FREUD o ENSINO e APRENDIZAGEM
Para Freud (1969), as áreas de ação psíquica são compostas de Id, Ego e Superego. O Id contém o que é herdado com o nascimento, compreende os instintos. É um complexo de excitação insaciável, operando em referência ao princípio do prazer. É a fonte de todas as pulsões básicas, em que buscamos a satisfação imediata de nossas necessidades (alívio e diminuição de tensão) e de nossos desejos (como se alimentar), sem considerar a realidade. É definida como a parte mais primitiva e de mais acesso da personalidade.
O ego administra a relação do indivíduo com o meio, onde os conteúdos mentais conscientes e subconscientes são acessíveis voluntariamente pelo sujeito tornando possível saber o que está sendo pensado ou sentido a respeito dos conteúdos que estão em sua consciência, ou seja, sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as ordens do superego. O Superego vai funcionar como censura ao conteúdo do id. Ele origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. Esta instância é constituída a partir do moralismo e das repressões no meio social em que vive.
Freud (1969) considera que no desenvolvimento há uma zona específica que se destaca e desta surgi o prazer, em uma busca por objetos ou modos de gratificação correspondente. E ao mesmo tempo, é possível, encontrar conflitos que está interligado a fixação em determinadas fases, em que a criança fica detida na mesma, ou seja, uma parte da libido fica investida num nível de desenvolvimento específico.
E compreendendo estes fatores destacados por Freud (1969), e analisando também que ao longo do desenvolvimento, os indivíduos são influenciados por outras referências, além das dos pais. Pois ao começar a frequentar as escolas, a criança vai se relacionar com outras crianças, professores, pessoas que também se tornam modelos ideais na sua formação.
Diante disso, podemos notar que a escola é um espaço de formação da personalidade, e que de modo geral, quando se trata do ensino e aprendizagem, o olhar se volta sobre a dimensão cognitiva, nos aspectos intelectuais do ser humano implicados nesse processo. Porém, para melhor compreender o comportamento humano, é preciso considerar outras variáveis que influenciam no processo de aprendizagem.
Com isso, construa um texto embasado na teoria de Freud, sobre quais os aspectos que também devem ser levados em consideração na construção do conhecimento no ser humano.
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Resposta:
De acordo com a teoria de Freud, a construção do conhecimento no ser humano não se limita apenas aos aspectos cognitivos e intelectuais, mas também envolve uma série de fatores psíquicos e emocionais que desempenham um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem. Para compreender completamente o comportamento humano nesse contexto, é necessário considerar as seguintes variáveis:
1. Aspectos emocionais: As emoções têm um impacto significativo na forma como aprendemos e assimilamos informações. O estado emocional de um indivíduo pode afetar sua motivação, atenção, concentração e memória. Portanto, é importante levar em consideração as emoções envolvidas no processo de aprendizagem e criar um ambiente emocionalmente seguro e estimulante para promover o engajamento e o bem-estar dos alunos.
2. Desenvolvimento psicossexual: Freud postulou que o desenvolvimento da personalidade passa por diferentes estágios psicossexuais, nos quais a energia psíquica, ou libido, é direcionada para diferentes zonas erógenas do corpo. Cada estágio está associado a desafios e conflitos específicos que podem influenciar o comportamento e o processo de aprendizagem. Por exemplo, fixações ou traumas em estágios anteriores podem afetar a forma como um indivíduo se relaciona com o conhecimento posteriormente.
3. Influência social e cultural: Além das influências familiares, a teoria de Freud reconhece que outras referências sociais desempenham um papel importante na formação da personalidade. Ao ingressar na escola, as crianças são expostas a novos modelos ideais, como colegas e professores, que podem influenciar seus valores, crenças e comportamentos. A interação com diferentes culturas e grupos sociais também desempenha um papel na construção do conhecimento e na compreensão do mundo.
4. Conflitos internos e defesas psíquicas: Freud argumentou que os indivíduos são motivados por impulsos e desejos inconscientes que podem entrar em conflito com as demandas da realidade e com as normas sociais. Esses conflitos podem afetar a capacidade de aprender e assimilar novas informações. As defesas psíquicas, como a repressão e a negação, são mecanismos que protegem o indivíduo contra a ansiedade gerada por esses conflitos. Compreender esses processos defensivos é essencial para criar estratégias de ensino que ajudem os alunos a lidar com suas emoções e superar resistências.
Em resumo, a teoria de Freud destaca que o processo de ensino e aprendizagem não pode ser reduzido apenas aos aspectos cognitivos, mas também deve levar em consideração as dimensões emocionais, psicossexuais, sociais e os conflitos internos presentes na formação da personalidade. Ao reconhecer esses aspectos, educadores podem criar ambientes de aprendizagem mais acolhedores e eficazes, promovendo o desenvolvimento integral dos alunos.