Correntes oceânicas retardam efeitos do aquecimento global na AntárticaEfeito é boa notícia para regiões ameaçadas por subida do nível dos mares. Estudo explica porque Oceano Antártico é mais lentamente afetado.
Da France Presse
FACEBOOKIsolamento pode durar séculos, segundo pesquisa (Foto: Arquivo TG)
Correntes oceânicas frias e profundas do Atlântico Norte neutralizam o efeito do aquecimento global na Antártica e retardam o aumento do nível dos mares - revela estudo publicado na revista britânica Nature Geoscience nesta segunda-feira (30).
Esse isolamento gelado do continente, que está coberto com uma camada de gelo de até quatro quilômetros de espessura, pode durar séculos, segundo a pesquisa.
A conclusão do estudo é uma boa notícia para as centenas de milhões de pessoas que vivem em regiões baixas e estão ameaçadas pela subida iminente de até um metro no nível dos mares, que deve acontecer até o final do século, de acordo com o último relatório do Painel de Ciência do Clima da ONU.
Estudos mais recentes sugerem que o limite dos mares poderia aumentar ainda mais, impulsionado pela água da superfície, que se expande à medida que aquece, e pelo escoamento das geleiras e de duas grandes camadas de gelo.
Uma dessas camadas de gelo cobre a Groenlândia, e a outra fica na Antártica Ocidental - a parte do continente que está aquecendo mais rápido.
Se a Antártica Oriental estivesse derretendo na mesma proporção, o impacto sobre os assentamentos humanos ao longo das costas em todo o mundo seria catastrófico.
Os cientistas já sabem há muito tempo que as mudanças climáticas têm afetado o Oceano Antártico muito mais lentamente do que os outros oceanos nos últimos 50 anos, devido à vastidão da camada de gelo do continente, assim como aos ventos e às correntes oceânicas, que funcionam como uma zona de proteção.
Mas o novo estudo atribui o motivo fundamental desse atraso a um cinturão de correntes oceânicas profundas que transporta águas geladas de cerca de 1ºC.
"O principal motivo do atraso no aquecimento do Oceano Antártico é a circulação oceânica de fundo", disse a equipe de cientistas, liderada pelo pesquisador Kyle Armour, da Universidade de Washington em Seattle, na revista Nature Geoscience.
Para os pesquisadores, os gases de causadores do efeito estufa que estão provocando secas, tempestades e instabilidade climática no resto do planeta vão demorar "múltiplos séculos" para ter um impacto significativo no Oceano Antártico.
Essa conclusão não anula, porém, o fato de que mesmo o aquecimento em menor escala pode causar danos.
Uma geleira do tamanho da França na Antártica Oriental está perdendo água rapidamente e pode elevar o nível dos oceanos em cerca de dois metros em poucos séculos, de acordo com um outro estudo publicado na semana passada
Lista de comentários
30/05/2016 19h19 - Atualizado em 30/05/2016 19h21
Correntes oceânicas retardam efeitos do aquecimento global na AntárticaEfeito é boa notícia para regiões ameaçadas por subida do nível dos mares.Estudo explica porque Oceano Antártico é mais lentamente afetado.
Da France Presse
FACEBOOKIsolamento pode durar séculos, segundo pesquisa (Foto: Arquivo TG)Correntes oceânicas frias e profundas do Atlântico Norte neutralizam o efeito do aquecimento global na Antártica e retardam o aumento do nível dos mares - revela estudo publicado na revista britânica Nature Geoscience nesta segunda-feira (30).
Esse isolamento gelado do continente, que está coberto com uma camada de gelo de até quatro quilômetros de espessura, pode durar séculos, segundo a pesquisa.
A conclusão do estudo é uma boa notícia para as centenas de milhões de pessoas que vivem em regiões baixas e estão ameaçadas pela subida iminente de até um metro no nível dos mares, que deve acontecer até o final do século, de acordo com o último relatório do Painel de Ciência do Clima da ONU.
Estudos mais recentes sugerem que o limite dos mares poderia aumentar ainda mais, impulsionado pela água da superfície, que se expande à medida que aquece, e pelo escoamento das geleiras e de duas grandes camadas de gelo.
Uma dessas camadas de gelo cobre a Groenlândia, e a outra fica na Antártica Ocidental - a parte do continente que está aquecendo mais rápido.
Se a Antártica Oriental estivesse derretendo na mesma proporção, o impacto sobre os assentamentos humanos ao longo das costas em todo o mundo seria catastrófico.
Os cientistas já sabem há muito tempo que as mudanças climáticas têm afetado o Oceano Antártico muito mais lentamente do que os outros oceanos nos últimos 50 anos, devido à vastidão da camada de gelo do continente, assim como aos ventos e às correntes oceânicas, que funcionam como uma zona de proteção.
Mas o novo estudo atribui o motivo fundamental desse atraso a um cinturão de correntes oceânicas profundas que transporta águas geladas de cerca de 1ºC.
"O principal motivo do atraso no aquecimento do Oceano Antártico é a circulação oceânica de fundo", disse a equipe de cientistas, liderada pelo pesquisador Kyle Armour, da Universidade de Washington em Seattle, na revista Nature Geoscience.
Para os pesquisadores, os gases de causadores do efeito estufa que estão provocando secas, tempestades e instabilidade climática no resto do planeta vão demorar "múltiplos séculos" para ter um impacto significativo no Oceano Antártico.
Essa conclusão não anula, porém, o fato de que mesmo o aquecimento em menor escala pode causar danos.
Uma geleira do tamanho da França na Antártica Oriental está perdendo água rapidamente e pode elevar o nível dos oceanos em cerca de dois metros em poucos séculos, de acordo com um outro estudo publicado na semana passada