Colégio Estadual Cosme de Parias
Unidade: 1
Disciplinas Lingua Portuguesa
Professor (a): Cristina Mendonça
Série: 2-° Ano Ensino Medio - Matutino
Turma: a
Nome: Cauã
data: 06/06/2023
ATIVIDADES: O ROMANTISMO NO BRASIL POESIA 1-ª GERAÇÃO
leia os poemas abaixo e depois responda as questões
Texto 1 - se morre de amor
Se se morre de amor! Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos:
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n' alma
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve, e no que vê prazer alcança!
Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
uma fita, uma flor entre os cabelos,
um quê mal definido, acaso os cabelos,
um quê mal definidos, acaso podem
num engano n' amor arrebatar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio,
devaneio ilusão, que se esvazie
ao som final da orquestra, ao derradeiro
clarão, que as luzes no morrer despedem:
se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
d' alma igual ninguém sucumba à perda
amor é vida; é ter constantemente
alma, sentidos, coração - abertos
ao grande,ao Belo; é ser capaz de extremos,
d' altas virtudes, té capaz de crimes!
compreender o infinito, a imensidade,
e a natureza e Deus; gostar dos campos,
d' aves, flores, murmúrios solidários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E á branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
o ditoso, o misérrimo dos entes:
Isso é amor, e desse amor se morre! ( Gonçalves Dias, obras poéticas de Antônio Gonçalves Dias )
Entendendo o texto
01. Podemos separar o texto em duas partes distintas: de um lado, as duas primeiras estrofes, de outro, a terceira.
a) Que tipo de sentimento distingue cada parte?
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b) Como o poeta as caracteriza?
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c) Utilize o texto para comprovar sua resposta.
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02. Em qual estrofes o poeta usa antiteses? Aponte no texto très exemplos de antiteses.
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03, Num dos famosos sonetos de Camões e dito que a Amor "é um contentamento "descontente" Destaque os versos de poema em que se faz colocação semelhante.
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04. O comportamento contraditório caracteriza a fascinação ou o amor? O que justifica esse comportamento, evidenciado em várias poesias românticas?
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05. Você concorda com a idéia contida na expressão "buscar tristeza"? Vale a pena? (Pena, do grego poiné. "castigo" "punição", "sofrimento", "padecimento".)
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06. Afinal, segundo o poeta, o que mata e o que não mata? Morre-se ou não se morre de amor?
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Texto 2 - Este inferno de amar
Este infermo de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui n` alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - I quando se há - de ela apagar?
Eu não sei, não lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tão serena a dormi!
oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, aí de mim! despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...
(Almeida Garrett. Urica incompleta.)
Entendo o texto
01. Aponte três características românticas presentes no texto; explifique com palavras ou expressões nele constantes.
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02. Transcreva uma antitese presente no texto
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03.O texto trabalha com o presente e com o passado.
a) Que estrofe(s) você relacionaria ao presente? _____________________________
b) Que estrofe(s) você relacionaria ao passado?
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04. Como o passado é caracterizado?
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05. E o momento presente?
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06. A que grande conclusão nos leva o texto?
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07. Você concorda que a ideia de amor está sempre ligada a idéia de sofrimento? Justifique sua resposta..
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Lista de comentários
Resposta:
Respostas:
Texto 1:
01. a) Na primeira parte do texto, o poeta descreve uma fascinação momentânea repleta de prazer e alegria, enquanto na segunda parte, ele descreve o amor genuíno, que é capaz de trazer diversidade de emoções e sentimentos, tanto positivos quanto negativos.
b) O poeta caracteriza a fascinação momentânea como um "delírio, devaneio, ilusão" que é efêmero, e o amor verdadeiro como algo que é "vida", capaz de trazer experiências intensas e contraditórias.
c) O poeta descreve a fascinação momentânea como algo que pode ser facilmente confundido com o amor, mas que, na verdade, é superficial e ilusório. Já o amor verdadeiro é descrito como algo capaz de trazer experiências intensas, tanto negativas quanto positivas, mas que é capaz de dar sentido à vida.
02. O poeta utiliza antíteses na terceira estrofe. Três exemplos são: "ser dotado de extremos, de altas virtudes, até capaz de crimes", "sentir prazer e desventura no mesmo tempo" e "ser no mesmo ponto o ditoso, o mísero dos entes".
03. No poema, há uma colocação semelhante em "conhecer o prazer e a desventura / No mesmo tempo", assim como no soneto de Camões, que diz que o amor é "um contentamento descontente".
04. O comportamento contraditório é característico da fascinação momentânea, que é efêmera e superficial. Já o amor verdadeiro é capaz de trazer experiências intensas tanto negativas quanto positivas, mas é capaz de dar sentido à vida.
05. Resposta pessoal.
06. O poeta defende que não se morre de amor verdadeiro, que é capaz de trazer diversas emoções intensas, tanto positivas quanto negativas, mas que é capaz de dar sentido à vida. A morte está associada à fascinação momentânea, que é superficial e efêmera.
Texto 2:
01. Três características românticas presentes no texto são: a angústia, o sofrimento ligado ao amor e a nostalgia do passado. Exemplos presentes no texto incluem "Este inferno de amar", "Que é a vida - e que a vida destrói", "O passado, a outra vida que dantes vivi" e "Era um sonho talvez - foi um sonho".
02. "Esta chama que alenta e consome / Que é a vida - e que a vida destrói".
03. a) A estrofe "Este inferno de amar - como eu amo! / Quem mo pôs aqui na alma... quem foi? / Esta chama que alenta e consome, / que é a vida - e que a vida destrói..."
b) A estrofe "Eu não sei, não lembra: o passado, / A outra vida que dantes vivi / Era um sonho talvez... - foi um sonho - / Em que paz tão serena a dormi! / Oh! que doce era aquele sonhar... / Quem me veio, aí de mim! Despertar?"
04. O passado é caracterizado como uma época de paz e serenidade, onde o eu lírico viveu um sonho doce e tranquilo.
05. O momento presente é caracterizado pela angústia e pelo sofrimento ligado ao amor.
06. O poeta nos leva à conclusão de que o amor é um "inferno" que consome e destrói a vida, mas que mesmo assim, é inevitável amar.
07. Resposta pessoal.