Gabriela é uma criança de 9 anos que apresenta uma queixa escolar de dificuldade de aprendizagem, sendo encaminhada para avaliação. Na primeira conversa com os pais, estes destacaram a dificuldade da criança a respeito do “pensamento lógico”, segundo eles a filha não compreende os “problemas” trabalhados na disciplina de matemática. A partir disto a psicóloga optou por aplicar três provas piagetianas: conservação de massa, quantidade e volume. Quanto à prova de massa, você faz a “minhoca” com a massinha azul e pergunta a Gabriela: “Há o mesmo tanto de massa azul e massa vermelha?” Gabriela afirma que não. Você pergunta novamente: “Por que você acha que não tem o mesmo tanto?” E para completar a garota argumenta: “Você não está vendo, minhoca é bem maior do que bola.” Então Mariana contra-argumenta “Mas outro dia uma criança do seu tamanho me disse que ainda há o mesmo tanto de massinha, o que você acha disto?” Gabriela responde: “Eu acho que essa outra criança não sabe nada de massinha.” A respeito da prova de quantidade Gabriela afirma que há a mesma quantidade de círculo azul e vermelho; justifica da seguinte forma “eu acho que você só ‘esparramou’ o círculo vermelho.” Então você contra-argumenta “Mas a mesma criança da outra vez me disse que tinha mais círculo azul, o que você acha disso?” Então a garota responde: “Ah, ela deve estar certa desta vez, né? Porque agora o espaço do círculo azul é maior que o do vermelho. Acho que ela está certa, tem mais azul que vermelho.” Na prova de volume Gabriela assegura que há mais suco no “copo fino e comprido” porque no outro copo o suco ficou “mais baixo”. Quando Mariana contra-argumenta relatando que outra criança afirmou ter mesma quantidade porque ninguém colocou mais suco, Gabriela novamente concorda com a contra-argumentação apresentada e diz “Ah, essa criança acertou de novo. Você não tomou nem colocou mais suco em nenhum desses copos, né?”