A cidade de Londres, durante o século XIX, foi marcada pelo forte aumento populacional devido à industrialização. Muitos artistas da época representaram o cenário precário de algumas regiões de Londres, como o da gravura a seguir, de Gustave Doré.
A partir da leitura da imagem, descreva os elementos que estão presentes na gravura e re- lacione-os com o crescimento da população nas cidades industriais do final do século XIX.
Resposta:No século XIX, Londres deu início a uma série de ambiciosos projetos de infraestrutura que continuam a moldar a cidade até os dias de hoje. A primeira linha de metrô do mundo foi aberta na capital inglesa em 1863; hoje, o London Underground, como é chamado o metrô da cidade, transporta uma média de cinco milhões de passageiros por dia.
Na década de 1860, uma vasta rede de esgoto e drenagem foi construída para atender às três milhões de pessoas que viviam em Londres na época. Esses canos foram responsáveis pelo fim das ondas de disenteria, febre tifoide e cólera que atingiam a cidade e são utilizados até hoje por mais de oito milhões de londrinos. Investimentos como esses, feitos a partir de uma visão de longo prazo, permitiram que as pessoas passassem a viver e trabalhar mais próximas, ajudando a sustentar o crescimento econômico e populacional da cidade por mais de um século.
Uma caminhada em Londres hoje permite perceber que a cidade está lutando para gerenciar bem a densidade populacional. Apesar da nova expansão do Crossrail (sistema de trem) e da proliferação de ciclovias e dos icônicos ônibus vermelhos em diversas ruas, muitas pessoas continuam a depender do carro para seus deslocamentos. Como resultado, Londres têm o pior índice de qualidade do ar na Europa Ocidental – a exposição em um dia normal equivale a fumar 15 cigarros.
Os problemas vão do transporte à habitação. Os preços dos imóveis em Islington dobraram na última década, um período em que os salários permaneceram estagnados. O crescente valor dos imóveis são a principal preocupação de inquilinos em dificuldade e potenciais compradores. A cidade precisa construir mais de 50 mil casas por ano para acompanhar o crescimento da população e, ao mesmo tempo, reparar décadas de negligência com o estoque habitacional. As falhas da política habitacional de Londres ficaram claras com o incêndio que atingiu a Grenfell Tower em junho deste ano.
Milhares de pessoas mudam-se para Londres todos os anos em busca das oportunidades econômicas e sociais oferecidas pela cidade. O dinamismo da capital inglesa deve-se – e não pouco – à alta densidade populacional. Por outro lado, o sistema de transporte saturado e os preços oscilantes dos imóveis ressaltam a importância de intervenções estratégicas por parte do governo municipal para gerenciar os riscos do adensamento populacional. Investimentos de larga escala no transporte coletivo e em habitação são fundamentais para assegurar que cidades compactas também sejam habitáveis e financeiramente viáveis para as pessoas.
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Resposta:No século XIX, Londres deu início a uma série de ambiciosos projetos de infraestrutura que continuam a moldar a cidade até os dias de hoje. A primeira linha de metrô do mundo foi aberta na capital inglesa em 1863; hoje, o London Underground, como é chamado o metrô da cidade, transporta uma média de cinco milhões de passageiros por dia.
Na década de 1860, uma vasta rede de esgoto e drenagem foi construída para atender às três milhões de pessoas que viviam em Londres na época. Esses canos foram responsáveis pelo fim das ondas de disenteria, febre tifoide e cólera que atingiam a cidade e são utilizados até hoje por mais de oito milhões de londrinos. Investimentos como esses, feitos a partir de uma visão de longo prazo, permitiram que as pessoas passassem a viver e trabalhar mais próximas, ajudando a sustentar o crescimento econômico e populacional da cidade por mais de um século.
Uma caminhada em Londres hoje permite perceber que a cidade está lutando para gerenciar bem a densidade populacional. Apesar da nova expansão do Crossrail (sistema de trem) e da proliferação de ciclovias e dos icônicos ônibus vermelhos em diversas ruas, muitas pessoas continuam a depender do carro para seus deslocamentos. Como resultado, Londres têm o pior índice de qualidade do ar na Europa Ocidental – a exposição em um dia normal equivale a fumar 15 cigarros.
Os problemas vão do transporte à habitação. Os preços dos imóveis em Islington dobraram na última década, um período em que os salários permaneceram estagnados. O crescente valor dos imóveis são a principal preocupação de inquilinos em dificuldade e potenciais compradores. A cidade precisa construir mais de 50 mil casas por ano para acompanhar o crescimento da população e, ao mesmo tempo, reparar décadas de negligência com o estoque habitacional. As falhas da política habitacional de Londres ficaram claras com o incêndio que atingiu a Grenfell Tower em junho deste ano.
Milhares de pessoas mudam-se para Londres todos os anos em busca das oportunidades econômicas e sociais oferecidas pela cidade. O dinamismo da capital inglesa deve-se – e não pouco – à alta densidade populacional. Por outro lado, o sistema de transporte saturado e os preços oscilantes dos imóveis ressaltam a importância de intervenções estratégicas por parte do governo municipal para gerenciar os riscos do adensamento populacional. Investimentos de larga escala no transporte coletivo e em habitação são fundamentais para assegurar que cidades compactas também sejam habitáveis e financeiramente viáveis para as pessoas.
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