A Rússia já não é a distante pátria do comunismo. Muitos de nós têm ainda a ideia de uma Rússia soviética, em constante conflito com os EUA, uma ameaça (ou alternativa) ao modelo ocidental capitalista. No entanto, a Rússia mudou muito desde a implosão da União Soviética, em 1991. Sob a liderança de Boris Ieltsin, a Rússia viveu um processo de transição económico, com liberdade política e económica. Foi abandonado o modelo de economia centralizada, mas esse abandono teve consequências graves que se repercutem ainda hoje: inflação, recessão, desemprego e aumento do crime organizado.
É neste quadro que se destaca Vladimir Putin, o político russo mais influente do início do século XXI. Foi presidente entre 1999 e 2008 é actualmente Primeiro-Ministro. Na primeira década do século XXI, a Rússia teve vários importantes sucessos e avanços como um rápido crescimento económico. Entre 2000 e 2008, o PIB aumentou 70%, o investimento aumentou 125% e a produção industrial aumentou 75%, levando a Rússia ao top 10 das economias mundiais. O país afirmou-se como fornecedor de energia, um sector controlado pelo estado russo. Este controlo permitiu gerir eficazmente as receitas do petróleo e gás natural e constituir um fundo (num montante superior a 18 mil milhões de dólares) que permitiu proteger o país de parte dos efeitos da crise financeira e instituir um sistema de pensões de reformas. O crescimento da economia repercutiu-se no crescimento dos rendimentos das populações. Durante o mandato de Putin como presidente, o rendimento teve um crescimento real de mais de 100% (passou de 2.200 rublos para 12.500 rublos) e a pobreza foi reduzida a metade: a população abaixo do limiar de pobreza passou de 30% para 14%.
Os sucessos alcançados por Putin não podem esconder um número assinalável de problemas que a Rússia tem actualmente. Desde logo, a extrema dependência do petróleo e gás natural, responsáveis pela grande maioria das exportações e cerca de metade das receitas do estado. Outro grande problema é a inflação, virtualmente descontrolada, resultado da enorme dependência de bens alimentares importados, superior a 40% do total consumido. A Rússia é, aliás, o maior importador mundial de aves e manteiga, e o 2º maior importador de maçãs.
Ainda, assim, e depois de 20 anos de transição, a Rússia é hoje um país em que o modelo capitalista está implantado. Os problemas existentes são, aliás, comuns a muitos países desenvolvidos. É a 8ª maior economia do mundo e é apontada pela consultora norte-americana McKinsey como uma das economias com maior potencial de crescimento nas próximas décadas. A Rússia, apesar de todos os problemas, parece o derradeiro exemplo de que (considerando os modelos que conhecemos até agora) o capitalismo é o modelo que melhor serve as economias.
Como consequência houve, desemprego, queda na rede(per capita) e grandes disparidades sociais,com aumento na pobreza e formação de uma elite de milionários que se beneficiou com a privação das empresas estatais.
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A Rússia já não é a distante pátria do comunismo. Muitos de nós têm ainda a ideia de uma Rússia soviética, em constante conflito com os EUA, uma ameaça (ou alternativa) ao modelo ocidental capitalista. No entanto, a Rússia mudou muito desde a implosão da União Soviética, em 1991. Sob a liderança de Boris Ieltsin, a Rússia viveu um processo de transição económico, com liberdade política e económica. Foi abandonado o modelo de economia centralizada, mas esse abandono teve consequências graves que se repercutem ainda hoje: inflação, recessão, desemprego e aumento do crime organizado.É neste quadro que se destaca Vladimir Putin, o político russo mais influente do início do século XXI. Foi presidente entre 1999 e 2008 é actualmente Primeiro-Ministro. Na primeira década do século XXI, a Rússia teve vários importantes sucessos e avanços como um rápido crescimento económico. Entre 2000 e 2008, o PIB aumentou 70%, o investimento aumentou 125% e a produção industrial aumentou 75%, levando a Rússia ao top 10 das economias mundiais. O país afirmou-se como fornecedor de energia, um sector controlado pelo estado russo. Este controlo permitiu gerir eficazmente as receitas do petróleo e gás natural e constituir um fundo (num montante superior a 18 mil milhões de dólares) que permitiu proteger o país de parte dos efeitos da crise financeira e instituir um sistema de pensões de reformas. O crescimento da economia repercutiu-se no crescimento dos rendimentos das populações. Durante o mandato de Putin como presidente, o rendimento teve um crescimento real de mais de 100% (passou de 2.200 rublos para 12.500 rublos) e a pobreza foi reduzida a metade: a população abaixo do limiar de pobreza passou de 30% para 14%.
Os sucessos alcançados por Putin não podem esconder um número assinalável de problemas que a Rússia tem actualmente. Desde logo, a extrema dependência do petróleo e gás natural, responsáveis pela grande maioria das exportações e cerca de metade das receitas do estado. Outro grande problema é a inflação, virtualmente descontrolada, resultado da enorme dependência de bens alimentares importados, superior a 40% do total consumido. A Rússia é, aliás, o maior importador mundial de aves e manteiga, e o 2º maior importador de maçãs.
Ainda, assim, e depois de 20 anos de transição, a Rússia é hoje um país em que o modelo capitalista está implantado. Os problemas existentes são, aliás, comuns a muitos países desenvolvidos. É a 8ª maior economia do mundo e é apontada pela consultora norte-americana McKinsey como uma das economias com maior potencial de crescimento nas próximas décadas. A Rússia, apesar de todos os problemas, parece o derradeiro exemplo de que (considerando os modelos que conhecemos até agora) o capitalismo é o modelo que melhor serve as economias.
Como consequência houve, desemprego, queda na rede(per capita) e grandes disparidades sociais,com aumento na pobreza e formação de uma elite de milionários que se beneficiou com a privação das empresas estatais.
Resumidamente.