Descreva a estrutura morfológica (relevo) marinha.
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AyrtonVinicius1 O relevo dos oceanos pode ser dividido em três províncias fisiográficas principais: (1) margens continentais; (2) bacias oceânicas; (3) cordilheiras mesoceânicas.
Margens Continentais As margens continentais representam a zona de transição entre os continentes e as bacias oceânicas, são consideradas como constituintes dos continentes, muito embora se situem abaixo do nível do mar. Estas feições representam 20% da área total ocupada pelos oceanos. As margens continentais são agrupadas em dois tipos principais: (1) margens passivas (tipo Atlântico) e; (2) margens ativas (tipo Pacífica).
Margens Passivas As margens continentais passivas são mais largas, típicas de regiões tectonicamente menos ativas, que se formaram quando os continentes se separaram (“rifteamento”) formando o novo assoalho oceânico. As margens leste da América do Norte e da América do Sul, assim como leste e oeste da África, são exemplos típicos de margens passivas. As margens passivas apresentam três províncias fisiográficas distintas, definidas principalmente por variações de profundidade (gradiente batimétrico): (a) plataforma continental; (b) talude continental; (c) sopé ou elevação continental.
a) Plataforma continental: representa uma extensão submersa dos continentes, com gradientes suaves, em média de 1:1. 000 (ou seja, a cada 1.000 metros horizontais a profundidade aumenta 1 metro). A plataforma continental estende-se da linha de costa até a região denominada de “quebra da plataforma continental” localizada em média à profundidades de 130 metros, onde a declividade aumenta substancialmente. A área das plataformas continentais representa 7,5% do total da área oceânica, apresentam larguras variáveis, sendo a média de 78 km.
No Brasil, a maior largura da plataforma continental ocorre na foz do rio Amazonas (AM), com cerca de 330 km. Já em Salvador (Ba), a plataforma continental possui apenas 8 km de extensão. A localização da quebra da plataforma continental (ou borda da plataforma) varia sua profundidade entre 40 metros na região de Natal (RN), atingindo 180 metros ao sul da cidade de Santos (SP) e próximo à cidade de Tramandaí (SC).
As plataformas continentais são ambientes muito produtivos, principalmente pela baixa profundidade e por estarem localizadas próximas aos continentes recebem o aporte das drenagens continentais. Para se ter idéia da importância destes ambientes, 90% da produção pesqueira mundial é de organismos capturados neste ambiente.
b) Talude continental: o talude continental inicia a partir da quebra da plataforma continental marcada pela abrupta alteração da declividade, que passa de 1.1000 m (plataforma) para 1,40 m, até profundidades da ordem de 3.000 m. Os taludes correspondem a 5,6% da superfície da Terra, com larguras de 10 km até 200 km. Apresentam as maiores espessuras sedimentares, podendo ultrapassar 10 km de sedimentos. Com sedimentos mais finos que os da plataforma, compostos principalmente por materiais finos (lamas).
As superfícies dos taludes não são planas e regulares como as da plataforma, e frequentemente são cobertos por depressões e promontórios. São os locais de maior instabilidade do fundo devido aos gradientes íngremes. Os cânions submarinos são importantes feições que ocorrem nestes ambientes, e são caracterizados como vales profundos em forma de “V” ou “U” com paredes muito inclinadas, podendo atingir mais de 370 km de comprimento. A origem destas feições é associada a antigas drenagens continentais, que atualmente têm papel importante no transporte de sedimentos das regiões costeiras para as áreas profundas dos oceanos. O transporte de sedimento pode ocorrer através de diferentes mecanismos: correntes de turbidez ou de densidade, deslizamentos e desmoronamentos. Outras feições fisiográficas que são comuns nestes ambientes são platôs e terraços marginais.
No Brasil há grande abundância de cânions submarinos, embora geralmente pequenos, principalmente nas regiões nordeste e norte. Como exemplos de alguns cânios, podem ser citados: do Amazonas, do Gurupi e do Pará (região norte); de Natal, Oceânico de Alagoas, de São Francisco, de Salvador (região nordeste); de Cabo Frio, de Macaé, São Sebastião e São Paulo (região sudeste-sul).
c) Sopé ou elevação continental: ocorrem na base dos taludes continentais, estende-se de profundidades entre 3.000-5.000 metros e apresenta declividades intermediárias entre as observadas nas plataformas e talude continental. É formado pelos sedimentos depositados na base do talude.
No Brasil a maior largura do sopé continental ocorre na altura do banco de Abrolhos (ES) com 850.
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O relevo dos oceanos pode ser dividido em três províncias fisiográficas principais: (1) margens continentais; (2) bacias oceânicas; (3) cordilheiras mesoceânicas.
Margens Continentais
As margens continentais representam a zona de transição entre os continentes e as bacias oceânicas, são consideradas como constituintes dos continentes, muito embora se situem abaixo do nível do mar. Estas feições representam 20% da área total ocupada pelos oceanos. As margens continentais são agrupadas em dois tipos principais: (1) margens passivas (tipo Atlântico) e; (2) margens ativas (tipo Pacífica).
Margens Passivas
As margens continentais passivas são mais largas, típicas de regiões tectonicamente menos ativas, que se formaram quando os continentes se separaram (“rifteamento”) formando o novo assoalho oceânico. As margens leste da América do Norte e da América do Sul, assim como leste e oeste da África, são exemplos típicos de margens passivas. As margens passivas apresentam três províncias fisiográficas distintas, definidas principalmente por variações de profundidade (gradiente batimétrico): (a) plataforma continental; (b) talude continental; (c) sopé ou elevação continental.
a) Plataforma continental: representa uma extensão submersa dos continentes, com gradientes suaves, em média de 1:1. 000 (ou seja, a cada 1.000 metros horizontais a profundidade aumenta 1 metro). A plataforma continental estende-se da linha de costa até a região denominada de “quebra da plataforma continental” localizada em média à profundidades de 130 metros, onde a declividade aumenta substancialmente. A área das plataformas continentais representa 7,5% do total da área oceânica, apresentam larguras variáveis, sendo a média de 78 km.
No Brasil, a maior largura da plataforma continental ocorre na foz do rio Amazonas (AM), com cerca de 330 km. Já em Salvador (Ba), a plataforma continental possui apenas 8 km de extensão. A localização da quebra da plataforma continental (ou borda da plataforma) varia sua profundidade entre 40 metros na região de Natal (RN), atingindo 180 metros ao sul da cidade de Santos (SP) e próximo à cidade de Tramandaí (SC).
As plataformas continentais são ambientes muito produtivos, principalmente pela baixa profundidade e por estarem localizadas próximas aos continentes recebem o aporte das drenagens continentais. Para se ter idéia da importância destes ambientes, 90% da produção pesqueira mundial é de organismos capturados neste ambiente.
b) Talude continental: o talude continental inicia a partir da quebra da plataforma continental marcada pela abrupta alteração da declividade, que passa de 1.1000 m (plataforma) para 1,40 m, até profundidades da ordem de 3.000 m. Os taludes correspondem a 5,6% da superfície da Terra, com larguras de 10 km até 200 km. Apresentam as maiores espessuras sedimentares, podendo ultrapassar 10 km de sedimentos. Com sedimentos mais finos que os da plataforma, compostos principalmente por materiais finos (lamas).
As superfícies dos taludes não são planas e regulares como as da plataforma, e frequentemente são cobertos por depressões e promontórios. São os locais de maior instabilidade do fundo devido aos gradientes íngremes. Os cânions submarinos são importantes feições que ocorrem nestes ambientes, e são caracterizados como vales profundos em forma de “V” ou “U” com paredes muito inclinadas, podendo atingir mais de 370 km de comprimento. A origem destas feições é associada a antigas drenagens continentais, que atualmente têm papel importante no transporte de sedimentos das regiões costeiras para as áreas profundas dos oceanos. O transporte de sedimento pode ocorrer através de diferentes mecanismos: correntes de turbidez ou de densidade, deslizamentos e desmoronamentos. Outras feições fisiográficas que são comuns nestes ambientes são platôs e terraços marginais.
No Brasil há grande abundância de cânions submarinos, embora geralmente pequenos, principalmente nas regiões nordeste e norte. Como exemplos de alguns cânios, podem ser citados: do Amazonas, do Gurupi e do Pará (região norte); de Natal, Oceânico de Alagoas, de São Francisco, de Salvador (região nordeste); de Cabo Frio, de Macaé, São Sebastião e São Paulo (região sudeste-sul).
c) Sopé ou elevação continental: ocorrem na base dos taludes continentais, estende-se de profundidades entre 3.000-5.000 metros e apresenta declividades intermediárias entre as observadas nas plataformas e talude continental. É formado pelos sedimentos depositados na base do talude.
No Brasil a maior largura do sopé continental ocorre na altura do banco de Abrolhos (ES) com 850.