andressadancedimensões potenciais alemãs também foram alteradas: a reunificação aumentou o potencial econômico em 10%, a população aumentou 20% e o território teve um acréscimo de 30%. Esses fatores, entretanto, não possibilitam à Alemanha tornar-se uma superpotência. Nos três campos do poder – militar, econômico, político – a Alemanha aumentou consideravelmente suas potencialidades, mas continua, porém, em um nível intermediário. Em termos militares, permanece a renúncia às armas atômicas, biológicas e químicas, a limitação do contingente das Forças Armadas e a ausência de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. No campo econômico, a aplicação dos recursos públicos destinados ao programa de desenvolvimento concentrar-se-á nos novos Landers incorporados a partir da reunificação, e os recursos financeiros destinados à Rússia, cuja alocação foi estabelecida por Acordo, ocuparão as finanças e comprometerão os recursos. O aperfeiçoamento do mercado interno e o esforço em prol da integração econômica e monetária da União Européia constituem possibilidades cuja consecução é das mais importantes para o desenvolvimento econômico e a Alemanha continuará a privilegiá-las na formulação de seus objetivos e em seu processo decisório. Em termos políticos, o modelo de democracia liberal-social não se mostra tão promissor quanto o conceito de sociedade civil existente na Alemanha antes da reunificação. Tal fato relativiza significativamente o potencial de desenvolvimento nessa área. Não obstante, a reunificação ampliou o campo de atuação da Política Externa da nova Alemanha, a qual passará a apresentar o mesmo grau de importância em relação à política interna e de integração que o observável nos casos da Política Externa da França e do Reino Unido. A Alemanha se comportou como agente relativamente autônomo e atuante, por exemplo, com relação ao conflito que resultou no desmembramento da Iugoslávia, e aumentou sua participação nas atuações da ONU. Da mesma forma, sempre apoiou a integração européia por meio de novas iniciativas, embora as pesquisas de opinião pública demonstrem maior ceticismo com relação a Bruxelas, isto é, a Alemanha adquiriu maior influência e aproximou-se de outros Estados europeus de poder médio como ator nacional e coletivo.
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lunnamellle
O sistema político alemão não só difere do presidencialismo brasileiro, como também de outros regimes parlamentaristas europeus. Na Alemanha, o povo não vota direto praticamente para nenhum de seus governantes e o presidente tem poderes apenas quase simbólicos, embora seja chefe de Estado. O chanceler federal é o chefe de governo e os Estados possuem grande autonomia e influência em âmbito nacional.A Alemanha é uma república federativa, com sistema de governo parlamentarista e capital em Berlim. O Poder Executivo é encabeçado pelo chanceler federal (Bundeskanzler), como chefe de governo, equivalendo este cargo ao do primeiro-ministro de outros regimes parlamentaristas. O presidente federal (Bundespräsident) exerce a função de chefe de Estado. O Poder Legislativo federal possui duas casas: o Bundestag (parlamento federal) e o Bundesrat (conselho federal). O Poder Judiciário tem como instância máxima o Tribunal Constitucional Federal (Bundesverfassungsgericht).A Presidência - Apesar de, como chefe de Estado, o presidente possuir algumas atribuições executivas, seu papel é quase apenas simbólico. A Lei Fundamental (Grundgesetz) ou Constituição Federal (Bundesverfassung) lhe garante a competência de assinar acordos e tratados internacionais, mas a política externa cabe ao governo, chefiado pelo chanceler federal.Da mesma forma, o presidente oficialmente nomeia e destitui ministros. No entanto, ele o faz sempre a pedido do chanceler federal, o qual também é indicado pelo presidente, porém sempre respeitando o desejo da maioria parlamentar. Seus atos executivos são, na prática, o cumprimento formal de decisões tomadas pelo Parlamento ou pelo governo.Também cabe ao presidente a nomeação e exoneração de juízes federais, servidores públicos federais, oficiais e suboficiais das Forças Armadas (Bundeswehr). Ele igualmente decide a concessão de indulto a presidiários e sanciona as novas leis federais. Como chefe de Estado, recebe e credencia embaixadores.O presidente não é eleito diretamente, mas por um colégio eleitoral, a Assembléia Nacional, que se reúne exclusivamente para este fim. Metade dela é formada pelos deputados federais e, a outra, por delegados escolhidos pelas assembléias legislativas dos 16 estados. O mandato presidencial é de cinco anos, sendo permitida uma única reeleição.O Governo Federal - No regime parlamentarista alemão, o poder Executivo convive diretamente com o Legislativo, pois o chanceler federal e seus ministros são, em geral, igualmente deputados e freqüentam quase que diariamente as seções plenárias.Desde a fundação da República Federal da Alemanha, em 1949, o governo federal sempre foi composto por coalizões, devido à dificuldade de um único partido obter maioria absoluta no Parlamento. O costume é a agremiação política de maior bancada buscar um parceiro para formar maioria, eleger o chanceler federal e compor o gabinete de governo.Conforme a Lei Fundamental de 1949, um chanceler federal e seu gabinete só podem ser derrubados pelo Parlamento se já houver uma alternativa de governo. O mecanismo, batizado de "moção construtiva de desconfiança", foi criado devido à experiência da fracassada República de Weimar, instaurada em 1919, na qual os partidos não conseguiam se entender e os governos eram muitíssimo breves. O caos acabou favorecendo a ascensão do autoritarismo nazista, como alternativa a uma democracia instável, e sua chegada ao poder em 1933.
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