As cobras são vertebrados carnívoros, da classe dos répteis. São animais ectotérmicos, popularmente chamados de sangue frio. Possuem escamas na pele e não têm patas. Possuem papel ecológico importantíssimo, uma vez que sendo predadoras controlam populações de suas presas, como por exemplo, dos roedores. No Brasil, existem mais de 390 espécies de serpentes descritas, das quais mais de 60 são peçonhentas e conseguem inocular o veneno na presa. As cobras peçonhentas se dividem em duas famílias:
Família Elapidae (gênero Micrurus e Leptomicrurus): São proteróglifas, suas pequenas presas fixas estão localizadas na parte anterior da maxila e possuem pupilas arredondadas. São as famosas corais-verdadeiras, que na maior parte das espécies tem coloração em anéis pretos, brancos e vermelhos (às vezes amarelos também). As falsas-corais mimetizam as verdadeiras na coloração, mas não são proteróglifas. As venenosas são menos agressivas e representam menos de 1% dos acidentes com serpentes no Brasil.

Cascavel (Crotalus durissus). Foto: Susan Schmitz / Shutterstock.com
Família Viperidae (gêneros Bothrops, Bothrocophias, Crotalus e Lachesis): Possuem orifícios entre o olho e a narina, chamados de fosseta loreal, que são utilizados para orientação das serpentes, como detectores de calor das suas presas. A pupila é vertical e a dentição solenóglifa, na parte anterior da maxila. Picam num ângulo de 90° para inocular o veneno na presa.
Algumas espécies
Cobra coral (Micrurus corallinus): Ovíparas, diurnas, comem lagartos e outras serpentes. Vivem em matas debaixo de folhas secas, troncos e pedras. Veneno neurotóxico, causando dificuldade respiratória que pode levar a vítima à morte em poucas horas, senão receber o soro antielapídico.
Jararaca (Bothrops jararaca): Desenhos em forma de “v” na sua coloração. Encontradas do Rio Grande do Sul a Bahia, são vivíparas, comem principalmente roedores, possuem hábitos noturnos e vivem mais nas matas. Apesar de se encontrarem mais no chão, estudos no Zoológico de SP mostram jararacas em árvores há mais de 3 metros de altura. Medem entre 1 e 2 metros. São responsáveis por 90% dos acidentes com cobras peçonhentas no Brasil. O veneno é proteolítico, coagulante e hemorrágico. Pode levar à necrose do tecido atingido e insuficiência renal. A partir do estudo do seu veneno foram gerados dois medicamentos contra hipertensão.
Cascavel (Crotalus durissus): Podem chegar a quase 1,5 metros de comprimento. Habitam as regiões mais abertas e secas. Possuem um guizo na ponta da cauda, que faz barulho de chocalho. Cada anel presente significa uma muda de pele do animal. São vivíparas, comem principalmente roedores e possuem hábito noturno. Encontradas nas regiões do cerrado e caatinga. Veneno neurotóxino, miotóxico e coagulante. A vítima pode ter urina avermelhada ou marrom, insuficiência respiratória e renal, levando à morte. São responsáveis por 8% dos acidentes com serpentes no Brasil. O estudo do seu veneno gerou um analgésico.
Surucucu (Lachesis muta): Podem ultrapassar os 4 m de comprimento. Ocorrem nas regiões amazônicas e de Mata Atlântica. São ovíparas e comem roedores. São noturnas. O veneno é proteolítico, hemorrágico, coagulante e difere do das Bothrops por ser também neurotóxico. Pode levar à morte por insuficiência renal. Geram 3% dos acidentes.
Ameaças
As cobras são muito temidas e perseguidas por humanos, além disso, há diminuição das áreas naturais em que ocorrem. Há pouco estudo sobre a biologia e conservação das serpentes brasileiras em seus habitats, mas algumas são consideradas criticamente em perigo: jararaca-ilhoa, jararaca-de-alcatrazes, etc. É preciso desmistificar a existência das serpentes, que são muito importantes para o equilíbrio de um ecossistema.
O soro antiofídico é um medicamento produzido pelo cavalo, que é contaminado com pequenas doses de veneno. O soro é utilizado em humanos para neutralizar o veneno das cobras e cada espécie possui uma soro diferente.
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Por Yanna Dias Costa Répteis
As cobras são vertebrados carnívoros, da classe dos répteis. São animais ectotérmicos, popularmente chamados de sangue frio. Possuem escamas na pele e não têm patas. Possuem papel ecológico importantíssimo, uma vez que sendo predadoras controlam populações de suas presas, como por exemplo, dos roedores. No Brasil, existem mais de 390 espécies de serpentes descritas, das quais mais de 60 são peçonhentas e conseguem inocular o veneno na presa. As cobras peçonhentas se dividem em duas famílias:
Família Elapidae (gênero Micrurus e Leptomicrurus): São proteróglifas, suas pequenas presas fixas estão localizadas na parte anterior da maxila e possuem pupilas arredondadas. São as famosas corais-verdadeiras, que na maior parte das espécies tem coloração em anéis pretos, brancos e vermelhos (às vezes amarelos também). As falsas-corais mimetizam as verdadeiras na coloração, mas não são proteróglifas. As venenosas são menos agressivas e representam menos de 1% dos acidentes com serpentes no Brasil.

Cascavel (Crotalus durissus). Foto: Susan Schmitz / Shutterstock.com
Família Viperidae (gêneros Bothrops, Bothrocophias, Crotalus e Lachesis): Possuem orifícios entre o olho e a narina, chamados de fosseta loreal, que são utilizados para orientação das serpentes, como detectores de calor das suas presas. A pupila é vertical e a dentição solenóglifa, na parte anterior da maxila. Picam num ângulo de 90° para inocular o veneno na presa.
Algumas espécies
Cobra coral (Micrurus corallinus): Ovíparas, diurnas, comem lagartos e outras serpentes. Vivem em matas debaixo de folhas secas, troncos e pedras. Veneno neurotóxico, causando dificuldade respiratória que pode levar a vítima à morte em poucas horas, senão receber o soro antielapídico.
Jararaca (Bothrops jararaca): Desenhos em forma de “v” na sua coloração. Encontradas do Rio Grande do Sul a Bahia, são vivíparas, comem principalmente roedores, possuem hábitos noturnos e vivem mais nas matas. Apesar de se encontrarem mais no chão, estudos no Zoológico de SP mostram jararacas em árvores há mais de 3 metros de altura. Medem entre 1 e 2 metros. São responsáveis por 90% dos acidentes com cobras peçonhentas no Brasil. O veneno é proteolítico, coagulante e hemorrágico. Pode levar à necrose do tecido atingido e insuficiência renal. A partir do estudo do seu veneno foram gerados dois medicamentos contra hipertensão.
Cascavel (Crotalus durissus): Podem chegar a quase 1,5 metros de comprimento. Habitam as regiões mais abertas e secas. Possuem um guizo na ponta da cauda, que faz barulho de chocalho. Cada anel presente significa uma muda de pele do animal. São vivíparas, comem principalmente roedores e possuem hábito noturno. Encontradas nas regiões do cerrado e caatinga. Veneno neurotóxino, miotóxico e coagulante. A vítima pode ter urina avermelhada ou marrom, insuficiência respiratória e renal, levando à morte. São responsáveis por 8% dos acidentes com serpentes no Brasil. O estudo do seu veneno gerou um analgésico.
Surucucu (Lachesis muta): Podem ultrapassar os 4 m de comprimento. Ocorrem nas regiões amazônicas e de Mata Atlântica. São ovíparas e comem roedores. São noturnas. O veneno é proteolítico, hemorrágico, coagulante e difere do das Bothrops por ser também neurotóxico. Pode levar à morte por insuficiência renal. Geram 3% dos acidentes.
Ameaças
As cobras são muito temidas e perseguidas por humanos, além disso, há diminuição das áreas naturais em que ocorrem. Há pouco estudo sobre a biologia e conservação das serpentes brasileiras em seus habitats, mas algumas são consideradas criticamente em perigo: jararaca-ilhoa, jararaca-de-alcatrazes, etc. É preciso desmistificar a existência das serpentes, que são muito importantes para o equilíbrio de um ecossistema.
O soro antiofídico é um medicamento produzido pelo cavalo, que é contaminado com pequenas doses de veneno. O soro é utilizado em humanos para neutralizar o veneno das cobras e cada espécie possui uma soro diferente.