'Os padres da companhia de jesus[...] realizavam, sempre que possível, encenações ao ar livre que auxiliassem na evangelização indígena e, ao mesmo tempo, servissem como atrativos aos muitos portugueses que vieram forçados para a colônia e se afastaram da igreja.[...] Como não havia lugar específico para as representações teatrais, elas saíram do interior dos pátios e salões das escolas para terrenos em volta das igrejas, depois ganharam as ruas e praças, combinando-se com procissões e festas.[...] Essa encenação religiosa ao ar livre adquiriu a importância de acontecimento-chave da vida colonial, propiciando não só momentos criados pelo fervor religioso, mas um espaço de diversão ao incorporar um tom teatral á festividade.[...] Em 1583, o padre Manuel da Nobrega registrou a representação exemplar do Diálogo sobre a conversão de Deus[...], uma demonstração exemplar do uso do espaço aberto da colônia, com atores misturando procedimentos de interpretação propostos pelos jesuítas aos jogos corporais próprios das danças indígenas, e declamando textos que articulavam português, latim e tupi.'
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