2. “A micro-história também tem se ocupado dos problemas da escala de
observação e da generalização, dos pequenos indícios e da contextualização
simbólica, marcando proximidades e diferenças em relação à antropologia
interpretativa. A investigação histórica revela-se viável no interior de uma
escala reduzida, permitindo estabelecer outros nexos entre evento e estrutura
pela ‘reconstituição do vivido impensável noutros tipos de historiografia.
Por outro lado, propõe-se indagar as estruturas invisíveis dentro das quais
aquele vivido se articula’”. (SILVA, Fernando Teixeira da. História e Ciências
Sociais: zonas de fronteira. História, Franca, v. 24, n. 1, 2005, p. 154-155).
A partir do trecho citado é possível afirmar que:
a) A micro-história tem como base uma metodologia definida em torno das
variações de escalas analíticas, que busca por evitar estudos individualizados
que escapem ao geral e total da sociedade.
b) Apresentada como categoria básica para a construção de microanálises a
variação de escalas permite ao historiador destacar seu objeto do ambiente em
que vive e, à maneira do médico, dissecá-lo por meio de um estudo exaustivo.
c) A diminuição da escala de análise ao nível mais elementar, o indivíduo,
é um desdobramento do afastamento da micro-história e da antropologia
humanista, dada a constante busca por generalizações da segunda.
d) A redução da escala de análise permite, por um lado, apreender
experiências e estabelecer relações não possibilitadas dentro de outros
campos da historiografia e, por outro, vislumbrar especificidades que uma
visão geral não permitiria.
e) A variação de escalas implica em um afastamento do historiador de outras
correntes, assim como de outras ciências, como a antropologia, devido à
sua marcante característica individualista.

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