Desafio Em determinado momento da história da historiografia da Idade Média, consolidaram-se alguns estereótipos e preconceitos sobre o período que seguidamente ainda são encontrados em análises históricas e livros didáticos. Essas representações também são reproduzidas por filmes, histórias em quadrinhos e séries, criando certas imagens mentais sobre o medievo. No senso comum, também ouvimos expressões como "estamos voltando à Idade Média" para se referir a situações violentas ou que representam algum "atraso". Todas essas situações demonstram como nosso entendimento sobre a temática da Idade Média pode reproduzir estereótipos e preconceitos. Vejamos mais um exemplo, no caso, os "bárbaros".
"Bárbaros" era uma forma que, primeiramente os gregos, depois os romanos, utilizaram para se referir aos "estrangeiros" que viviam fora de suas fronteiras. Com o passar do tempo, o termo foi adquirindo um viés depreciativo ao ser vinculado com as ideias de destruição, saque e violência. Ainda hoje, o adjetivo "bárbaro" é utilizado como sinônimo de "primitivo", em contraposição a uma ideia de "civilidade". O "bárbaro" é sempre o outro.
Como futuro professor, de que maneira você poderia utilizar o estereótipo do "bárbaro" para o ensino das relações étnico-raciais no Brasil?
A noção de "bárbaro" traz consigo uma visão etnocêntrica da realidade, ou seja, há um julgamento do outro a partir de si mesmo e dos valores que crê superiores e universais. Gregos e romanos utilizavam o termo para se referir aos estrangeiros, mas também para demarcar o que era estranho e exótico.
É possível estabelecer uma analogia entre esse "olhar etnocêntrico" e as caracterizações dele decorrentes a partir de uma série de episódios da história brasileira: os primeiros contatos dos europeus com as populações originárias do território, as justificativas durante o século XIX para não conferir os mesmos direitos civis aos indígenas e aos negros, a intolerância com as religiões de matriz africana, etc. são exemplos de temas que podem ser explorados a partir da ideia do "bárbaro".
Nesse sentido, seria possível abordar por meio de alguns exemplos como se construiu o olhar sobre o outro e, a partir dessa interação, formaram-se identidades:
Por exemplo, ao abordar a conquista da América, é possível ver de que forma espanhóis e portugueses se referiram aos indígenas; durante os anos 1930, o que o racismo científico afirmava ser caracteres dos negros; de que forma os processos migratórios contemporâneos reforçam estereótipos de algumas nacionalidades, etnias ou pertenças regionais, etc. Essa atividade pode ser feita por meio de exemplos retirados de jornais, programas televisivos culturais e de notícias, etc.
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A noção de "bárbaro" traz consigo uma visão etnocêntrica da realidade, ou seja, há um julgamento do outro a partir de si mesmo e dos valores que crê superiores e universais. Gregos e romanos utilizavam o termo para se referir aos estrangeiros, mas também para demarcar o que era estranho e exótico.
É possível estabelecer uma analogia entre esse "olhar etnocêntrico" e as caracterizações dele decorrentes a partir de uma série de episódios da história brasileira: os primeiros contatos dos europeus com as populações originárias do território, as justificativas durante o século XIX para não conferir os mesmos direitos civis aos indígenas e aos negros, a intolerância com as religiões de matriz africana, etc. são exemplos de temas que podem ser explorados a partir da ideia do "bárbaro".
Nesse sentido, seria possível abordar por meio de alguns exemplos como se construiu o olhar sobre o outro e, a partir dessa interação, formaram-se identidades:
Por exemplo, ao abordar a conquista da América, é possível ver de que forma espanhóis e portugueses se referiram aos indígenas; durante os anos 1930, o que o racismo científico afirmava ser caracteres dos negros; de que forma os processos migratórios contemporâneos reforçam estereótipos de algumas nacionalidades, etnias ou pertenças regionais, etc. Essa atividade pode ser feita por meio de exemplos retirados de jornais, programas televisivos culturais e de notícias, etc.