Foucault oferece possibilidades metodológicas, teóricas e mesmo indica
múltiplas temáticas de pesquisa possíveis para o campo da educação.
A segunda parte do livro, “Domínios foucaultianos”, está dividida em quatro capítulos. No capítulo 2, “Os três Foucault?”, trata das três grandes fases na
obra do filósofo – arqueológica, genealógica e ética –, argumentando um pouco
no sentido de que, ao propormos e aceitarmos esta compartimentabilização,
estaríamos de certa forma combinando critérios metodológicos e cronológicos,
mas deixando de lado a sucessiva incorporação de uma pela outra, num alargamento de problematizações e respectivas maneiras de trabalhá-las. Frente a estes questionamentos, Veiga-Neto argumenta a favor da saída elaborada por
Miguel Morey, que divide a obra de Foucault a partir da ontologia do presente,
chegando-se a três eixos: o saber (ser-saber), pela ação de uns sobre os outros
(ser-poder) e pela ação de cada um consigo próprio (ser-consigo). Os três
capítulos seguintes apresentam e discutem cada um destes domínios.
ndamentais para o pensamento foucaultiano e que se conectam com as práticas e as pesquisas educacionais, entre eles a questão do sujeito, da linguagem,
do discurso, do poder-saber. Em especial, vale destacar o enfoque de toda a
problemática do sujeito. Foucault toma a palavra sujeito em dois sentidos: (...)
sujeito [assujeitado] a alguém pelo controle e dependência, e preso à sua
própria identidade por uma consciência ou autoconhecimento (p. 136). VeigaNeto ressalta, no pensamento foucaultiano, a discussão de como os seres humanos tornaram-se sujeitos a partir de três modos de subjetivação – primeiro,
objetivando o sujeito no campo dos saberes ou modos de investigação; em
segundo, objetivando o sujeito nas práticas de poder que dividem e classificam
(práticas divisórias); por fim, a subjetivação sobre si mesmo ou modos de transformação aplicados por nós e pelos outros sobre nós mesmos. Esses três modos
de subjetivação foram trabalhados por Foucault, respectivamente, através da
arqueologia, da genealogia e da ética.
Por fim, na quarta parte, Veiga Neto apresenta “Tempos e lugares
foucaultianos”, em que situa uma cronologia biográfica de Foucault apresen-
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tando os principais acontecimentos na vida do filósofo; e, no último capítulo,
uma relação de sites que tratam dele e de sua obra.
Certamente, são diversas as contribuições e possibilidades nas pesquisas
em educação a partir de Foucault.
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pereiraconstrucoes20
era para eu dar sim só que o resumo tá muito grande para ter chamado de resumo mas muito obrigado
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Resposta:
Foucault oferece possibilidades metodológicas, teóricas e mesmo indica
múltiplas temáticas de pesquisa possíveis para o campo da educação.
A segunda parte do livro, “Domínios foucaultianos”, está dividida em quatro capítulos. No capítulo 2, “Os três Foucault?”, trata das três grandes fases na
obra do filósofo – arqueológica, genealógica e ética –, argumentando um pouco
no sentido de que, ao propormos e aceitarmos esta compartimentabilização,
estaríamos de certa forma combinando critérios metodológicos e cronológicos,
mas deixando de lado a sucessiva incorporação de uma pela outra, num alargamento de problematizações e respectivas maneiras de trabalhá-las. Frente a estes questionamentos, Veiga-Neto argumenta a favor da saída elaborada por
Miguel Morey, que divide a obra de Foucault a partir da ontologia do presente,
chegando-se a três eixos: o saber (ser-saber), pela ação de uns sobre os outros
(ser-poder) e pela ação de cada um consigo próprio (ser-consigo). Os três
capítulos seguintes apresentam e discutem cada um destes domínios.
ndamentais para o pensamento foucaultiano e que se conectam com as práticas e as pesquisas educacionais, entre eles a questão do sujeito, da linguagem,
do discurso, do poder-saber. Em especial, vale destacar o enfoque de toda a
problemática do sujeito. Foucault toma a palavra sujeito em dois sentidos: (...)
sujeito [assujeitado] a alguém pelo controle e dependência, e preso à sua
própria identidade por uma consciência ou autoconhecimento (p. 136). VeigaNeto ressalta, no pensamento foucaultiano, a discussão de como os seres humanos tornaram-se sujeitos a partir de três modos de subjetivação – primeiro,
objetivando o sujeito no campo dos saberes ou modos de investigação; em
segundo, objetivando o sujeito nas práticas de poder que dividem e classificam
(práticas divisórias); por fim, a subjetivação sobre si mesmo ou modos de transformação aplicados por nós e pelos outros sobre nós mesmos. Esses três modos
de subjetivação foram trabalhados por Foucault, respectivamente, através da
arqueologia, da genealogia e da ética.
Por fim, na quarta parte, Veiga Neto apresenta “Tempos e lugares
foucaultianos”, em que situa uma cronologia biográfica de Foucault apresen-
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tando os principais acontecimentos na vida do filósofo; e, no último capítulo,
uma relação de sites que tratam dele e de sua obra.
Certamente, são diversas as contribuições e possibilidades nas pesquisas
em educação a partir de Foucault.