assim, no dia 3 de fevereiro de 1927, os membros da Coluna Prestes oficializaram a deposição das suas armas e exilaram-se na Bolívia. Luís Carlos Prestes saiu da Coluna com o apelido de “Cavaleiro da Esperança” e tornou-se um dos grandes nomes da luta popular brasileira ao longo do século XX. Prestes, em 1930, assumiu-se como comunista e, na década de 1930, esteve envolvido com uma tentativa de tomada do poder no Brasil.
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Resposta:
Também conhecida como Coluna Miguel Costa-Prestes, a Coluna foi um movimento revoltoso organizado por tenentistas que percorreu o Brasil entre 1925 e 1927 combatendo as tropas dos governos de Artur Bernardes e Washington Luís durante a Primeira República. Ao longo de sua trajetória, os membros da Coluna percorreram mais de 25 mil quilômetros em protesto contra os governos vigentes.
Explicação passo a passo:
A Coluna Prestes foi resultado do movimento tenentista, que surgiu em 1922 pela insatisfação dos quadros militares com o governo brasileiro. Entre 1921 e 1922, foi realizada a campanha eleitoral para eleger o novo presidente que assumiria o país em 1922. De um lado, o candidato era Artur Bernardes; do outro lado, havia Nilo Peçanha (candidato da oposição).
Durante esse processo eleitoral, a relação dos militares com o governo, o qual representava as oligarquias paulista e mineira, desgastou-se. Primeiramente, foram veiculadas cartas falsas em que o candidato Artur Bernardes criticava membros do exército. A relação agravou-se depois que o presidente Epitácio Pessoa ordenou o fechamento do Clube Militar e a prisão de Hermes da Fonseca.
Essa atitude repercutiu negativamente de maneira imediata e, poucas semanas depois, ocorreu a Revolta do Forte de Copacabana em 1922. Os tenentistas, como ficaram conhecidos, atuaram de maneira efetiva até 1927 e, durante esse período, organizaram novas revoltas em diferentes partes do Brasil, sendo uma delas a Revolta Paulista de 1924.
A Revolta Paulista iniciou-se no dia 5 de julho de 1924 e foi a primeira de uma série de revoltas tenentistas que se espalharam pelo Brasil nesse ano. Os tenentistas, em geral, defendiam a derrubada do governo de Artur Bernardes e a implantação de mudanças sociais, políticas e econômicas no Brasil.
Os tenentistas ocuparam a capital paulista por cerca de três semanas, mas em razão da pressão das forças governamentais que os atacavam, optaram por abandonar a cidade de São Paulo. A fuga dos tenentistas paulistas levou-os a se estabelecer em Foz do Iguaçu, no Paraná. A Coluna formou-se quando tenentistas rebelados no Rio Grande do Sul, sob a liderança de Luís Carlos Prestes, uniram-se com os tenentistas paulistas instalados no Paraná.
A junção das duas formas deu início à Coluna e à marcha pelo interior do Brasil na defesa de seus ideais revolucionários. A Coluna Prestes nesse momento contava com aproximadamente 1.500 homens e tinha alguns nomes importantes, além de Luís Carlos Prestes, como Miguel Costa, Juarez Távora e Isidoro Dias Lopes.
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Ideologicamente falando, os princípios defendidos pelos membros da Coluna Prestes alinhavam-se com os ideais tenentistas. As historiadoras Lilia Schwarcz e Heloisa Starling afirmam que os membros da Coluna Prestes “exigiam o voto secreto, a reforma do ensino público, a obrigatoriedade do ensino primário e a moralização da política. Denunciavam, também, as miseráveis condições de vida e a exploração dos setores mais pobres”|1|.
Atuação da Coluna Prestes
Após a junção das forças tenentistas dos paulistas e dos gaúchos, a Coluna Prestes iniciou sua marcha em 29 de abril de 1925. Pouco antes da marcha, parte dos envolvidos foi enviada para a Argentina com o objetivo de formar uma rede de apoio externo ao grupo que lutaria aqui no Brasil. Esse destacamento seria liderado por Isidoro Dias Lopes.
A partir daí, a Coluna Prestes iniciou uma marcha que cruzou grande parte do Brasil. A recepção dos membros da Coluna Prestes nas cidades do interior em que passavam era diversa. Enquanto em alguns locais eles eram recebidos como heróis salvadores pela população; em outros, eram recebidos de maneira fria e desconfiada por causa das ações que realizavam.
Ao todo, a Coluna cruzou territórios que correspondem a diferentes estados brasileiros: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Piauí, Bahia, Pernambuco etc. A estratégia dos membros da Coluna Prestes era de evitar confrontos abertos contra as tropas governamentais, sobretudo quando as forças inimigas eram consideravelmente grandes.
No final de 1926, após mais de um ano de marcha e luta, os membros da Coluna Prestes começaram a discutir a possibilidade de pôr fim à marcha. Primeiro, o governo de Artur Bernardes estava encerrando-se e, além disso, a Coluna havia falhado em criar um projeto político de tomada de poder, e sua luta não havia mobilizado a população como esperado.
Assim, no dia 3 de fevereiro de 1927, os membros da Coluna Prestes oficializaram a deposição das suas armas e exilaram-se na Bolívia. Luís Carlos Prestes saiu da Coluna com o apelido de “Cavaleiro da Esperança” e tornou-se um dos grandes nomes da luta popular brasileira ao longo do século XX. Prestes, em 1930, assumiu-se como comunista e, na década de 1930, esteve envolvido com uma tentativa de tomada do poder no Brasil.