Richard é um professor de 35 anos de idade que chega à sua clínica fonoaudiológica reclamando da incapacidade de produzir uma voz forte, clara. Parece que toda vez que ele tenta falar, ele simplesmente não parece ter fôlego suficiente para falar com uma voz clara por mais de alguns segundos de cada vez. Ele suspeita de asma, mas nega a existência de histórico familiar do distúrbio. Ao contrário, Richard se diz saudável. Quando você o questiona, ele admite que fuma há aproximadamente 10 anos – talvez, entre um maço e um maço e meio por dia.
Ele também relata que sua condição parece ser pior depois dos exercícios que realiza três vezes por semana. Finalmente, por meio de uma investigação complementar, você fica sabendo que Richard possui doença do refluxo gastroesofágico crônico há mais de 15 anos. Você observa que ele apresenta um estridor pronunciado durante a inspiração.
Sendo bem versado em anatomia e fisiologia do sistema respiratório, você suspeita que uma série de fatores poderia estar causando o problema. O que vem à mente imediatamente são asma, enfisema, neuropatologia e distúrbio do movimento paradoxal das pregas vocais (MPPV). Você sugere ao seu paciente que ele obtenha um exame médico completo do seu médico pessoal.
O paciente, de fato, segue sua sugestão. O clínico geral realiza um check-up geral de saúde. Todos os sinais médicos não parecem dar suporte ao diagnóstico de asma. Em virtude do histórico de tabagismo de Richard, o médico suspeita que, talvez, ele esteja nas etapas iniciais de enfisema. Ele então encaminha o paciente a um pneumologista para uma avaliação mais detalhada.
O pneumologista realiza uma avaliação completa de Richard, incluindo medidas respiratórias (p. ex., capacidade vital [CV]), teste da curva de fluxo-volume) e endoscopia. Um exame endoscópico revela que não há inflamação subglótica tipicamente observada em pacientes com asma. Aliás, todos os testes parecem revelar estrutura e funcionamento normais do sistema respiratório. Não estando apto a fornecer um diagnóstico definitivo, o pneumologista encaminha Richard para um otorrinolaringologista.
Levando em consideração as informações que foram obtidas até o momento, o otorrinolaringologista faz Richard praticar um exercício vigoroso por 20 minutos antes de conduzir um exame endoscópico. O médico logo percebe que o estridor de Richard está mais pronunciado. O médico inicia o exame endoscópico, que imediatamente revela uma adução anormal das pregas vocais durante a inspiração, com uma pequena fenda glótica posterior, triangular. Testes complementares dão suporte ao diagnóstico de distúrbio do MPPV.
Observe quaisquer termos ou conceitos no estudo de caso precedente que são desconhecidos para você. Preste especial atenção à anatomia e fisiologia pertinente a este caso, tente relacionar essa informação à discussão das patologias respiratórias apresentadas na disciplina.
1) Como os sintomas respiratórios associados ao distúrbio do movimento paradoxal das pregas vocais diferem dos sintomas associados à asma?
2) Por que indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica falam com menor número de palavras por expiração?
3) Por que indivíduos com insuficiência cardíaca congestiva falam com loudness diminuída?
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Resposta:
Estudo de Caso
1) Múltiplas doenças podem se apresentar de forma semelhante à disfunção de cordas vocais, mas podem, em geral, ser diferenciadas pela história, exame físico, imagem e achados laringoscópicos. O diagnóstico de disfunção de cordas vocais pode ser diferenciado de uma crise asmática por situações como a ausência de resposta ao tratamento típico de asma, ausência de sintomas noturnos, maior dificuldade de inspiração que de expiração e história de testes normais de função pulmonar.
2) A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma enfermidade comum, geralmente progressiva e debilitante, caracterizada por sinais e sintomas respiratórios associados à limitação da capacidade ventilatória, sendo geralmente causada por exposição inalatória crônica a material particulado, principalmente decorrente de tabagismo. A diminuição do volume pulmonar promove diminuição da pressão subglótica e compromete a coaptação glótica da laringe, durante a fonação. A condição respiratória modifica a fonação, embora essa relação ainda não tenha sido demonstrada experimentalmente.
3) Na insuficiência cardíaca, o coração não pode bombear sangue suficiente para atender à necessidade do corpo por oxigênio e nutrientes, que são fornecidos pelo sangue. Os indivíduos com insuficiência cardíaca congestiva falam com loudness diminuída uma vez que os ventrículos do coração não se contraem adequadamente durante o batimento cardíaco.
Explicação: