Qual é a moral da história? O ESPANTALHO Uma vez um pintassilgo foi ferido numa asa por um caçador. Durante algum tempo conseguiu sobreviver com aquilo que encontrava. Depois, terrível e gélido, chegou o Inverno.Uma fria manhã, procurando alguma coisa para meter no bico, o pintassilgo poisou num espantalho. Era um espantalho muito amigo de todas as aves do céu. Tinha um corpo de palha metida num velho fato de cerimónia; a cabeça era uma grande abóbora laranja e duas nozes como olhos. O espantalho, gentil como sempre, perguntou-lhe:— Que se passa, pintassilgo?O pintassilgo suspirou:— O frio está a matar-me e não tenho onde me refugiar. Para não falar da alimentação. Penso que não chegarei à Primavera.— Não tenhas medo. Refugia-te aqui debaixo do meu casaco. A minha palha está seca e quente.E assim, o pintassilgo encontrou uma casa no coração de palha do espantalho. Ficava o problema do alimento. Era cada vez mais difícil para o pintassilgo encontrar sementes.Um dia em que tudo estava coberto de geada, o espantalho disse-lhe docemente:— Pintassilgo, come os meus dentes: são óptimos grãos de milho.— Mas tu ficarás sem boca!— Parecerei mais sábio.O espantalho ficou sem boca, mas estava contente porque o seu amigo vivia. E sorria-lhe com os olhos de noz. Alguns dias depois, foi a vez do nariz de cenoura. Disse-lhe:— Come-o. É rico em vitaminas.Chegou depois a vez das nozes que serviam de olhos. Disse o espantalho ao amigo pintassilgo:— Basta-me escutar os teus contos. Finalmente ofereceu também a abóbora que servia de cabeça.Quando chegou a Primavera, o espantalho já não existia. Mas o pintassilgo estava vivo e voava no céu azul.​
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