Casei cedo, e tive a sorte de encontrar em minha mulher disposição semelhante à minha. Notando o meu amor pelos animais domésticos, não perdia a oportunidade de arranjar as espécies mais agradáveis de bichos. Tínhamos pássaros, peixes dourados, um cão, coelhos, um macaquinho e um gato.

Este último era um animal extraordinariamente grande e belo, todo negro e de espantosa sagacidade. Ao referir-se à sua inteligência, minha mulher, que, no íntimo de seu coração, era um tanto supersticiosa, fazia frequentes alusões à antiga crença popular de que todos os gatos pretos são feiticeiras disfarçadas. Não que ela se referisse seriamente a isso: menciono o fato apenas porque aconteceu lembrar-me disso neste momento.

Pluto – assim se chamava o gato – era o meu preferido, com o qual eu mais me distraía. Só eu o alimentava, e ele me seguia sempre pela casa. Tinha dificuldade, mesmo, de impedir que me acompanhasse pela rua.

(POE. E. A. Histórias extraordinárias. São Paulo: Abril Cultura, 1981, p. 42)



O trecho acima foi retirado logo do início do contro O gato preto, escrito por Edgar Allan Poe. Assinale a alternativa que contem uma característica marcante da obra desse autor:
Escolha uma opção:
a. Ausência de elementos simbólicos ou metafóricos.
b. Atmosfera sombria e macabra em suas tramas.
c. Foco exclusivo em histórias realistas sem elementos sobrenaturais.
d. Utilização de narradores confiáveis e objetivos.
e. Abordagem otimista da condição humana.
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