Finalista em oito categorias do Oscar, entre as quais Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado, “O Jogo da Imitação” é inspirado em dois fatos extraordinários envolvendo a figura de Alan Turing. O primeiro fato corresponde ao desenvolvimento de uma máquina que antecipou as estratégias nazistas ao ponto de encurtar a Segunda Guerra Mundial e que posteriormente se compactou até chegar aos computadores domésticos. O segundo fato foi o risco de lidar com a sua orientação homossexual em uma Inglaterra intolerante.
O norueguês Morten Tyldum é conhecido pelo ótimo thriller “Headhunters” e tudo indicava que ele possuía uma sofisticação europeia que seria muito bem-vinda para a direção de “O Jogo da Imitação”. O que se vê, no entanto, é o trabalho típico de um diretor de aluguel, que jamais ousa carregar as polêmicas de um roteiro mais reprimido que o seu próprio protagonista.
Flashbacks da infância de um Alan Turing vivido por Alex Lawther se alternam com o momento em que este já adulto – e interpretado por Benedict Cumberbatch – é convocado pelo Governo Britânico para integrar uma equipe incumbida de decifrar o Enigma, uma máquina de criptografia usada pelos nazistas para se comunicarem durante a Segunda Guerra Mundial. O montador William Goldenberg também se encarrega de adicionar flashfowards que revelam paulatinamente os últimos anos da vida de Alan Turing.
Em seus melhores momentos, “O Jogo da Imitação” investe na relação inusitada entre Alan Turing e Joan Clarke (Keira Knightley), uma jovem extremamente habilidosa com a resolução de problemas de lógica e que ambiciona um destino diferente de todas as mulheres de sua época. É uma interação que enriquece o personagem central ao ponto dele tornar mais aberta a sua preferência sexual. Também é preciso destacar os dilemas que serão enfrentados quando finalmente o Enigma é emulado pela criação de Turing batizada como Christopher – ou Bomba, na versão real e nada romantizada da história.
No mais, “O Jogo da Imitação” é movido por um formalismo que costuma ganhar muito respaldo de premiações cinematográficas representadas por um grupo de senhores conservadores, mas que pode frustrar o espectador que não tolera firulas. A importância que “O Jogo da Imitação” continha para fazer justiça a um gênio perdido pela ignorância daqueles que de algum modo salvou acaba se perdendo em ironias e no melodrama. Inexpressivo.
Lista de comentários
Finalista em oito categorias do Oscar, entre as quais Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado, “O Jogo da Imitação” é inspirado em dois fatos extraordinários envolvendo a figura de Alan Turing. O primeiro fato corresponde ao desenvolvimento de uma máquina que antecipou as estratégias nazistas ao ponto de encurtar a Segunda Guerra Mundial e que posteriormente se compactou até chegar aos computadores domésticos. O segundo fato foi o risco de lidar com a sua orientação homossexual em uma Inglaterra intolerante.
O norueguês Morten Tyldum é conhecido pelo ótimo thriller “Headhunters” e tudo indicava que ele possuía uma sofisticação europeia que seria muito bem-vinda para a direção de “O Jogo da Imitação”. O que se vê, no entanto, é o trabalho típico de um diretor de aluguel, que jamais ousa carregar as polêmicas de um roteiro mais reprimido que o seu próprio protagonista.
Flashbacks da infância de um Alan Turing vivido por Alex Lawther se alternam com o momento em que este já adulto – e interpretado por Benedict Cumberbatch – é convocado pelo Governo Britânico para integrar uma equipe incumbida de decifrar o Enigma, uma máquina de criptografia usada pelos nazistas para se comunicarem durante a Segunda Guerra Mundial. O montador William Goldenberg também se encarrega de adicionar flashfowards que revelam paulatinamente os últimos anos da vida de Alan Turing.
Em seus melhores momentos, “O Jogo da Imitação” investe na relação inusitada entre Alan Turing e Joan Clarke (Keira Knightley), uma jovem extremamente habilidosa com a resolução de problemas de lógica e que ambiciona um destino diferente de todas as mulheres de sua época. É uma interação que enriquece o personagem central ao ponto dele tornar mais aberta a sua preferência sexual. Também é preciso destacar os dilemas que serão enfrentados quando finalmente o Enigma é emulado pela criação de Turing batizada como Christopher – ou Bomba, na versão real e nada romantizada da história.
No mais, “O Jogo da Imitação” é movido por um formalismo que costuma ganhar muito respaldo de premiações cinematográficas representadas por um grupo de senhores conservadores, mas que pode frustrar o espectador que não tolera firulas. A importância que “O Jogo da Imitação” continha para fazer justiça a um gênio perdido pela ignorância daqueles que de algum modo salvou acaba se perdendo em ironias e no melodrama. Inexpressivo.