5. Na avaliação que faz da “dupla revolução”, a Industrial e a Francesa, Hobsbawm afirma que: “Ao contrário, devemos, quando muito, evitar a tentação de desprezar a novidade da dupla revolução ante a familiaridade de suas roupagens externas, ante o inegável fato de que as roupas, maneiras e prosa de Robespierre e Saint-Just não estariam deslocadas num salão do ancien regime, de que Jeremy Bentham, cujas ideias reformistas expressavam a burguesia britânica por volta de 1830, era exatamente o mesmo homem que propusera as mesmas ideias a Catarina, a Grande, da Rússia, e de que as mais extremadas declarações da economia política da classe média vieram de membros da Câmara dos Lordes inglesa do século XVIII. (HOBSBAWM, Eric. Introdução. In: A era da revoluções.” Disponível em: http://xa.yimg.com/kq/groups/21736577/2053964560/name/HOBSBAWM,+Eric+J..+A+Era+das+Revolu%C3%A7%C3%B5es.pdf. Acesso em: jan.2013.).
Interpretando adequadamente as afirmações do autor, podemos concluir a respeito da “dupla-revolução” o seguinte:
a) Os ideais presentes nos movimentos revolucionários citados eram, de certo modo, conhecidos e debatidos mesmo antes do processo, não se constituindo portanto, propriamente em novidade e tampouco em ideais completamente estranhos aos anseios e projetos dos governantes e lideranças mais conservadoras.
b) Os ideais presentes nos movimentos revolucionários tinham um certo apelo burguês, o suficiente para que se considere, historicamente, que a “dupla-revolução” teve um caráter eminentemente conservador.
c) Os ideólogos dos movimentos tinham ampla e profunda identificação com as classes burguesas, e tão somente com elas, constituindo-se desde sempre em fortes opositores do “ancien regime” e de qualquer outra forma de governo absolutista.
d) O caráter revolucionário dos movimentos e o seu alcance torna possível desconsiderar toda e qualquer relação deles com uma classe social específica, tornando inadequado considerá-las “revoluções burguesas”.
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A) Os ideais presentes nos movimentos revolucionários citados eram, de certo modo, conhecidos e debatidos mesmo antes do processo, não se constituindo portanto, propriamente em novidade e tampouco em ideais completamente estranhos aos anseios e projetos dos governantes e lideranças mais conservadoras.