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yalimarturmero582
há 20 minutos
História
Ensino fundamental (básico)
respondido
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A crise do clero católico foi um período marcado por desafios e questionamentos à autoridade da Igreja Católica. No século XVI, a Igreja enfrentava problemas internos, como a corrupção generalizada entre os membros do clero e a venda de indulgências, prática que permitia o perdão de pecados mediante pagamento. Esses abusos levaram a uma crescente insatisfação entre os fiéis e à necessidade de reforma.
A reforma luterana, iniciada por Martinho Lutero na Alemanha em 1517, foi um movimento que questionava as doutrinas e práticas da Igreja Católica. Lutero contestou a venda de indulgências, defendendo a salvação pela fé e a autoridade suprema da Bíblia. Sua ação desencadeou uma divisão na cristandade e resultou na formação de igrejas protestantes independentes, enfraquecendo o poder da Igreja Católica e contribuindo para o surgimento dos Estados-nação.
A reforma calvinista, liderada por João Calvino na Suíça e posteriormente adotada por comunidades religiosas em várias partes da Europa, também teve impacto significativo. Calvino defendia a predestinação, a ideia de que a salvação já estava determinada por Deus. Seus ensinamentos enfatizavam uma vida disciplinada, ética e frugal, com destaque para o trabalho árduo e a acumulação de riqueza como sinais de bênção divina. Essas ideias influenciaram o desenvolvimento da classe burguesa, estimulando a ética protestante do trabalho, que se tornou um elemento importante na ascensão do capitalismo.
O anglicanismo, por sua vez, surgiu na Inglaterra durante o reinado de Henrique VIII. O rompimento de Henrique VIII com a autoridade papal não foi apenas religioso, mas também político. O monarca desejou anular seu casamento e estabelecer o controle sobre a Igreja em seu reino. O anglicanismo combinou elementos do catolicismo e do protestantismo, mantendo a hierarquia episcopal, mas rejeitando a autoridade do Papa. Isso permitiu a Henrique VIII consolidar seu poder e estabelecer a Igreja Anglicana como a religião oficial do Estado.
Os movimentos reformistas surgiram em diferentes regiões da Europa, refletindo as condições sociais, políticas e religiosas específicas de cada local. A Reforma Luterana, originada na Alemanha, coincidiu com o surgimento de Estados-nação na região, nos quais príncipes e governantes buscavam autonomia em relação ao poder papal. Da mesma forma, a Reforma Calvinista encontrou eco em áreas com forte presença da burguesia mercantil e industriosa, como na Holanda e em algumas cidades suíças. Esses movimentos religiosos foram influenciados e moldados pelo contexto político e social em que surgiram.
A formação dos Estados-nação foi influenciada por esses movimentos reformistas. As divisões religiosas provocaram guerras e conflitos em várias regiões da Europa, com as nações buscando consolidar sua identidade religiosa e política. A Reforma contribuiu para o enfraquecimento do poder da Igreja Católica e para o surgimento de Estados soberanos, com monarcas controlando a religião oficial do país. Os Estados-nação emergentes aproveitaram as tensões religiosas para afirmar sua autoridade e unificar suas populações em torno de uma única fé.
A ascensão da classe burguesa também foi influenciada pelas reformas religiosas. A ética protestante do trabalho, defendida por líderes como Calvino, incentivava a busca pelo sucesso material e a acumulação de riqueza. Essa mentalidade empreendedora da classe burguesa se alinhava com o desenvolvimento do capitalismo, impulsionando o comércio, a indústria e a ascensão econômica dos burgueses. À medida que os Estados-nação se formavam e buscavam fortalecer sua economia, a classe burguesa ganhava influência política e se tornava uma força motriz na sociedade.
Em suma, a crise do clero católico, a Reforma Luterana, a Reforma Calvinista e o anglicanismo desempenharam um papel significativo na formação dos Estados-nação europeus e no fortalecimento da classe burguesa. Esses movimentos reformistas abalaram o poder da Igreja Católica, desencadearam conflitos religiosos e políticos e moldaram o panorama social e econômico da época. Através das tensões religiosas e das mudanças sociais resultantes, os Estados-nação surgiram e a classe burguesa emergiu como uma força impulsionadora da economia e da política.
ATIVIDADE
2. Quais foram os principais problemas enfrentados pela Igreja Católica durante a crise do clero no século XVI?
3. Quais foram as principais críticas levantadas por Martinho Lutero em relação à Igreja Católica?
4. Qual era a principal ideia defendida por João Calvino e como suas ideias influenciaram a ascensão da classe burguesa?
5. Como o anglicanismo surgiu e qual era o objetivo de Henrique VIII ao estabelecer-se como a religião oficial da Inglaterra?
6. Explique porque o protestantismo ganhou grande adesão da classe burguesa.
Lista de comentários
2. Durante a crise do clero no século XVI, a Igreja Católica enfrentou problemas como corrupção generalizada entre os membros do clero, venda de indulgências (perdão de pecados mediante pagamento), falta de moralidade e ética por parte de alguns líderes religiosos, além de um distanciamento entre a hierarquia eclesiástica e a vida cotidiana dos fiéis.
3. Martinho Lutero levantou diversas críticas à Igreja Católica. Ele contestava a venda de indulgências, a autoridade papal, a infalibilidade dos líderes religiosos e a prática de obrigações e rituais religiosos excessivos. Lutero defendia a salvação pela fé, a autoridade suprema da Bíblia e a importância da interpretação individual das escrituras.
4. A principal ideia defendida por João Calvino era a predestinação, que afirmava que a salvação ou condenação das almas já estava determinada por Deus antes do nascimento de cada indivíduo. As ideias de Calvino enfatizavam uma vida disciplinada, ética e frugal, com ênfase no trabalho árduo e na acumulação de riqueza como sinais de bênção divina. Essas ideias influenciaram o desenvolvimento da classe burguesa, estimulando a ética protestante do trabalho, que valorizava o esforço individual e o sucesso material como sinais de eleição divina.
5. O anglicanismo surgiu na Inglaterra durante o reinado de Henrique VIII. O objetivo de Henrique VIII ao estabelecer o anglicanismo como a religião oficial da Inglaterra foi romper com a autoridade papal e estabelecer seu próprio controle sobre a Igreja no país. Isso permitiu a Henrique VIII anular seu casamento e obter o divórcio desejado, além de consolidar seu poder como o líder supremo da Igreja Anglicana e fortalecer sua posição política.
6. O protestantismo ganhou grande adesão da classe burguesa por várias razões. As ideias reformistas, como a ênfase na salvação pela fé e na interpretação individual das escrituras, ressoavam com a mentalidade empreendedora da classe burguesa, que buscava autonomia e liberdade de interpretação em diversos aspectos da vida, incluindo a religião. Além disso, a ética protestante do trabalho, que valorizava o esforço individual, o trabalho árduo e a busca pelo sucesso material como sinais de bênção divina, estava alinhada com o desenvolvimento do capitalismo e encorajava a ascensão social e econômica da burguesia. A adoção do protestantismo também permitiu à burguesia desvincular-se da hierarquia eclesiástica católica e do sistema de patronato associado a ela, o que contribuiu para o fortalecimento de sua influência política e econômica.
ESPERO TER AJUDADO ♡