As Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, são um paradigma do que se pode chamar literatura de testemunho: nem pura ficção, nem pura historiografia. O fundo histórico é o da ditadura Vargas, mas o testemunho vive e elabora-se numa zona de fronteira: ao percorrer essas memórias somos levados tanto a reconstituir a fisionomia e os gestos de alguns companheiros de prisão de Graciliano, entre os quais líderes comunistas, como a contemplar a metamorfose dessa matéria objetiva em uma prosa una e única − a palavra do narrador.
Pelo que se pode deduzir do texto, sobretudo quando se considera o exemplo das Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, na literatura de testemunho:
a) a imaginação ficcional conduz a narrativa, alterando todos os dados da realidade vivida.
b) o desejo de fidedignidade realista compromete a criação estilística do autor.
c) a ficção e a história acabam por se neutralizar, enfraquecendo o gênero discursivo.
d) os recursos da narrativa de ficção servem à expressão de experiências vividas pelo autor.
e) a função do distanciado narrador é fazer o real parecer ficcional e vice-versa.
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Resposta:
d) os recursos da narrativa de ficção servem à expressão de experiências vividas pelo autor.
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