Resposta:
O conceito de identidade tem sua origem na filosofia. Utiliza-se este
conceito para descrever algo que é diferente dos demais, porém idêntico a si
mesmo. A esse respeito, Habermas1
faz a seguinte proposta: “a autoidentificação
predicativa que efetua uma pessoa é, em certa medida, condição para que essa
pessoa possa ser identificada genericamente e numericamente pelas demais”
(Habermas, p.147, tradução nossa) Assim a identidade é formada dialeticamente
entre individuo e sociedade sendo mutável em boa medida inconscientemente,
num processo que inclui a identificação própria e a identificação reconhecida por
outros.
Habermas concebe que um indivíduo é responsável pela condução de sua
biografia e pode construir novas identidades ao longo de sua existência motivado
por fragmentações e rupturas que conduzem a uma superação, permitindo um
novo reconhecimento nas interações sociais em que faz parte.
Por sua vez, Ricoeur2
contribui para o conceito de identidade quando trata
da dualidade que percebe e manifesta-se como identidade-idem (mesmidade3
, ser
idêntico a si e imutável no tempo) e identidade-ipse (ipseidade4
, identidade
pessoal e reflexiva, talhada pela alteridade). A alteridade levada ao máximo, ou
seja, a capacidade de se colocar no lugar do outro, evidencia a ipseidade do simesmo como um outro, sendo que a alteridade não se deixa pensar sem a
ipseidade. É nessa identidade-ipse reflexiva que cabe a possibilidade de mudança,
diferente da identidade-idem que é genética (socialização primária)
Explicação:
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Resposta:
O conceito de identidade tem sua origem na filosofia. Utiliza-se este
conceito para descrever algo que é diferente dos demais, porém idêntico a si
mesmo. A esse respeito, Habermas1
faz a seguinte proposta: “a autoidentificação
predicativa que efetua uma pessoa é, em certa medida, condição para que essa
pessoa possa ser identificada genericamente e numericamente pelas demais”
(Habermas, p.147, tradução nossa) Assim a identidade é formada dialeticamente
entre individuo e sociedade sendo mutável em boa medida inconscientemente,
num processo que inclui a identificação própria e a identificação reconhecida por
outros.
Habermas concebe que um indivíduo é responsável pela condução de sua
biografia e pode construir novas identidades ao longo de sua existência motivado
por fragmentações e rupturas que conduzem a uma superação, permitindo um
novo reconhecimento nas interações sociais em que faz parte.
Por sua vez, Ricoeur2
contribui para o conceito de identidade quando trata
da dualidade que percebe e manifesta-se como identidade-idem (mesmidade3
, ser
idêntico a si e imutável no tempo) e identidade-ipse (ipseidade4
, identidade
pessoal e reflexiva, talhada pela alteridade). A alteridade levada ao máximo, ou
seja, a capacidade de se colocar no lugar do outro, evidencia a ipseidade do simesmo como um outro, sendo que a alteridade não se deixa pensar sem a
ipseidade. É nessa identidade-ipse reflexiva que cabe a possibilidade de mudança,
diferente da identidade-idem que é genética (socialização primária)
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