1. “Se o filósofo é capaz de deduzir os possíveis fenômenos da experiência a partir da onipotência de seu conceito prévio, então é evidente que ele não necessita de experiência alguma para realizar sua tarefa e, dentro dos seus limites, dar-se a liberdade de desconsiderar qualquer experiência – simplesmente a priori –, o todo do tempo e todas as épocas teriam de ser descritas a partir do mesmo a priori” (RANKE apud MARTINS, 2010, p. 204). Sobre a relação de Leopold von Ranke e as chamadas Filosofias da História é possível dizer que: a) Embora o autor desconsidere parte do trabalho dos filósofos ele adota métodos estritamente filosóficos como o de se munir de um conceito previamente, para a partir dele estabelecer Crítica Documental. b) É uma relação de total distanciamento das práticas anteriormente propostas, especialmente com aquela do positivismo hegeliano, que propunha que o progresso das sociedades se dava independentemente de qualquer interferência metafísica. c) É uma relação estabelecida por meio da crítica à falta de profissionalismo, à aplicação de elementos metafísicos e à realização por meio de conceitos preestabelecidos que impedem uma análise científica dos fatos que compõem o conhecimento do passado. d) Embora seja reconhecido como um dos principais expoentes da Filosofia da História alemã, Leopold von Ranke criticava a forma como seus companheiros construíam a análise histórica a partir de conceitos previamente estabelecidos, que segundo ele acabavam por serem os selecionadores dos dados que só serviam como comprovação da efetividade desses conceitos. e) Trata-se de uma relação de afastamento teórico, matizada pela recusa de von Ranke em tomar a neutralidade como parte do método para se atingir o conhecimento daquilo que realmente aconteceu no passado, uma vez que para ele seriam apenas as interpretações pessoais dos historiadores a partir de análises de acontecimentos factuais e imediatos que comporiam o passado.
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1. “Nas sociedades rurais do Ocidente medieval são relações de produção: o âmbito do domínio senhorial, com a repartição das terras entre as reservas e as dependências do feudo, o sistema do trabalho gratuito, o recebimento das taxas e das ‘banalidades’; mas também os diversos estatutos dos camponeses – servos, forros, colonos proprietários de alódios – e a organização da comunidade aldeã, com a rotação das culturas, os pastos incultos, as charnecas, e os bosques comunais. Nas sociedades industriais do Ocidente são relações de produção: a propriedade dos capitais, autorizando a tomada das decisões, a escolha dos investimentos, a divisão dos lucros; tal como o funcionamento das empresas, com a hierarquia do pessoal, a disciplina da oficina, a ordenação das normas e dos horários; e a situação dos operários, variando segundo a grelha dos salários o processo de emprego de despedimento, a importância dos sindicatos.” (BOURDÉ; MARTIN, 1990 [1983], p. 154-155). Partindo de uma leitura da História Econômica e considerando o materialismo histórico, é correto afirmar que as relações de produção apresentadas no trecho somadas: a) Às instituições jurídicas e políticas constituem a infraestrutura de uma sociedade. b) À consciência social constituem a superestrutura de uma sociedade. c) Às forças produtivas constituem a superestrutura de uma sociedade. d) Às forças produtivas constituem a infraestrutura de uma sociedade. e) À consciência social constituem a infraestrutura de uma sociedade.
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2. “No interior da história da Escola dos Annales, a História Quantitativa terá o seu próprio ritmo e as suas próprias balizas cronológicas – quebrando-se a periodização através da qual se costuma historiar este movimento em três gerações bem definidas – isto porque, depois de emergir sob o contexto da crise econômica de 1929, e acompanhar as duas gerações iniciais de annalistas (a de Bloch e a Braudel), a nova modalidade consolida-se entre os anos 1945 e 1975 (seu período áureo), para depois, a partir dos anos 1980, perder a majestade que reteve durante tantos anos no universo de metodologias praticadas pelos historiadores dos Annales e também de outras correntes historiográficas. Em compensação, uma ‘história serial’ desligada do quantitativo começa desde os anos 1970 a se apresentar como uma das abordagens possíveis para um novo campo histórico que estava então surgindo, a História das Mentalidades.” (BARROS, 2012, p. 204-205). A partir do texto citado e dos conteúdos apresentados nesta seção, podemos concluir que: a) A História Quantitativa e a História Serial, que nascem como desdobramentos de uma Economia da História, contribuem para as marcações temporais das três gerações da Escola dos Annales, por representarem momentos de fechamento de ciclos historiográficos. b) Nascidas dos desdobramentos de uma Economia da História, a História Quantitativa e a História Serial desenvolveram-se no interior da Escola dos Annales alterando-se e sobrepondo-se em vários momentos a outras correntes e formas de fazer história, criando métodos e ampliando seus objetos. c) A História Quantitativa e a História Serial desenvolveram-se no interior da Escola dos Annales a partir da rejeição a métodos e elementos do Historicismo e do Materialismo Histórico. d) A História Quantitativa e a História Serial foram agregadas pelos historiadores da Escola dos Annales e transportadas para o estudo das Mentalidades e das Subjetividades, contribuindo, por meio da quantificação, para um melhor conhecimento das tendências econômicas e culturais dessas duas correntes. e) O Materialismo Histórico desdobrar-se-ia em dois novos campos, a História Quantitativa e a História Serial, desenvolvidos no interior do Historicismo, essas duas novas vertentes seriam alteradas e se agregariam a outras, por meio da criação de novos métodos voltados para os estudos das mentalidades
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1. “A história se manteve como uma ciência social sui generis, irremediavelmente ligada ao concreto. Mesmo que o historiador não possa deixar de refletir, explícita ou implicitamente, as séries de fenômenos comparáveis, a sua estratégia cognoscitiva assim como seus códigos expressivos que permanecem intrinsecamente individualizantes (mesmo que o indivíduo seja talvez um grupo social ou uma sociedade inteira). Nesse sentido, o historiador é comparável ao médico, que utiliza os quadros nosográficos para analisar o mal específico de cada doente. E, como o do médico, o conhecimento histórico é indireto, indiciário, conjetural.” (GINZBURG, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. p. 156-157). *Nosográficos: classificação metódica das doenças segundo o caráter distintivo de cada classe, ordem, gênero e espécie. 102 U2 - A história repensada: os excluídos da história No trecho destacado, o historiador italiano Carlo Ginzburg trata de uma das principais características do que ele estabelece como sendo o ofício do historiador que deve: a) Afastar-se do paradigma indiciário uma vez que o historiador precisa estar atento às escalas analíticas. b) Seguir o paradigma indiciário, colocando o historiador atrás de pistas, indícios, tal qual um detetive construindo hipóteses. c) Aproximar-se do ofício do detetive, seguindo o paradigma indiciário, centrando-se em fontes que comprovem as hipóteses levantadas. d) Centrar-se no paradigma indiciário, mas não abandonar as generalizações necessárias para a construção de uma história total. e) Rejeitar o paradigma indiciário, uma vez que o conhecimento histórico é indireto, indiciário, conjetural. p103
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2. “A micro-história também tem se ocupado dos problemas da escala de observação e da generalização, dos pequenos indícios e da contextualização simbólica, marcando proximidades e diferenças em relação à antropologia interpretativa. A investigação histórica revela-se viável no interior de uma escala reduzida, permitindo estabelecer outros nexos entre evento e estrutura pela ‘reconstituição do vivido impensável noutros tipos de historiografia. Por outro lado, propõe-se indagar as estruturas invisíveis dentro das quais aquele vivido se articula’”. (SILVA, Fernando Teixeira da. História e Ciências Sociais: zonas de fronteira. História, Franca, v. 24, n. 1, 2005, p. 154-155). A partir do trecho citado é possível afirmar que: a) A micro-história tem como base uma metodologia definida em torno das variações de escalas analíticas, que busca por evitar estudos individualizados que escapem ao geral e total da sociedade. b) Apresentada como categoria básica para a construção de microanálises a variação de escalas permite ao historiador destacar seu objeto do ambiente em que vive e, à maneira do médico, dissecá-lo por meio de um estudo exaustivo. c) A diminuição da escala de análise ao nível mais elementar, o indivíduo, é um desdobramento do afastamento da micro-história e da antropologia humanista, dada a constante busca por generalizações da segunda. d) A redução da escala de análise permite, por um lado, apreender experiências e estabelecer relações não possibilitadas dentro de outros campos da historiografia e, por outro, vislumbrar especificidades que uma visão geral não permitiria. e) A variação de escalas implica em um afastamento do historiador de outras correntes, assim como de outras ciências, como a antropologia, devido à sua marcante característica individualista. p103
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2. Com toda a evidência, o fato de considerar que Europa, Ásia, África e América são semelhantes enquanto terras continentes, isto é, partes de um todo sem solução de continuidade, não pode significar que sejam iguais, nem pelo seu tamanho e forma, nem pelas demais peculiaridades que as distinguem entre si. Resulta, pois, que a semelhança que permitiu separá-las tem que remeter a algo que lhes seja comum, mas de maneira que não anule suas diferenças individuais. É óbvio que, se apesar de serem individualizados, se se considera que os quatro continentes são semelhantes, só pode ser porque, como partes de um mesmo todo, supõese que participem, igualmente, da natureza desse todo. (O´GORMAN, 1992, p. 190-191) O texto anterior nos remete às análises de identidade, as quais fazem cada região ser única e diferente das demais. A partir do que foi exposto sobre a construção da identidade americana em seu livro didático, marque a resposta correta. a) O surgimento do continente americano se efetivou somente com a colonização dos exploradores, os quais nomearam as terras a partir do nome de Américo Vespúcio, espanhol que encontrou as primeiras terras das Américas. b) Conforme análises feitas a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais de História, o efeito migratório tem sido positivo na construção da identidade dos povos, hipótese que pode ser confirmada também nas primeiras civilizações que se organizaram na América. c) Os deslocamentos populacionais, conforme descrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais de História, têm contribuído para a construção de uma sociedade multicultural, o que tem favorecido a aceitação do que é diferente. d) De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de História, as migrações ou imigrações têm gerado vários problemas na construção ou permanência da identidade de povos, pois produzem uma desorganização nas relações históricas que homens e mulheres estabelecem entre si e desintegram valores importantes para a sobrevivência da cultura. e) As migrações no período pré-colonial foram um fator determinante para o processo de urbanização de importantes impérios, pois, por meio dela, o trabalho escravo foi iniciado, contribuindo para o desenvolvimento da cultura agrícola.
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Frederick Douglass (nascido Frederick Augustus Washington Bayley (c.1818 – 20 de fevereiro de 1895) foi um abolicionista americano, sufragista, editor, orador, autor, estadista e reformista. Denominado ’O Sábio de Anacostia’ e ‘O Leão de Anacostia’, Douglass é uma das mais proeminentes figuras da história dos afro-americanos e dos Estados Unidos. Ex-escravo, ele acreditava firmemente na igualdade de todas as pessoas, fossem elas negras, mulheres, indígenas americanos ou imigrantes recentes. Gostava de dizer: ‘Eu me uniria a todas as pessoas que agissem corretamente e a ninguém que agisse erradamente’. (MOURA, [s.d.], [s.p.]) A partir da breve biografia do líder negro Frederick Douglas e do conhecimento da história dos EUA no século XIX, podemos afirmar que: a) O impedimento da alfabetização de negros escravizados resultou em poucas lideranças abolicionistas negras de destaque, por isso, alguns personagens, como Lincoln, são mais destacados. b) O abolicionismo foi um dos principais fatores da Guerra Civil e muitos negros fugiam do Norte para o Sul buscando princípios de igualdade política. c) Essa biografia se relaciona com várias outras de lideranças negras abolicionistas que, décadas antes da Guerra Civil, lutavam pela abolição da escravidão. d) Essa biografia é um caso raro de intelectual negro abolicionista, na medida em que esse espaço de debate foi completamente sufocado pela elite escravocrata no país. e) Apesar da luta de personagens como Douglas, a escravidão nos EUA seria abolida apenas por conta do interesse econômico da elite local.
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1. “Se o filósofo é capaz de deduzir os possíveis fenômenos da experiência a partir da onipotência de seu conceito prévio, então é evidente que ele não necessita de experiência alguma para realizar sua tarefa e, dentro dos seus limites, dar-se a liberdade de desconsiderar qualquer experiência – simplesmente a priori –, o todo do tempo e todas as épocas teriam de ser descritas a partir do mesmo a priori” (RANKE apud MARTINS, 2010, p. 204). Sobre a relação de Leopold von Ranke e as chamadas Filosofias da História é possível dizer que: a) Embora o autor desconsidere parte do trabalho dos filósofos ele adota métodos estritamente filosóficos como o de se munir de um conceito previamente, para a partir dele estabelecer Crítica Documental. b) É uma relação de total distanciamento das práticas anteriormente propostas, especialmente com aquela do positivismo hegeliano, que propunha que o progresso das sociedades se dava independentemente de qualquer interferência metafísica. c) É uma relação estabelecida por meio da crítica à falta de profissionalismo, à aplicação de elementos metafísicos e à realização por meio de conceitos preestabelecidos que impedem uma análise científica dos fatos que compõem o conhecimento do passado. d) Embora seja reconhecido como um dos principais expoentes da Filosofia da História alemã, Leopold von Ranke criticava a forma como seus companheiros construíam a análise histórica a partir de conceitos previamente estabelecidos, que segundo ele acabavam por serem os selecionadores dos dados que só serviam como comprovação da efetividade desses conceitos. e) Trata-se de uma relação de afastamento teórico, matizada pela recusa de von Ranke em tomar a neutralidade como parte do método para se atingir o conhecimento daquilo que realmente aconteceu no passado, uma vez que para ele seriam apenas as interpretações pessoais dos historiadores a partir de análises de acontecimentos factuais e imediatos que comporiam o passado.
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