Como a guerra do Paraguai foi sentida no Brasil quais danos causou (História
Lista de comentários
AlaneCaroline04
A Guerra do Paraguai surgiu de um complexo encadeamento de rivalidades internacionais, de ambições pessoais e das peculiares condições geográficas da região platina. Na época do conflito, o Império do Brasil emergia provavelmente como a nação mais influente e bem organizada da América do Sul, tendo fortalecido sua posição no continente após o período de lutas contra Rosas (na Argentina) e Oribe (no Uruguai).
Desde a independência do Paraguai, em 1813, o Brasil passara a manter relações satisfatórias com esse país, mesmo durante o longo período de isolamento que sofrera a nação paraguaia sob os governos de Francia e de Carlos Antonio López.
O marechal paraguaio Francisco Solano López sucedeu ao pai no momento em que arrefecera a rivalidade entre a Argentina e o Brasil, os dois pólos de poder do continente. Sua ambição era tornar o Paraguai uma potência platina, capaz de competir com a Argentina e o Brasil pela preeminência na América do Sul.
Atribuía o confinamento de seu país, em parte, às maquinações diplomáticas entre o Brasil e os argentinos, que dificultavam ao Paraguai a navegação fluvial e o exercício de um relevante comércio internacional. Em seu avanço para oeste, o Brasil poria em risco a nação paraguaia, e a consolidação das províncias argentinas criaria um poderoso rival na fronteira sul do país. López alimentava o plano de uma confederação das populações hispânicas do interior. Reunindo o Paraguai, as províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes, o Uruguai e talvez a parte meridional do Rio Grande do Sul, teria condições de fazer frente tanto ao Brasil quanto à Argentina.
Com a reviravolta política ocorrida na Argentina, em 1861, após a batalha de Pavón, em que os unitários de Bartolomé Mitre derrotaram os federais de Justo José Urquiza, e a instalação posterior dos liberais em Buenos Aires e por toda a Confederação Argentina, López se convenceu da inviabilidade de seu plano da “confederação do interior”, que lhe daria o livre acesso ao mar.
Descartada essa possibilidade, o ditador paraguaio preparou sua nação para a guerra: já em 1864, o Paraguai, em flagrante contradição com os recursos de que dispunha, surgia como a principal potência militar do Prata.
Às vésperas do conflito, o Paraguai dispunha de sessenta mil homens bem treinados e 400 canhões. Os recursos de transporte e abastecimento, porém, não atendiam às exigências de uma movimentação de tropas em campanha. A maioria dos canhões estava fixada na fortaleza de Humaitá, onde também se encontravam grandes efetivos de infantaria. Quanto às forças navais, essenciais para um país cuja única via de comunicação com o exterior era a bacia platina, López só dispunha de 14 pequenas canhoneiras fluviais.
O Brasil podia lançar em campo 18.000 homens, dos quais oito mil estavam nas guarnições do sul; contava com uma força naval considerável e bem treinada, com uma esquadra de 42 navios, embora alguns deles, pelo calado, não fossem apropriados à navegação fluvial. A Argentina possuía apenas oit
O Brasil assinou separadamente um tratado de paz com o Paraguai, no dia 9 de janeiro de 1872. O governo brasileiro conseguiu confirmar as fronteiras que eram reivindicadas antes da guerra começar. Mas não foi só calmaria, as despesas geradas com a guerra representavam o dobro das receitas do Império, era inevitável cair numa crise financeira.
O país precisou tomar empréstimo com a Inglaterra em vários momentos, principalmente porque era o Brasil o grande líder dos países que combatiam o vizinho Paraguai, sustentando a situação quase que sozinho. Na volta da guerra, com a vitória da Tríplice Aliança garantida, o Exército Brasileiro ganhou força política sem precedentes. Tornou-se altamente expressivo na vida nacional e colocou em discussão a permanência da escravidão. Muitos dos soldados que lutaram na guerra eram escravos e continuaram sendo após a vitória. Os militares questionavam tal atitude do Império e questionaram a ordem escravista até o fim do mesmo. O Exército acabou se constituindo como uma das forças para o republicanismo.
Lista de comentários
Desde a independência do Paraguai, em 1813, o Brasil passara a manter relações satisfatórias com esse país, mesmo durante o longo período de isolamento que sofrera a nação paraguaia sob os governos de Francia e de Carlos Antonio López.
O marechal paraguaio Francisco Solano López sucedeu ao pai no momento em que arrefecera a rivalidade entre a Argentina e o Brasil, os dois pólos de poder do continente. Sua ambição era tornar o Paraguai uma potência platina, capaz de competir com a Argentina e o Brasil pela preeminência na América do Sul.
Atribuía o confinamento de seu país, em parte, às maquinações diplomáticas entre o Brasil e os argentinos, que dificultavam ao Paraguai a navegação fluvial e o exercício de um relevante comércio internacional. Em seu avanço para oeste, o Brasil poria em risco a nação paraguaia, e a consolidação das províncias argentinas criaria um poderoso rival na fronteira sul do país. López alimentava o plano de uma confederação das populações hispânicas do interior. Reunindo o Paraguai, as províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes, o Uruguai e talvez a parte meridional do Rio Grande do Sul, teria condições de fazer frente tanto ao Brasil quanto à Argentina.
Com a reviravolta política ocorrida na Argentina, em 1861, após a batalha de Pavón, em que os unitários de Bartolomé Mitre derrotaram os federais de Justo José Urquiza, e a instalação posterior dos liberais em Buenos Aires e por toda a Confederação Argentina, López se convenceu da inviabilidade de seu plano da “confederação do interior”, que lhe daria o livre acesso ao mar.
Descartada essa possibilidade, o ditador paraguaio preparou sua nação para a guerra: já em 1864, o Paraguai, em flagrante contradição com os recursos de que dispunha, surgia como a principal potência militar do Prata.
Às vésperas do conflito, o Paraguai dispunha de sessenta mil homens bem treinados e 400 canhões. Os recursos de transporte e abastecimento, porém, não atendiam às exigências de uma movimentação de tropas em campanha. A maioria dos canhões estava fixada na fortaleza de Humaitá, onde também se encontravam grandes efetivos de infantaria. Quanto às forças navais, essenciais para um país cuja única via de comunicação com o exterior era a bacia platina, López só dispunha de 14 pequenas canhoneiras fluviais.
O Brasil podia lançar em campo 18.000 homens, dos quais oito mil estavam nas guarnições do sul; contava com uma força naval considerável e bem treinada, com uma esquadra de 42 navios, embora alguns deles, pelo calado, não fossem apropriados à navegação fluvial. A Argentina possuía apenas oit
O Brasil assinou separadamente um tratado de paz com o Paraguai, no dia 9 de janeiro de 1872. O governo brasileiro conseguiu confirmar as fronteiras que eram reivindicadas antes da guerra começar. Mas não foi só calmaria, as despesas geradas com a guerra representavam o dobro das receitas do Império, era inevitável cair numa crise financeira.
O país precisou tomar empréstimo com a Inglaterra em vários momentos, principalmente porque era o Brasil o grande líder dos países que combatiam o vizinho Paraguai, sustentando a situação quase que sozinho. Na volta da guerra, com a vitória da Tríplice Aliança garantida, o Exército Brasileiro ganhou força política sem precedentes. Tornou-se altamente expressivo na vida nacional e colocou em discussão a permanência da escravidão. Muitos dos soldados que lutaram na guerra eram escravos e continuaram sendo após a vitória. Os militares questionavam tal atitude do Império e questionaram a ordem escravista até o fim do mesmo. O Exército acabou se constituindo como uma das forças para o republicanismo.
Espero ter ajudado!
Bons estudos! :3